A Kilamba na pesca ao voto
No decorrer da semana que termina hoje, dia de publicação do nosso Folha 8, JES deu não um, mas dois tiros nos pés, a celebração do final da primeira fase da empreitada da cidade Kilamba e a colocação da primeira pedra do fabuloso complexo de luxo que vai do Largo da Corimba até ao fundo da Kazanga. Parece que não, mas é verdade, dois estilhaços nos “vitorinos”! E o que é mais grave não são os tiros que ele deu a si próprio, isso é lá problema dele, o pior é que o povo continua a sofrer enquanto na sua mente vão correndo pelos meandros do cerebelo laivos de orgulho e de vaidade pelo espanto causado pela faraónica empreitada da Centralidade do Kilamba e pelo grandioso projecto do complexo de luxo, ao timorense Horta, ao brasileiro Lula e à alemã Merkel. «Agora é que os estrangeiros vão ver como eu sou um grande governante». Bom, Horta, é verdade, esbugalhou os olhos e viu-se a imaginar a obra no seu Timorzinho das Ásias, mas Lula não disse nada e Merkel idem aspas, à parte aqueles piropos menuzinhos, para não ferir a vaidade do nosso chefe, na cabeça do qual a resolução do problema da habitação em Angola deu ali um passo de gigante, quando o que realmente aconteceu foi ele ter feito como esse rei que só tinha pescadores que pescavam em canoas do tipo dos ndongo da Ilha de Luanda e se queixavam de pesca fraca. O rei comprou um gigantesco barco-fábrica, como esses que nos vêm roubar os carapaus das nossas águas numa aterradoramente eficaz pesca de arrasto, deitou fora os ndongo e pôs os pescadores, sempre queixoso por falta de boa pesca, no gigantesco barco-fábrica. O que ele pensou foi ter resolvido os seus problemas, mas os pescadores não se adaptaram a tão brusco câmbio de relação com o mar. E deixaram de existir pescadores, e o barco-fábrica, agora sem pescadores, deixou de ser barco-fábrica e foi transformado em museu. Pelo menos enquanto se espera que sejam formados novos marinheiros, com mentalidade formatada e adequada aos barcos-fábrica!
Integrismo canhoto de Eufrazina Paiva
Esta, devia ter saído na semana passada ainda bem quentinha, mas por descuido não saiu, pelo que, nos baseando no rifão popular, “Mais vale tarde do que nunca”, ousamos servi-la esta semana já a fugir para o morno. Estamo-nos a referir à intervenção da camarada deputada Eufrazina Paiva no final da palestra proferida a 28 de Junho passado no Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR), pela jovem professora universitária Mihaela Webba, no quadro de uma «CONFERÊNCIA SOBRE TRANSPARÊNCIA, CORRUPÇÃO, BOA GOVERNAÇÃO E CIDADANIA EM ANGOLA» realizada pela Associação Justiça Paz e Democracia (AJPD). A camarada foi aos arames com as críticas tecidas pela conferencista e no final da sua palestrapediu a palavra. Na sua intervenção depois de ter realçado, indignada, que a dissertação da académica tinha sido mais “um ataque ao camarada presidente José Eduardo dos Santos” tanto mais descabido quanto é certo, na sua opinião, que em Angola já há reconciliação, dando como exemplo o facto de os membros da UNITA e do MPLA comerem juntos em cantinas. Aproveitou também a ocasião para desbobinar tudo o que tinha escrito numas cinco folhas inteirinhas de palavreado preparado em casa, como se ela já soubesse o que a professora Webba ia dizer. Foi várias vezes solicitada a terminar para dar tempo aos outros intervenientes, porém Mihaela Webba, entreviu em seu favor, pedindo que a deixassem terminar o raciocínio, o que acabou por ser uma espécie de presente envenenado que permitiu à camarada integrista estender-se ao comprido na sua lenga lenga. Não vamos perder tempo a repetir aqui as suas observações, tão cândidas quanto canhotas e parecidíssimas como os frequentes tiros nos próprios pés de que são exímios executantes muitos dos seus camaradas do MPLA. Mas esta cândida referência da reconciliação entre angolanos nas cantinas chega e sobra. A Eufrazina Paiva, o Folha 8 atribuiu uma medalha de ouro de mérito do acto falhado da semana.
