Rodrigues Mingas, secretário geral da FLEC-PM, foi no dia 18 detido na região de Paris, no seguimento da investigação ao ataque ao autocarro da seleção de futebol do Togo, quando atravessava o enclave de Cabinda, para participar na CAN.
Este político, natural de Cabinda e a muitos anos a viver no exílio é também detentor de nacionalidade francesa e ficará detido provisoriamente, nessa condição de cidadão francês, enquanto decorrer a instrução do processo em que é acusado de ser o responsável pelo ataque, ocorrido em Janeiro do ano passado, em vésperas da Taça das Nações Africanas (CAN2010).
O secretário geral da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda - posição Militar, reivindicou então a responsabilidade pelo atentado, de que resultaram duas mortes e 13 feridos. No seguimento do ataque, a seleção do Togo renunciou a participar na CAN.
Rodrigues Mingas fora acusado em Dezembro por "associação de malfeitores em relação com uma iniciativa terrorista" e agora o tribunal acabou por pedir a sua detenção.
Solenn Le Tour, advogada de Mingas, disse que a decisão de detenção provisória, nesta fase do processo, "é extremamente surpreendente face à sua fraca implicação no dossier". Segundo ela, tal permite pensar que "antes de mais responde a considerações de política externa francesa".
No lado oposto, "o Governo de Angola congratula-se pelo avanço do processo", disse Jean Reinhard, advogado contratado pelo regime de Luanda, que denunciou Rodrigues Mingas como provável mentor do ataque.
A 8 de Janeiro de 2010, o autocarro da delegação togolesa foi metralhado junto à fronteira de Massadi, um ataque que viria a ser assumido pela FLAC-PM. "As armas vão continuar a falar", disse então Rodrigues Mingas. "Estamos em guerra e todos os golpes são permitidos", referiu o secretário-geral da FLEC-PM, em entrevista à France Presse.
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