A UNITA, parece estar a viver novos ventos de intervenção política pública, depois da realização do seu conturbado congresso. Criou estruturas de intervenção e fiscalização dos actos do governo, tenta reconciliar as várias lianas internas e dar uma nova dinâmica a sua própria estrutura partidária.
No 13.01, o secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA, ao analisar os trabalhos preparatórios das eleições conduzidas ainda pelas estruturas governamentais, que consideram ter bastante inspiração e carga ideológica do MPLA.
Por este facto, os "maninhos" defendem a realização no mês de Fevereiro de uma ampla e rigorosa auditoria nacional e internacional ao Ficheiro Informático Central do Registo Eleitoral, visando credibilizar e dissipar todas as suspeições, atinentes ao processo de preparação de eleições.
"A auditoria visa", segundo os dirigentes do Galo Negro, "confirmar a boa qualidade da informação técnica armazenada desde 2007 e testar a integridade da base de dados a ser utilizada nas próximas eleições”.
Por esta razão a equipa de Samakuva diz não abdicar de fiscalizar os actos preparatórios do processo eleitoral e haver uma permanente necessidade do registo eleitoral ser realizado em conformidade com o artigo 107.º da Constituição, que estabelece "a organização dos processos eleitorais por órgãos independentes, cujo funcionamento, composição e competências são definidos por lei".
A par de um apelo a todos os angolanos para que se registem “para poder votar na mudança”, a UNITA manifesta disponibilidade para trabalhar com todas as forças democráticas e “patriotas” angolanos que “desejem mudar o regime em 2012”.
Desde o passado dia 05 e até 15 de abril está a decorrer em Angola a segunda fase do registo eleitoral, durante o qual as autoridades esperam recensear mais de 09 milhões de eleitores.
As próximas eleições gerais em Angola ainda não têm data marcada, mas segundo os prazos constitucionais deverão realizar-se a partir de 01 de setembro do corrente ano.
Durante a primeira fase, que decorreu entre 29 de julho e 16 de dezembro de 2011, foram registados 5.287.769 eleitores em todo território nacional, dos quais 493.383 se recensearam pela primeira vez.
Para garantir o sucesso do recenseamento, o Ministério da Administração do Território, que conduz o processo - o que tem motivado críticas por parte da oposição -, criou mais 120 brigadas de registo, que se juntam às 406 iniciais.
Confrontos MPLA-UNITA causam três mortos
Confrontos entre militantes do MPLA e da UNITA resultaram na morte de três pessoas supostamente afectas ao partido no poder e na detenção de cerca de oitos indivíduos da oposição, na comuna do Alto Hama, província do Huambo.
*António Capalandanda
Segundo relatos ouvidos pela Voz da América no local duas pessoas morreram imediatamente e uma outra acabou por falecer no hospital. Dos três feridos graves da oposição, dois encontram-se detidos, na sequência de pancadaria entre os membros das principais forças políticas angolanas.
O incidente ocorreu na madrugada segunda-feira e o número preciso de feridos ainda está por determinar. O clima é de tensão na localidade. Informações não confirmadas dão conta de populares a abandonarem a suas residências e se fixarem nas montanhas, com medo de sofrerem represálias.
Em declarações à Voz da América, o secretário comunal da UNITA do Alto Hama, Evaristo Hosse, disse que os militantes do seu partido agiram em legítima defesa, contra a suposta agressão de um grupo afecto ao MPLA, acusando a administradora daquela comuna de ter orientado as estruturas locais da sua organização partidária a desencadear actos de violência política.
"O secretário do MPLA do comité do sector da Bonga é quem organizou as pessoas, tendo transportado os indivíduos até ao Luvili," disse o político, acrescentando que " chegado no terreno, o secretário do Luvili organizou as pessoas e distribuiu o grupo em três bairros onde entraram em catanadas, resultando em morte e ferimentos."
Domingos Albano Tchissanda uma das testemunhas alega que os supostos agressores invadiram as residências na calada da noite, tendo destruído todos os haveres dos populares da comunidade de Luvili.
"Bateram as nossas portas com catanas, entraram. Partiram as cadeiras e mesas, todos os haveres das casas," contou Tchissanda.
A administradora do Alto Hama, disse que falaria para imprensa estatal, enquanto que o comando provincial da polícia remeteu os seus pronunciamentos para próximas ocasiões.
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