A propósito de reconciliação
Até parece que a tirada de Eufrazina Paiva sobre a reconciliação nas cantinas foi ouvida e gente apareceu para provar que não é bem assim como ela diz. A reconciliação em Angola é um negócio de gabinetes, e entre gabinetes, uns do regime, outros do reviralho, tudo gente fina que se comporta nos estritos limites das regras de etiqueta, diplomacia e boa postura. A reconciliação é uma forma de estar que os angolanos em geral ignoram pela mais simples das razões, ela não sai à rua, fica acantonada nos ministérios, escrita preto no branco nos papéis com carimbo branco, ou nos carimbos a óleo em uso em todas as empresas, sejam elas do MLA ou não, dali, desse conforto, é que ela não sai. Na rua é um problema, a reconciliação nacional! No Bié, só para contrariar Eufrazina, 70 alunos foram expulsos das escolas por não terem participado no sábado, dia 2 Julho, num comício do MPLA encabeçado pelo governador provincial, Boavida Neto. O comício teve lugar no estádio do Sporting na cidade do Kuito, no mesmo local onde a cerca de algumas semanas esteve o líder da UNITA, Isaias Samakuva. Sobre o mesmo tema, há informações de que no município do Chitembo, um professor identificado por Fernando Graça que responde pelas actividades escolares expulsou da sala de aulas um grupo de alunos da sétima classe das turmas B e D pelas mesmas razões. Mas isso não tem importância nenhuma, tanto mais que o Comissão Par(a)lamentar de Inquérito (CPI) concluiu que no Huambo a reconciliação nacional seguia os seus trâmites e que não havia qualquer espécie de discriminação por parte dos órgãos do Estado. Ora aí está, a reconciliação vive nos gabinetes do Estado. Parabéns ao MPLA e aos “Inquiriquês”.
Agostinho Chicaia em Liberdade
Foi com muita alegria e, diga-se, alívio, que tomámos conhecimento da saída de prisão do activista Agostinho Chicaia, ex-presidente da Associação Cívica de Cabinda Mpalabanda, que tinha sido preso no aeroporto de Kinshasa no início deste mês quando embarcava para o Zimbabwe para uma reunião de ambientalistas sobre a biodiversidade em África. Na semana passada demos a nossa opinião sobre a ocorrência e não nos inibimos de fazer a crítica que se impunha a um pseudo-governo angolano que nada fez para ir ao socorro do seu conterrâneo positivamente mergulhado num situação em que a sua própria vida estava em perigo. Numa entrevista concedida ao Club K - que a nossa ministra da Comunicação Social não lê, para que na lama não caiam os seus parentes mais próximos -, Chicaia explicou que tinha recebido de várias fontes a informação de que a R. D. Congo enviou duas notas diplomáticas a Angola. A primeira para notificar que ele tinha sido detido por constar numa lista com nome de supostos terroristas angolanos. E depois dessa, as mesmas autoridades congolesas esperaram e como não obtiveram resposta, voltaram a enviar outra nota no dia 4 de Julho a pedir uma resposta em 48 horas ou procederiam à libertação do pacífico terrorista (só no mental).
Como Angola não respondeu, podemos acreditar que por uma vez o autismo endémico do regime actual serviu para alguma coisa, mas não, o que aconteceu é que Agostinho Chicaia foi solto graças a pressões e reacções de toda a parte, de políticos, académicos - uma dessas vozes importantes que se fizeram ouvir foi a da britânica Jane Goodall -, isto sem esquecer a sociedade civil em Angola, os partidos políticos e o papel da doutora Ana Gomes, que tomou a iniciativa de escrever ao presidente Joseph Kabila na sua qualidade de eurodeputada.
Dois pesos, duas medidas
1) Aqui há uns tempos atrás, um jovem autóctone de 18 anos, correctamente vestido, estando de passagem pelo Shoprite do Cazenga dirigiu-se para a prateleira em que se encontravam expostos chocolates e tentou abrir um deles. Nesse preciso momento foi surpreendido por dois seguranças que o dominaram e o levaram de imediato para uma discreta sala do Centro Comercial prevista para casos desse género. E sem outra forma de processo foi nesse local que ebeleguins pegaram no moço e levaram-no até à caixa, onde ele pôde pagar pelo dobro do preço os 225 Kzs das indigestas tabletes e, enfim, levar para casa os chocolates e as subsequentes equimoses sob o olhar indignado da clientela presente.
