O Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS-Angola) pronunciou no passado 10.01.12 sobre o caso da fotomontagem publicada pelo F8, na sua edição 1075 do dia 5 de Janeiro de 2012. Na sequência de um erro, imediata e espontaneamente reconhecido. Impõe-se-nos enquadrar o acontecido no clima vivido em Angola neste andar para uma democracia que ainda se procura a si mesma. Reconhecemos que a liberdade de imprensa deu passos em frente rumo a uma possível conquista da equidade e da erradicação do medo de dizer mal do governo, mas a nosso ver, ainda estamos longe dessa definitiva anulação, eliminação ou marginalização de todos aqueles que se pronunciem um quanto vigorosamente contra o regime JES/MPLA.
No caso vertente, o F8 reitera o seu profundo repúdio pelo ataque de fantasmas sem rosto nem nome e lamenta uma vez mais sinceramente o empolar da situação assim criada.
O empolamento a que fazemos alusão é obra exclusiva de alguns meios de comunicação social públicos, que se lançaram com grande ímpeto para o centro de uma arena, com todas as suas armas, à espera de um “inimigo”desarmado e mesmo, por uma vez, a reconhecer ter errado.
A fúria foi tão grande, na Rádio Nacional de Angola e na TPA, que aconteceu algo de parecido com um feitiço a virar-se contra o feiticeiro, pois maior ainda do que a ira patenteada, foi a baixeza da empreitada, corriqueira, manifestamente organizada em bastidores improvisados com alguns personagens duvidosos, outros, ignorantes, outros ainda a pronunciarem-se publicamente num foro que está a anos-luz dos seus próprios foros, situados perto da Graça de Deus, que lhes impõe moderação e sigilo, que eles enviaram à ortigas para melhor poderem bajular.
Sendo este o figurino do que aconteceu, vejamos, pelo essencial o que “disse” o CNCS:
Ponto 1 - Considerou satisfatório o desempenho da comunicação social nacional no período de Dezembro, com excepção do Semanário Folha 8 que, uma vez mais e pela negativa (…).
Ponto 2 e 3 – Fez considerações sobre o carácter repetitivo de infracções cometidas pelo F8 (muitas delas vistas, na nossa opinião, por um prisma deformador dos facto) e anuncia que um processo está em curso para se pronunciar sobre o assunto.
Ponto 4 - «lamenta o tipo de empolamento dado por alguma media pública a este caso, que conduziu ao empobrecimento da abordagem em relação ao desempenho da média angolana na utilização abusiva de imagens de terceiros».
Ponto 5 - «encoraja e exorta os jornalistas angolanos, através das organizações sócio profissionais, a desencadearem um debate sobre a qualidade do produto jornalístico versus responsabilidade social, de acordo com reiteradas propostas que este Conselho tem feito e que nunca mereceram qualquer reacção mais positiva».
Numa rápida análise desta deliberação, o que sobressai (pontos 1, 2 com o anúncio do processo decorrente no ponto 3) é o carácter recidivista do F8, mais que o facto em si, a propósito do qual não é feita a mínima alusão ao acto de contrição e lamento imediato do nosso jornal. Portanto, uma postura severa que poderia, quiçá, ser considerada dentro dos limites de um certo distanciamento a visar equidade, mas não, não pode!...
Não pode porque o ponto 4 critica « (…) o empolamento (eufemismo) dado por uma certa media (outro eufemismo), que conduziu ao empobrecimento (mais um…) da abordagem em relação à media angolana na utilização excessiva (e mais este, no sentido do “pêlo”do F8) da imagem de terceiros».
Uma pouco clara deliberação (last, but not the least eufemismo) e esse é nosso. Isto seria quase cómico se o nosso bissemanário não estivesse no lugar do bode expiatório, alegadamente mil vezes perdoado.
Imprensa estatal vai liderar fraude eleitoral
Em função desta situação, F8 alerta a oposição e sociedade civil o quão espinhoso será o caminho para as eleições de 2012, pois não basta regozijar ter havido, um aparente reajustamento na Comissão Eleitoral Independente, se todos os meios de comunicação social do Estado, não se posicionam como meios públicos, mas meios partidarizados, extensão da linha e do pensamento do MPLA, mas pagos todos, sem excepção com dinheiro do erário público.
