sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Diamantes angolanos recuperam fôlego


A subida do preço dos diamantes no mercado internacional proporcionou o arranque e a reactivação de algumas explorações diamantíferas no País

Costa Kamuenho*

A reacção dos mercados ainda está longe do que se verificava antes da crise financeira internacional, o aumento entretanto ocorrido deu novo alento ao sector diamantífero.

Com a recuperação, novos projectos mineiros, na Lunda-Norte, já estão a absolver mais novos empregos. Não é apenas de investimentos, mas o arranque das minas desactivadas durante a crise poderá ajudar a recuperar a posição que cabia ao país em termos de produção da pedra preciosa.

Os números referentes aos lucros do ano passado apontam para que o objectivo estipulado de dinamizar o sector possa ser alcançado, passando a empresa a figurar logo atrás dos gigantes Alrosa, De Beers e a Bhp Billiton.

Com a crise financeira mundial Angola deixou de figurar entre os grandes produtores, ao ter baixado os níveis de produção e comercialização no mercado internacional.

A perspectiva é de elevar os montantes provenientes da produção de diamantes do sector formal e do artesanal.

A nova conquista, pode catapultar Angola entre maiores produtores e com maior arrecadação de valores. É possível que este ano, com esta produção, chegue aos níveis de 2008.

A Endiama pretende incentivar os empresários nacionais a investirem noutros sectores da indústria mineira, sobretudo no sector da joalharia, em que o mercado é bastante rentável e que carece de operadores.

A ideia é criar uma cadeia de empresários para todos os segmentos da indústria, de forma a captar mais recursos financeiros para o país e continuar com a política comercialização de diamantes lapidados.

A diamantífera, além de ser uma referência no país, tem como missão gerir de forma sustentável a exploração de diamantes, com base em valores em que se busca a excelência, inovação e o respeito pelos outros e pela comunidade.

Ainda são visíveis os resquícios da crise nos diamantes. Em Angola esta crise teve sérias consequências na actividade, com a paralisação, em alguns casos, e à suspensão, em outros, de vários projectos que a Endiama e o Governo depositaram grandes êxitos.

Para além de perdas financeiras, o período de crise atingiu duramente o tecido social, e como consequência muitos trabalhadores do sector diamantíferos perderam os seus empregos, ou foram remetidos à condição de excedentários.

Agora que os sinais de retoma são evidentes é necessário pensar o reenquadramento dos trabalhadores que perderam os postos de trabalhos.

Em termos de programas, o Executivo em finais de 2010, aprovou sete projectos para o sector diamantífero e que o seu sucesso contribuirá para o aumento da produção, exportação e arrecadação de receitas financeiras e fiscais para o país.

A relativa bonança no sector diamantífero tem vindo a permitir o lançamento de novos projectos. Com um investimento de 28 milhões de dólares, o ano passado arrancou com o projecto Luana, uma localidade próxima do Lucapa, Lunda-Norte, com uma produção inicial de três mil quilates de diamantes por mês e que permitiu criar 120 postos de trabalho mas pode chegar a 250 à medida que for evoluindo a prospecção. No Luana, a Endiama tem 39% de acções, a Transex 37%, a Wengi 15%, a Caxingi 13% e a Za-kufuna 5%.

Outro projecto que arrancou o ano passado foi o Luxinge, na comuna do Cambulo, município da Lunda-Norte, num investimento de 13 milhões de dólares na fase de prospecção geológica e mineira e outros 6 milhões e 500 mil dólares no arranque. No Luxinge, a Endiama detém 18% de acções, a Compensa Angola, a Shefflied e a Syntecchron Tríade detêm 10% cada. A empresa sueca Internacional Gold Exploration (IGE) possui 42%.

Esta é uma grande oportunidade para reduzir o desemprego no sector, minimizando as carências por que passam inúmeras famílias angolanas e o bem-estar dos trabalhadores e respectivas famílias.

Em Luanda, a Endiama espera concluir o Museu do Diamante, que se espera venha a ser uma grande atracção para os visitantes e os habitantes da capital. Na Lunda-Sul, foi lançada a construção de um bairro residencial com duas mil habitações. Nos arredores da capital da província, vai ser erguida uma filial da clínica Sagrada Esperança com capacidade para 100 camas e com todos os serviços disponíveis em Luanda.

*No Huambo

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