2) Aqui há uns tempos atrás, um kota de raça branca foi interceptado à saída do supermercado “Jumbo” por um segurança do estabelecimento que lhe fez a seguinte pergunta: “O senhor, por acaso, não se esqueceu de pagar nada?, não tem nada nos bolsos?”. O homem ao ver que tinha sido apanhado em flagrante delito, pois tinha mesmo nos bolsos mercadoria que não tinha pago na caixa, disse que sim, que tinha e prestou-se imediatamente a entregá-la. Mas o segurança recusou e sugeriu que essa entrega fosse feita numa sala do estabelecimento prevista para esse efeito. Aí chegados, o cleptómano restituiu a mercadoria, o segurança recebeu-a e em seguida ambos se dirigiram a um balcão onde o indelicado cliente pagou o montante correspondente à mercadoria roubada, pôde assinar um documento sob uma falsa identidade - formalidade sugerida pelo próprio agente da segurança -, e depois foi-se tranquilamente embora. Porquê dois tratamentos tão diferentes um do outro?
Um peso duas medidas
No banco BIP, agência das imediações da clínica Multiperfil, no Morro Bento, o atendimento dos clientes obedece a um ritual bastante esquisito. O cliente, em geral, é recebido segundo a sua aparência cromática, ensombrando-se o semblante dos funcionários bancários proporcionalmente ao escurecimento da pele dos clientes que entram na agência, e de maneira tão flagrante e vexatória para os “escurinhos” ali presentes, que um dos nossos colegas de Redacção, de raça branca, se sentiu na obrigação de fazer um reparo ao ser eleito “personna VIP” perante uma multidão de gente de raça negra que estava à sua frente na fila de espera. Primeiro, para pedir o saldo. A empregada de balcão ignorou as três primeiras pessoas da fila para o atender, pelo que o nosso colega lhe fez a observação que se impunha a qualquer pessoa bem-educada, «Não tenho pressa, e estas pessoas chegaram antes de mim». Esperou pois a sua vez e depois de lhe ser comunicado o seu saldo, ele preencheu um formulário ao balcão - o que é negado aos autóctones”, veio ele a saber mais tarde – e pediu para fazer uma transferência de fundos. A empregada pegou no formulário, o nosso colega jornalista passou à frente de uma longa bicha de mais de dez pessoas e foi atendido antes de todos os que ali se encontravam à espera da sua vez. Todos eles de raça negra! «Mas…não tenho que fazer fila?», perguntou ele, ao que a funcionária que o tinha atendido respondeu, «Não se preocupe, passa do balcão directo ao caixa, fazemos isto com toda a gente».
Será?, Temos a impressão que não, o que é inadmissível.
As nossas maravilhosas meninas no auge
Assistimos no passado sábado, dia 9 de Julho, a um espectáculo extraordinário, a final entre o 1º d’Agosto e o Perto de Luanda, do campeonato de Angola de andebol feminino. Em campo duas das melhores equipas de andebol feminino do mundo! É verdade. Só de pensar que estas meninas já foram não sei quantas vezes campeãs de África pela equipa nacional, que os campeonatos a nível do nosso continente se terminam quase todos por uma final entre o Petro e o 1º d’Agosto, que se houvesse uma terceira equipa angolana talvez ela ficasse em terceiro lugar nesses mesmos campeonatos, enfim, a supremacia no nosso país nessa área de desporto é avassaladora. Parece mistério, tanto mais que as competições caseiras, nacionais, até há bem pouco tempo eram muito pobrezinhas e de fraquíssima concorrência. Mas bem vistas as coisas, não há mistério nenhum, porque as nossas meninas, essas que têm sete, oito, nove, até aos 13 ou catorze anos nunca se fartam de jogar ao “Kwata” com uma bola de trapos.
