quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tunísia. Pânico instalado na capital e supermercados já não têm produtos


O pânico está instalado na capital tunisina, com lojas e supermercados a serem pilhados por populares, confirmou no dia 13, uma cidadã portuguesa contactada telefonicamente. “Há pilhagens por todo o lado e o pânico está instalado. Acabo de sair de dois supermercados, sem produtos e que tinham sido pilhados. A maior parte do comércio fechou as portas e só se veem polícias na rua”, relatou a cidadã portuguesa, que pediu para não ser identificada e que vive há cerca de um ano em Tunes.
Segundo aquela portuguesa, atualmente vivem entre 20 e 25 portugueses na capital e no total do país são cerca de 120. O Governo português elevou hno dia 13 o alerta em relação à Tunísia e desaconselha as viagens para este país, onde confrontos entre manifestantes e a polícia já fizeram pelo menos 21 mortos, disse fonte oficial.
Segundo fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, o alerta foi revisto “devido ao agravamento da situação no terreno”, pelo que o Governo “desaconselha os cidadãos portugueses a viajarem para a Tunísia”.
A mesma fonte acrescentou que vivem oficialmente naquele país do Magrebe 120 portugueses e que, “caso seja necessário, será ativado o plano de retirada da Tunísia destes cidadãos”.
A cidadã portuguesa disse que ainda não foi contactada diretamente pela embaixada de Portugal, mas a instituição em que trabalha, à semelhança de outras organizações internacionais representadas em Tunes, dispõe de planos de retirada dos seus funcionários.
No seu caso, adiantou, o plano contempla a retirada por via aérea para Tripoli, na Líbia, Paris, em França, ou Casablanca, Marrocos.
A contestação social que abala a Tunísia desde meados de dezembro intensificou-se no fim de semana com confrontos entre a polícia e manifestantes em várias cidades do país, dos quais resultaram pelo menos 21 mortos, de acordo com as autoridades tunisinas, embora a AFP avance entre 40 e 50 mortos.
Estes protestos contra o aumento do desemprego e a corrupção constituem a mais importante contestação ao regime do Presidente Zine El Abidine Ben Ali, de 74 anos, no poder há 23.

Imagem: http://www.opovo.com.br/

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