quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

EDUCAÇÃO E GIZ. Professora da SONANGOL ameaça e ofende professor


Professora da SONANGOL acusada de ameaçar e ofender colega na Faculdade de Engenharia

Soe dizer-se que a Faculdade de Engenharia da UAN é o maior depósito de docentes de ocasião, no mundo académico angolano, pela especificidade dos cursos que nela se ministram, no entanto, muitos desses docentes não passam de meros exibicionistas que usam a instituição para avolumarem nos seus nulos currículos científicos, alguma palha, que de ciência nada tem.

O nosso ensino superior é doentio porque o governo ainda não lhe deu a atenção merecida, mas também, tal como muitos que no tempo de guerra advogavam a sua continuidade porque dela tinham dividendos pessoais, no mundo académico nacional, surge o exército de oportunistas feitos garimpeiros que aproveitam-se, eventualmente, por não existir um perfil do docente universitário, ‘fazerem banga’ com o capucho de professor universitário.

Carlinhos Zassala, ex-dirigente sindical, apelidou a uma classe de docentes dessa estirpe como “turbo docentes”, por milagrosamente serem docentes em mais de três universidades.

O grupo a que nos vamos referir é outro cujo adjectivo desconheço, ou melhor são tudo, menos professores, talvez, garimpeiros despudorados que vinculados com efectividade noutras instituições do Governo, onde, provavelmente, o seu desempenho não seja brilhante, divertem-se nas universidades, brincando de ‘professorado’, sob o paternalismo dos gestores, sejam reitores, decanos ou ministros.

Vejamos este triste episódio.

Na primeira semana de 2011 assistiu-se a um episódio, dos mais horripilantes, protagonizados em hasta pública, por dois docentes da Faculdade de Engenharia da Universidade (Rainha) Agostinho Neto, que em nada dignifica a imagem docente, quando um professor em plena aula do curso pós-laboral é, brutalmente, interrompido por uma colega, ordenando-lhe, arrogantemente, diante dos alunos, para retirar-se daquela sala sob a alegação de ser docente mais antiga na instituição…

Estupefacto e para não agir com a mesma baixeza, o professor solicitou aos alunos o documento da direcção que os autorizava a utilizar a referida sala, para demonstrar a sua colega, porque a utilizavam. E é aí que a professora, apela a sua baixa estatura pedagógica, ao retirar compulsivamente o documento das mãos do colega, rasurou-o, negou-se terminantemente de o devolver e dedicou, no mínimo, três minutos a achincalhar o seu companheiro de profissão, vociferando: “és um insignificante, não sabes que tenho mais que fazer para aturar-te”?.. “Ou sais da sala, ou vou escrever para a direcção e serás expulso da Faculdade porque esta sala é minha há mais de vinte anos e tinhas a obrigação de saber”.

O professor, educadamente, ainda indagou: “professora não acha que você me deveria chamar para abordarmos o assunto distante dos alunos? Por este problema não ser meu, nem seu mas da direcção”...

- “Você …”!

Isto mesmo, o termo “você”, fez a professora descontrolar-se ainda mais porque considerou-se minimizada e disparou: “chame-me senhora que eu não sou da sua confiança e nem tens o meu nível. Desgraçado, nem te quero ver nunca mais que me dás nojo”...

Santa baixaria docente.

Com esta postura a engenheira, Maria do Rosário, macula a sua reputação e antes mesmo do tempo, coloca uma nódoa no seu curriculum, principalmente, numa altura que era apontada, como a possível reitora da Universidade da Sonangol, localizada na zona comercial do Belas Shopping, em Talatona.

“Se antes é assim, quando ela dirigir a universidade dos petróleos, queimará todo mundo”, lamentou um engenheiro, por achar baixo o nível académico para o cargo a que está indicada. Duvidas existem se esta arrogância se deve a um eventual parentesco com Manuel Vicente PCA da SONANGOL ou ainda ser esposa de alguém influente no regime. “Só isso pode justificar tanta sanzalice, arrogância e má educação”?