No jogo do Kwata tem duas meninas separadas ai de uns dez a quinze metros, uma em face da outra e a lançarem uma à outra uma pequena bola de trapos com muita força, o mais rapidamente possível. Entre as duas, postam-se mais duas ou três meninas e o objectivo é atingir com a bola de trapos uma delas. Quando isso acontece, diz-se, a menina. “é morta” e sai do jogo. Caso tenha esquivado e a bola não a atinja, ela e as outras que estão no centro do jogo aproveitam o momento em que se recupera a bola para ir enchendo umas garrafas de gasosa ou cerveja com areia, que depois derramam no solo em sinal de vitória quando estiverem cheias. E assim de seguida. Esse jogo, tipicamente angolano, é um fantástico treino para as meninas que queiram mais tarde dedicar-se ao andebol! Estamos convencidos de que, quando houver em Angola competições de andebol alargadas a nível nacional, o nosso país tem hipóteses de um dia vir a ser campeão do mundo de andebol! Acreditem, isto não é brincadeira!
Arreganho póstumo de Saramago
Esta aqui a seguir chegou-nos em directa linha de Portugal onde o clima é por demais incerto e o que se avizinha se parece muito com uma daquelas borrascas que ficará na história pior do que a “História Trágico-marítima” desse esplendoroso povo. Com a “casa” penhorada, os patrões vão agora privatizar tudo o que têm de mais rentável para pagar o kilape, ao que, retrospectivamente se adapta como luva na mão um escrito que o falecido José Saramago, Prémio Nobel de Literatura, escreveu num dos seus intimistas “Cadernos de Lanzarote e aqui vai ele, inteirinho, qual peixe vendido ao preço a que foi comprado:
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, p...rivatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos».José Saramago - Cadernos de Lanzarote - See MoreBy: A Luta Continua Jm
Exemplo de como de desgoverna em Angola I
O antigo administrador do Rangel, Maciel “Makavulo”, continua a dar, mesmo depois de ter sido afastado, a impressão de que aprecia sobremaneira os conflitos. Depois de se ter notabilizado no ano de 2006 em agressivas campanhas contra o PADEPA de Carlos Leitão e ter, na sequência das suas musculadas iniciativas, algumas delas ilegais, obtido a bênção do novo guerrilheiro urbano, Bento Bento, designado pelos seus inimigos de estimação , “Baba-ódio”, celebrou a 16 de Maio de 2008 um contrato com a empresa de construção civil Casa Kebo, no sentido de essa empresa reabilitar as ruas da Estremadura e do Alentejo no bairro da Terra-Nova e asfaltar as ruas do bairro Marçal. Mas sem sucesso, pois excepto uma ou duas ruas, em todas as outras o mais que se fez foi a terraplanagem de algumas, mais nada. Para esses trabalhos foram desbloqueados mais de 2 milhões de dólares. O contrato entre as partes previa que a administração do Rangel pagaria 50% do valor e, depois, ao meio, pagaria 25% e outros 25% no fim. Mas o bom do “Makavulo”, depois de ter pago uma tranche nesse dia 16 de Maio, com a assinatura do contrato, e outra a 3 de Julho, em Setembro do mesmo ano, pagou tudo, tudinho, supostamente para assegurar o aceleramento das obras na rua da Estremadura. Entretanto, a Casa Kebo ficou-se nas tintas para a conclusão dos trabalhos. Contactada por carta, a dita empresa respondeu que “tão breve quanto possível retomaria as obras”, o que não aconteceu. E os dois milhões, então, será que teriam voado?
Exemplo de como de desgoverna em Angola II
Os 2 milhões de dólares voar não voaram, ou melhor, “aterraram”. Maciel “Makavulo” deu as suas explicações do caso, mas nos seus argumentos havia tantos furos que quase se podia ver o kumbú por trás deles. Para começar, e à parte este ponto importante de ver o nosso dinheiro de contribuinte a “aterrar” nos bolsos de políticos e empresários pançudos. é bom que se saiba que em 2006, Maciel Makavulo” foi a dada altura uma figura influente do município. Animou politicamente o bairro e deu nas vistas, como supracitado, ao travar brigas com o extinto PADEPA, de Carlos Leitão; além disso, meteu-se noutras alhadas e o Movimento Revolucionário de Intervenção Social (MRIS) do Rangel colou-lhe em cima um processo judicial por invasão de privacidade e rapto reflectido no abuso de poder, ao mandar prender os jovens desta associação sem mandato policial, à moda antiga, com capangas a fazer o trabalho por sua conta; a dada altura, a inépcia e incompetência do empreiteiro Casa Kebo, que, segundo parece é gerida por um kamba, tornou-se de tal modo evidente que houve populares que agrediram um dos seus engenheiros responsáveis da obra e esta foi entregue a pessoas avulsas que viviam de biscates. Como se não chegassem conflitos com entidades alheias ao ÉME, “Makavulo” não viu reconhecidas as suas aptidões para a briga e caiu em desgraça aos olhos do novo guerrilheiro urbano “Baba-ódio… isto sem podermos passar sob silêncio o fundamental, ou seja, o facto incriminatório de o ex-administrador do Rangel saber muito bem que antes desta empreitada de mais de dois milhões de dólares, em 2006, a Casa Kebo se tinha envolvido em problemas com o governo provincial do Bié por ter abandonado uma obra na cidade do Kuito. Puxa, se Makavulo avançou a totalidade do orçamento antes da conclusão das obras e não foi para repetir com algum benefício pessoal a dose do Bié aqui em Luanda, por que teria sido!!?... Mistério!
