terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Opinião. Jofre Justino. Aprender com aquele que é diferente de nós!


(Exijamos Ainda A Regulamentação Das Ilegais, E Imorais, Agencias de Notação!)

Joffre Justino

“Dos Homens e dos Deuses” é um belíssimo filme, que nos leva a uma pequena comunidade de frades, numa aldeia argelina, Tibhirine, maioritariamente islâmica mas com forte influencia cristã, em consequência da presença de um antigo mosteiro cristão, encimando a referida aldeia.

E, claro, seja dito, da presença destes monges, franceses, e da sua solidária actividade junto das Pessoas de Tibhirine

Conheci, em 1995, uma outra pequena comunidade, desta feita de freiras, angolanas todas elas, no Bailundo, Angola, que visitei com o meu amigo Jaka Jamba e a sua sugestão.

Foi para mim uma inolvidável experiência!

De facto, há pessoas com um sentido de Humanidade que entusiasma sempre quem procura o Bem e o deseja para os Outros e, tanto os frades do filme, quanto as freiras do Bailundo, mostraram me uma forma de viver esse desejo.

Ambas comunidades vivem para os Outros, com Humildade, com um elevado sentido de entrega e respeito pelo Outro, sendo capazes de, mesmo em ambiente de Guerra, mesmo de Guerra Civil, mostrar o que nos distingue - o sermos capazes de Amar e de mostrar esse Amor entregando até a vida.

Sem fanatismos, note-se, sem desejar a morte.

Quem não teve como eu a oportunidade de viver uma Comunidade assim, aconselho o filme acima e aconselho que a ele se entregue como criança e sem a arrogância de adulto, de tudo sabedor, e ainda sem esperar, no filme, grandes discursos ideológicos, mas sim belíssimas imagens de profundo respeito pelo Outro!

O que será difícil eu sei, para alguns de nós, pois andamos com forte tendência para as arrogantes certezas, que nos alimentam perante os fracassos da vida.

Mas aconselho o filme. Também pelas mesmas razoes pelas quais Republicano que sou, Socialista que sou, me revi no discurso de um cidadão, rei em Espanha, e conservador note-se, pois ele foi capaz de incentivar os cidadãos e cidadãs das Espanhas à Unidade para superarem a crise, lá também, como cá, dominante.

E cito este cidadão, rei, do El País, de 26.12.2010, “Devemos prosseguir e abordar juntos as reformas necessárias cumprindo

Ainda os nossos compromissos em matéria orçamental e o défice... "e as reformas empreendidas assim como as próximas no se entendimento devem contar com o apoio dos Agentes sociais as forcas políticas e da sociedade no seu conjunto"

Que comparação possível, com as posições das oposições portuguesas, perante o discurso de apelo ao combate à crise e de esperança do Primeiro-ministro? A da água e do vinho?

Ter Humanidade e isso mesmo também, o desejar um Desenvolvimento feito por todos, maiorias e minorias, sem acintes infantis e absurdos.

Sem seitas nem sectarismos, pois a Humanidade necessita de saber percorrer todos os caminhos, com Humanismo, com Respeito pelo Outro e note-se – o Outro diferente de nós ouvindo o e aprendendo com ele sempre.

Maçon que sou, Laico que sou, Republicano que sou, é assim que procuro viver, mesmo que tantas vezes sem a coragem dos frades do filme que aconselho, ou das freiras que conheci, no Bailundo, Angola.

Por isso, pelo humilde e ao mesmo tempo grandioso exemplo, aconselho este filme, cristão e ecuménico, eu Maçon e, por isso, cristão sem igreja, mas de certeza Laico por desejo da convivência de todas as Crenças onde viva e conviva.

Por isso também, pela Humanidade, insisto na necessidade de estarmos Juntos a exigir a regulamentação pela UE e pela ONU destas terroristas e ilegais agencias de notação que Manuel Alegre já tão justamente criticou.

Na verdade, a sua imoralidade está no predomínio que dão ao dinheiro, em vez de darem relevo às Mudanças em prol das Pessoas, e a sua ilegalidade está no ataque, violento, aos Estados, e assassino, às Pessoas, e que já levou a Comissão, em Junho de 2010 a estudar a necessidade de regulamentar a sua actividade.

Porque se espera então, estando nós em Dezembro, no final de 2010?

Quem concordar comigo, na necessidade deste Combate pelo aprofundamento da Democracia económica, pela erradicação dos insultuosos e não regulamentados actos destas ditas agencias, que o diga e que aceite estar num Jantar, a seis de Janeiro de 2011, informando-me de tal mal possa!

(Note-se, insisto nesta Campanha pois recuso-me a aceitar que nos deixaremos derrotar por meia dúzia de totós sediados em Londres, ou Nova Iorque, usualmente inundados de coca e afins…ganhas com o que nos roubam, a nós cidadãos deste Planeta!)

*jjustino@epar.pt

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