Tudo isso, por o maltratado professor, não ser nenhum estagiário ou assistente, mas PhD (Professor Doutor), com mais de quinze anos de docência na Faculdade de Engenharia e, talvez, por isso, não tenha chamado para o ringue a sua malcriada detratora…

Um aluno comentou: “culpados são os portugueses que nos deixaram um idioma complexo”, outro ficou-se por um seco: “é uma vergonha”!

Cenas destas não acontecem nem na Escola Primária do Funge, localizada no Bairro Operário, demonstrando ser comportamento típico de uma ressaca natalina mal curada.

Foi a todos os títulos um vergonhoso episódio, terminado com a intervenção de um aluno. A professora Maria do Rosário, principalmente, deveria penitenciar-se, considerando ter sido um mau dia, na sua vida académica, redimindo-se diante dos alunos e colegas, para assim recuperar um pouco da sua reputação e da classe em geral, quando se sabe ter ficado para trás o tempo do, “SABES QUEM SOU EU”.

Há necessidade de professores com formação pedagógica, de forma a episódios semelhantes não se repetirem nunca mais, em instituições de ensino superior, de forma a credibilização da instituição, que deveria, com este caso, abrir um processo disciplinar, para apuramento de responsabilidades. A aula é um momento sagrado do processo docente-educativo que não deve ser banalizado, pelos professores, pois qualquer situação extra-aula considera-se em pedagogia como um ruído no sistema e didacticamente interfere negativamente na aprendizagem do estudante. A universidade não é um parque de entretenimento de falsos intelectuais ou intelectuais descontrolados...

Recorde-se ainda que os estudantes da Faculdade de Engenharia da UAN são dos mais sacrificados desse país e não mereciam esta espectáculo de baixo coturno, por carregarem já o fardo de docentes-colaboradores, vinculados as empresas petrolíferas e submetidos ao regime 28/28 dias. Essa condição faz com que os discentes (alunos) estejam proibidos de gozar férias, por os mal-aventurados teachers (professores) só cumprirem com o programa lectivo, durante as férias, fazendo com que, na maioria das vezes, a matéria, seja ministrada sem o rigor exigido, por descontrolo dos responsáveis da instituição.

A abertura dos cursos pós-laboral nas universidades públicas, pode significar um ganho, se a eles for dada competência e rigor académico e não apenas apetência financeira.

Na Faculdade de Engenharia funciona o famoso ISTEA- Instituto Superior Tecnológico de Angola, vocacionado a formação de alunos aos graus de bacharel, equivalente a técnicos superiores, com propinas na ordem dos 200 ou 300 dólares mensais. No entanto, o que mais se reclama é de o esforço financeiro exigido aos alunos, não ser acompanhado de uma organização de referência dos respectivos cursos. Por este motivo se espera uma lufada de ar fresco, por parte da nova decana, cujo desempenho tem sido considerado de positivo, até aqui.

*manuelfernandof8@hotmail.com e um estudante espectador

2 comentários:

  1. Ainda não percebi o que têm os portugueses e o seu idioma a ver com o que se passou.
    Parece-me que na UAN não regulam bem da cabeça, nem alguns professores nem alguns alunos.
    Mas isto é no fundo o fruto dos ensinamentos que o EME durante mais de três décadas meteu naquelas tristes cabecinhas.

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  2. A falta de conhecimentos de pedagogia, psicologia, didácticas e matérias a fim que capacitam o indivíduo a titular-se de professor é verdadeiramente a razão de tudo isto. Não é o facto de ser engenheiro, mestre ou phd que oficializa a profissão de professor. Professor não é qualquer um. independentemente da sua formação e grau tem de ter a formação pedagógica.
    Abram os olhos e comecem a perceber que os erros partem simplesmente daí.

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