Saúde mental e as “Igrejas”
Um especialista em psiquiatria, ligado ao Hospital Psiquiátrico de Luanda, declarou recentemente que a razão que explica o tão alto índice de gravidade do estado de saúde dos pacientes que em Angola recorrem aos serviços dessa unidade hospitalar, deve-se essencialmente a um lento agravamento da doença que lhes é comum, por seguirem em geral no ponto final de uma caminhada na vida com os mesmos trâmites. Todos passam pelas mesmas chicanas da vida, a começar por uma série de tomadas de atitudes desconexas e por vezes gravosas, que são tão mal aceites pela família que o prevaricador, de facto, apenas atingido por algum desequilíbrio mental, se vê rejeitado e por isso recorre, primeiro a outros membros da família, depois a amigos ou pessoas bem colocadas que o possam ajudar, e caso não encontre bóia de salvação, “recorre a uma dessas seitas e Igrejas que por aí há e têm por vocação prometer sarar tudo o que é possível sarar, excepto a morte, que da morte ninguém te cura”...
Essa “Igrejas” parecem-se com “banha da cobra”, curam tudo e mais alguma coisa, evidentemente contra o pagamento de “um pequeno dízimo”. O problema é que passada a euforia do encontro e a junção dos interesses do doente com os da “Igreja”, asdízimos de um lado, manobras de persuasão do outro, e pouco mais, a maleita de que ele sofre reaparece com o retorno à desilusão total: nem sequer Deus foi capaz de curar o mal de que padece o infeliz! E nessa altura, o estado de saúde do pobre cidadão atinge o fundo do desespero. Ei-lo pois a recorrer, desesperado, aos serviços do HPL.
Desde há muito tempo que o Folha 8 previne os cidadãos para não irem na cantiga dessas curas prometidas por “Igrejas” falsas, onde os milagres também são falsos, pois a esmagadora maioria dessas seitas e falsas igrejas nada mais são que ninhos de pançudos, vigaristas e “prestipalradores” muito perigosos.
Hospitais perigosos… Cuidado!
Recentemente, um alto dignitário da UNITA propôs com algum a-propósito a demissão do nosso ministro da Saúde, ……Van Dúnen. Mais recentemente ainda várias dolosas ocorrências vieram consolidar o bem fundado dessa proposta e dentre todas elas (são muitas, basta ir ao hospital Pediátrico de Luanda para colher um monte) seleccionamos duas das mais deprimentes para a nossa condição de seres humanos fragilizados numa sociedade que não é capaz de nos socorrer.
Na Maternidade do Lubango deu entrada para ter o seu bebé uma senhora nossa conhecida na noite de 26 para 27/06/2011. O bebé, nascer, nasceu, por volta das 8.30h, só que foi obrigatório recorrer a uma cesariana. Inútil, pois foi feita depois de o bebé já ter morrido!!! Era um menino com 5,200kg, perfeito, e a pergunta vem à mente, como mar vem à terra, é: por que razão estas coisas continuam a acontecer? A quem pedir responsabilidades? O Folha8 acrescenta o seu pedido ao evidente pedido dos familiares desta nova vítima da incompetência nacional: a quem de Direito exigir que se digne a dar uma explicação? Desta vez vão dizer o quê, se for provado, como será o caso presente, que nas ecografias era evidente que o bebé era muito grande? Será que ninguém viu? O segundo caso é ainda mais estúpido.