COMUNICADO F8
Na ausência do Director-geral do Bissemanário Folha 8, Doutor William Tonet a Direcção e a equipa de redacção do jornal, reunida na manhã do dia 09 de Janeiro de 2012, em sessão extraordinária, decidiu emitir o presente comunicado:
1 - Apesar do lapso cometido na edição 1075 do dia 30 de Dezembro de 2011, não dá o direito a qualquer confrade de vilipendiar o nome deste órgão de comunicação de massas, nem de avaliar o desempenho profissional do mesmo. Por outro lado, não cabe a instituição nenhuma sair em defesa de certas figuras, quando estas podem fazê-lo com toda a normalidade.
2 - Os órgãos da comunicação social que veicularam o Comunicado do Bureau-político, bem como as opiniões de elementos, grande maioria estrangeiros a matéria jornalística e leigos quanto as implicações sobre o material lesivo, em momento algum se dignaram a ouvir oficialmente a opinião do Folha 8 em conformidade com a lei vigente, constante no artigo 64, portanto, defraudando o rigor ético e deontológico de que seriam exemplares.
3 - Como é do conhecimento de todos, alguns indivíduos irão aproveitar-se do momento para se parecerem guardiões fiéis das individualidades referenciadas.
Luanda aos 09 de Janeiro de 2012
O colectivo de jornalistas do Folha 8
Então, aquilo que é considerado pecado venial e tolerado em quase todos os países do topo do desenvolvimento tecnológico, erradamente, talvez, mas em nome da santa tolerância (ver, imagens dos estadista a beijarem-se, o Papa numa de beijo profundo, Obama feito macaco e o humorista francês, Stephane Guillou, a ameaçar sodomizar Nicolas Sarkozy ao microfone da rádio France Inter) imagens e ditos de mau gosto (eufemismo, também), é apontado pelos moralistas do regime como sendo um “miserável pecado mortal” (adeus, tolerância cristã, não há perdão para os “fraccionistas!)? com tal posicionamento do CNCS mostra uma certa aversão ao F8.
Porquê?...
Porque, por exemplo, o Jornal de Angola em 2011 cometeu mais de 1800 erros de má conduta; atacou personalidades da oposição; fez cobertura noticiosa defeituosa e tendenciosa da sociedade civil não bajuladora, chamando nomes e ofendendo gente de boa postura moral; fez quase todos os dias a apologia do regime! E nada, nem um reparo?!...
A TPA com mais de 2500 falhas, não foi chamada à pedra pelo CNCS, pelo contrário, é exaltada pela sua muito má programação, que na maioria das vezes, atenta contra os valores mais elementares dop costume e tradição dos vários povos de Angola, promovendo o “paneleirismo”, o aborto e a má educação.
O CNCS não faz um balanço sobre a penosa relação entre uma estação pública e os filhos do Presidente da República, com prejuízos incomensuráveis aos cofres do Estado.
Sobre o comité de especialidade do MPLA, que controla todo o grupo RNA, que cometeu em 2011, mais de 4100 falhas!... o CNCS disse apenas: SILÊNCIO CAMARADA, porque a maioria batoteira é nossa!
O CNCS, não por motu próprio, mas por orientação expressa do BP do MPLA, saiu-se com um comunicado discriminatório, aberrante, que lamenta a actuação de "uma certa" média pública, sem especificar qual media, para depois dizer que após análise concluiu que toda imprensa esteve muito bem, com excepção do F8.
Brincadeira. Pois este é o pensamento musculado e também discriminatório do BP do MPLA, que orientou a maioria dos seus militantes “alojados” no CNCS, não para ver e analisar situações do foro jornalístico, mas eminentemente ideológico, “contra todos que o nosso partido assim ordene”
Assim o F8 por mais razão que tenha nunca poderá contar com o CNCS.
Atentemos pois, na íntegra, a deliberação deste órgão, e os comunicados do Sindicato dos Jornalistas e de alguns partidos políticos.
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