O comboio regressou no dia 13 de Janeiro de 2011 à tarde, num ambiente de festa popular, à cidade de Malange, concluindo a primeira viagem comercial a partir de Luanda após quase duas décadas de interrupção.
Ao longo de quase nove horas, as 10 carruagens transportando centenas de passageiros, percorreram pela primeira vez os 420 quilómetros dos Caminhos-de-ferro de Luanda (CFL), depois de a guerra ter “amputado” a maior parte do percurso entre Luanda e Malange.
A via-férrea que une as duas cidades, separadas há 18 anos, mantendo apenas aberto o troço de 20 quilómetros entre Luanda e Viana, a maior cidade dormitório da periferia da capital.
Ao longo do trajeto, o expresso Luanda-Malange foi efusivamente saudado pela população em todas as localidades que atravessou mas parou apenas em Ndalatando, a capital do Kuanza Norte.
Mas nem tudo foram rosas nesta primeira viagem comercial dos CFL porque a locomotiva, de fabrico chinês, teve dificuldades em ultrapassar as travessias mais íngremes do percurso, obrigando o maquinista a recuar para ganhar balanço e poder seguir em frente.
A partir de agora, os CFL vão fazer três viagens semanais entre Luanda e Malange, ida e volta, duas das quais em expresso, com apenas uma paragem em Ndalatando, às segundas e quartas-feiras, com volta no dia seguinte, e o regional aos sábados, com paragem em todas as estações do percurso.
Após quase seis anos de obras e duas viagens experimentais em 2010, a linha entre Luanda e Malange os utentes vão beneficiar de novas carruagens e uma dezena de estações novas ou reconstruídas.
Do percurso fazem parte localidades como Catete, Zenza do Itombe, ex-Bela Alta, Canhoca ou ainda Ndalatando.
As estações construídas ou renovadas por empresas chinesas ao abrigo das linhas de crédito entre Pequim e Luanda têm dois pisos e capacidade para albergar entre 200 a 500 pessoas.
Além dos milhares de pessoas que os comboios vão transportar entre Luanda e Malange, espera-se um novo impulso para o transporte de mercadorias e que muitos produtos, nomeadamente agrícolas e agropecuários, cheguem do interior a Luanda mais rápido, ultrapassando os problemas que subsistem de armazenamento e conservação.
Os bilhetes custam dois mil kuanzas em primeira classe no expresso, sendo mil kuanzas para a segunda classe e o regional vai ter o preço de 1.500 kuanzas.
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