Prédio da 4ª Conservatória na Avenida do Brasil em frente ao Hotel Relaxe. Espoliaram-lhe o pátio e arrancaram às pressas com uma obra do Estado. No mais puro retorno ao retrógrado colonialismo. Sem nenhuma licença de construção mas, não é por acaso que se culminou o advento da III República e da Constituição C, os garantes desta ferocíssima endocolonização.
Eu roubo-te, tu roubas-me, ele rouba-nos. Isto é que é viver?!
Gil Gonçalves
http://patriciaguinevere.blogspot.com/
«E as universidades em Angola, nem nas cem melhores de África se encontram» é a prova da miséria intelectual da actual e futura angolanidade. E a população de tanto espoliada aguarda ansiosa a vinda de Deus para que se faça justiça. O MPLA está a criar uma classe de animais tão selvagens que muito dificilmente se livrará deles. «A vida é um dom, vai por altos e baixos» Aqui em Luanda só vai por baixos e muitos baixios.
E a luz e a água?! Isso era no tempo dos brancos, e eles já cá não estão. A falsa governação e os seus apoiantes, ferrenhos defensores da democracia parte casebres e gatunagem de pátios lembram-nos os saudosos tempos do Poder Popular. Não nos esqueçamos também das companhias petrolíferas e suas subsidiárias que devem ser investigadas por atentados ao meio ambiente. Apesar de ter dois ou três edifícios de luxo que servem as elites do poder, para dar a entender que é o Dubai africano, Luanda na realidade está devastada pela erosão do poder político estratificado quase há cinquenta anos. Luanda não é uma cidade, é um campo de refugiados tipicamente africano. Angola segue os trilhos colonialistas.
“A sociedade colonial compreende os estrangeiros de origem metropolitana, isto é, do país colonizador, os europeus ou de raça branca não-metropolitanos e os não europeus, geralmente de origem asiática, os coloured ou homens de cor. Os grupos não desempenham o mesmo papel na colônia mas cada um deles tem preeminência sobre os autóctones. O de origem metropolitana é o mais ativo, pois cabe a ele a função de dominar política, econômica e espiritualmente. Suas atribuições podem ser classificadas da seguinte maneira: a administração dirige a colônia segundo a política colonial; as companhias comerciais e industriais assumem a exploração da produção, afim de organizar os lucros em benefício da metrópole, processo chamado de pilhagem da sociedade dominada; por fim, as missões cristãs, encarregadas da educação dos colonizados, da conversão de suas almas e de seu encaminhamento progressivo ao universo do dominador. Os brancos não metropolitanos e os asiáticos (coloured) dedicam-se a atividades comerciais intermediárias.” (MUNANGA, 1988: 10-11)*
O governo português nomeou um governador-geral indígena. Na Província de Angola o novo governador-geral nomeou chefes de posto para as cidades. Tudo está corroído, corrompido. A metrópole lava as mãos porque já deu autonomia às suas províncias coloniais. Envia mais colonos que aproveitam bem o saque antes que venha aí outra autodeterminação. Salazar não autorizava a corrupção, agora com a autonomia estes colonos roubam como querem e como lhes apetece. É isso! O indígena renasce para a escravidão do branco sob a batuta negra. Claro que o indigenato aproveitou e proclamou a independência. Apenas com palavras os indígenas felicíssimos atiram-se ao saque canibalizando tudo o que é colonial. Depois de tudo arrasado e perdidos em quase cinquenta anos dizem que os colonos destruíram tudo. Para se diferenciarem do colonialismo pintaram-no e proclamaram-se marxistas-leninistas. E corajosamente confessam que vivem imensamente felizes. Os chefes indígenas bem aperaltados de fatos e gravatas de marca ficam como que tragicómicos no travesti angolano. Daqui afundar-se-á o novo homem. Na tribuna de honra os espectadores aplaudem os gladiadores que retribuem a destruição de milhentos casebres e de todos os pátios existentes ou inventados. O mais importante é a espoliação e a condução à miséria de milhões de escravos.
Os ecologistas do betão são como os cães ferozes que mutilam as pessoas. Perante tanta beleza, não sei como é possível viver numa paisagem natural com betão próximo. O betão é inimigo da civilização. E nesta leva, tudo o que é empresário é mercenário.
Mais parecem a velha senhora dos engenhos. O colonialismo agora com nova tecnologia disfarça-se mas nada mudou, continua tudo na mesma, ou piorou?! Há pessoas que teimam na incompetência da governação e não se demitem. Curiosamente acham-se insubstituíveis. A vitória final do marxismo-leninismo é a criação da pátria de tuberculosos. O marxista-leninista é muito cuidadoso. Quando executa o OGE, Orçamento Geral do Estado, onde é que ele aposta? Evidentemente na repressão da população e da oposição. Investe nas forças da sua defesa e da sua segurança para o protegerem. Onde há eleições, lá está o marxista-leninista com maioria absoluta. O método nunca falha, é infalível. É o regresso em força do marxismo-leninismo. E uma onda marxista-leninista varre a cidade de Luanda. As empresas estrangeiras já estão ao lado da corrupção e esta também tem muitas moradas. Como pode um poder arrogar-se ao direito de independente onde nada funciona?! Famosa é a acusação da governação sobre o aumento constante da criminalidade. Mas quando em poucos meses se despedem mais de cem mil trabalhadores, quase todos jovens, o que se espera? Tranquilidade? Não, violência de ainda colonizados e esfomeados. Sem garantias mínimas de sobrevivência. Tratados como selvagens, como lixo. Assim nunca existirá paz social. Primeiro é necessário acabar com o colonialismo, depois pensar-se em país normal, independente. É necessário proclamar a luta pela independência de Angola.
