Zine al-Abidine Ben Ali é um militar de carreira. Governou de modo absoluto a Tunísia nos últimos 24 anos. Construiu o seu regime “sobre um equilíbrio entre a mão-de-ferro e a prosperidade que finalmente se rompeu”, escreve a agência francesa AFP.
Nascido numa família modesta, em 1936, na cidade de Hammam Sousse, Ben Ali recebeu formação militar em França e nos Estados Unidos da América, depressa chegou a general. Foi embaixador, chefe da segurança do Estado após os motins de 1984 e tornou-se ministro do Interior no ano seguinte.
Em Outubro do 1987 é designado primeiro-ministro e no mês seguinte assume a chefia do Estado, depois de médicos terem declarado Bourguiba incapaz de governar, naquilo que ficou conhecido por “Golpe de Estado Médico”. Na altura, Ben Ali prometeu modernizar e democratizar a Tunísia, mas parece que ainda que “sem precipitação”. Em 1999 organiza as primeiras eleições do país a que condiciona a candidatura dos líderes da oposição. Ganhou as mesmas eleições com 99,45% de votos a favor. Até hoje, as promessas de democratização mantêm-se na gaveta.
Ben Ali devia ter-se retirado em 2004, mas mudou a Constituição dois anos antes e permitiu três mandatos consecutivos. Em 2009 foi designado chefe de Estado pela quinta vez, em contestadas eleições que lhe atribuíram 89,62 por cento de votos favoráveis.
Ben Ali começou então a governar com ditadura. Com base em repressão das liberdades individuais. Em 2008, a Polícia reprime motins na região de Gafsa e nas últimas semanas repete a receita. O que acabou por ser-lhe fatal. Isto não lhe faz lembrar nada, outro país assim, com um ditador igualzinho a este?!
*In canalmoz. Canal de Moçambique
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