Em Angola o mais importante são os lucros fabulosos das companhias petrolíferas, incluindo a estatal Sonangol. Se notarem bem, quantos mais lucros têm, mais miséria acomete a população. E porquê!? Porque a cobiça e ganância são de tal monta que os protagonistas de tais enredos se desumanizam pela avidez dos dólares. Transformam-se em loucos, psicopatas, e na selvajaria da aniquilação do semelhante para que não hajam gastos dos seus lucros. O que interessa são as vendas. As populações que morram nos pátios da fome. Isto é também um crime contra a Humanidade porque fundamentalmente atiram com as mulheres para a subserviência da prostituição, à sua violação sistemática como escravas sexuais. E na continuação das pirâmides Angola segue a outra edificação, agora com presidentes faraós. Angola não tem energia eléctrica. Na realidade está no caos económico e social porque espoliada, como sempre, por meia dúzia de endocolonialistas. Está um oásis para as companhias petrolíferas. As populações seguem os cortejos das seculares filas indianas para os campos negreiros da morte. Não é por acaso que as petrolíferas têm grandes lucros, tesouros escondidos… é isto o marxismo-leninismo angolano. Quase cinquenta anos de poder ilimitado, com petróleo e diamantes mas sem universidades, deram ao povo angolano uma característica peculiar: o infame analfabetismo que o conduziu à boçalidade, à idiotice e canalhice. E isto não é uma floresta não, é uma selva profunda. Não há porto para este barco. O governo ainda não zarpou, continua ancorado, encalhado. Há meia centúria que prometem a verdura da agricultura, mas não conseguem plantar, apenas nos prantear. Só plantam prédios destoados, despersonalizados numa Nação de poetas sem noção. Radicais acompanhados por sorrateiros Familiais. O governo está como uma barcaça hipotecada. Fundiu-se na lava do vulcão que alimentou e criou. É um governo gulagui, um governo incendiário. Agora com o assédio e a desgraça dos prédios e dos estádios deles, a água sumiu e os pátios também. É só para eles e para os prédios e estádios deles. Enquanto eles nos governarem, os campos de concentração deles continuarão até nos exterminarem. Isto não é um governo, é uma quadrilha de dráculas com castelos impuros, dissolutos e sangrentos. E todos os vampiros mundiais aqui desembarcam e logo instalam currais. Aqui já deixaram de existir gentes, só agentes, onde só sobrevivem porcos e indigentes. Isto não é um país, é um palácio rodeado de campos de concentração e um jardim zoológico com espécies animais em vias de extinção.
E quantos mais analfabetos se formarem muito melhor. É muito fácil governá-los. Basta dar-lhes umas porretadas para lhes lembrar quem manda e quem deve obedecer. E todos os que estão no poder são forçosamente inteligentes e eleitos pelos seus deuses. E com o apoio e bênção da Santa Igreja governa-se em nome de Deus deportando a demoníaca população para as tendas dos zangos. Governar é deportar as populações e em campos da morte as concentrar. Alteraram a História porque quando a população chegou os governantes e a FAMÍLIA reinante já cá estavam, tudo era deles. Por isso a população é inoportuna, está a mais. Está onde não pertence. Nesta democracia o crime compensa.
«O governo de Napoleão III foi marcado por uma forte militarização na Argélia e quebrou o sistema de propriedade tribal nativa, fixando árabes e berberes em minifúndios e aumentando a miséria dos agricultores. Em 1870, a região da Kabilia revoltou-se. Reprimida a insurreição, os colonos franceses apossaram-se de 500.000 hectares em detrimento da população árabe. No início do século XX, 1918, um grupo de intelectuais árabes, “os Jovens Argelinos” se organizam baseando-se em idéias nacionalistas, reivindicando melhorias para a população árabe. Nos anos 30 já se falava em supressão do governo francês e igualdade entre nativos e europeus, mas foi após a II Guerra Mundial que os problemas argelinos agravaram-se, pois, na medida em que a França deu aos colonos o direito de se estabelecerem nas melhores terras, quando mais de 1.500.000 famílias berberes não possuíam terras, provocou êxodo rural e miséria, agravando-se os problemas nas áreas metropolitanas e fazendo com que um décimo da população vivesse, então, da caridade pública. Nesse ambiente surge a chamada “Questão Argelina”, um dos maiores problemas internacionais do pós-guerra. Em maio de 1945 houve uma grande chacina de civis argelinos por soldados franceses, no massacre de Setif. A repressão francesa é intensa, militares admitem entre 6 e 8 mil mortos, nacionalistas falam de quarenta a cinqüenta mil. Em 1º de novembro de 1954, foi anunciada oficialmente a revolução argelina.» *
* In Albert Camus http://www.espacoacademico.com.br/013/13cpraxedes.htm
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