Três dias mais tarde, a 30 de Junho passado, morre,,, mais uma criança. De 10 meses. Defronte, mesmo defronte ao portão do Hospital Américo Boavida! Mas porquê!? Porque o guarda rejeitou a entrada da mãe com o seu bebé. O melhor é não comentar.
Guião angolano para pacóvio
Um guião comum a todos os programas de índole social realizados pela TPA resume-se a uma confrangedora mediocridade. Aparece o locutor a dizer que o executivo, ou o governador, ou o Bento Bento, ou qualquer outra espécie de “Yes-man” do aparelho do Estado, realizou uma obra que custou “Xis” e foi paga pelo Executivo pelo montante de “Xis vezes dois”, o que, evidentemente ele não diz, vêm atrás dele as “insígniaficantes” personalidades de relevo do local em que nesse dia há festa, entre sobas, quadros superiores e padres, chegam a corre as criancinhas e os dançarinos para dar uma ar da sua graça à “Cultura Nacional”, e depois do cortar da fita que celebra a inauguração da referida obra, o mesmo locutor faz as sua entrevistas. Sempre iguais, iguaizinhas uma às outras. Vem de lá uma senhora, ou um senhor, perfeitamente miseráveis, a dizer que para eles foi um dos dias mais felizes das suas vidas e que só têm que agradecer o presidente da República. E até parece ser mais um voto para o MPLA, no papo, na cabeça dos promotores desses eventos, o que nem sempre é verdade.
Uma inauguração, um soba e uma testemunha todos eles a agradecer o JES
O “fabuloso” crescimento económico de Angola
Em Angola, entre o crescimento e o desenvolvimento as discrepâncias são abismais. Porém, as razões que justificam tal disparidade, embora sejam perfeitamente conhecidas, são esquecidas , ou voluntariamente postas de lado pelos promotores da propaganda nacional de desenvolvimento “SUPER”da nossa muito pouco competitiva economia: É que, por mais impressionantes que sejam as taxas de crescimento económico, a miséria continua a crescer. E, para compreender o que queremos informar aos angolanos menos prevenidos e muito sujeitos a manobras enganosas levadas a cabo pelos especialistas de propaganda governamental, basta dizer o seguinte: quando se fala na televisão de crescimento da nossa economia de dois dígitos, entre os maiores do mundo, o significado disso baseia se naquilo que tínhamos antes de esse cálculo ser feito. Assim, podemos dizer que, depois de terminada a guerra, Angola não partiu do nada, partiu dos escombros. Quer dizer, mesmo nessa altura, ao sair dos escombros para o nada entende-se como crescimento. Dito de outra forma, quando se sai de menos um para 0, cresce-se 100 por cento. É, pois, desta forma que deve ser interpretado o crescimento de Angola, que mesmo que, a certa altura, tivesse sido de 100 por cento, era então muito mais insignificante do que, por exemplo, o crescimento de 0,7 por cento de uma economia avançada.
Cheira a Zé Maria que tresanda
Toda a gente deve já estar ao corrente de que Chicaia, ex presidente da Associação Cívica de Cabinda Mpalabanda, foi preso no aeroporto de Kinshasa no início da semana passada quando embarcava para o Zimbabwe para uma reunião de ambientalistas sobre a bio-diversidade. Na altura, as autoridades congolesas disseram que o seu nome constava de uma lista de nomes de pessoas a serem detidas a pedido das autoridades de Angola. Mas Luanda diz não ter feito esse pedido.
O advogado David Mendes reuniu-se em Luanda com representantes dos serviços consulares do Ministério das Relações Exteriores que lhe disseram “não terem nenhum acordo nesse sentido” acrescentado que “se houvesse algum mandato de captura pela Interpol teria que ser executado a partir de Brazaville onde Chicaia está como residente a fim de mais facilmente coordenar um projecto ambiental sobre a conservação da floresta do Maiombe.
Entretanto diz-se por aí à boca cheia que representantes angolanos se vão reunir, provavelmente, com representantes dos serviços consulares da Republica Democrática do Congo para discutirem a questão. Enfim ninguém sabe por que razão exacta ele foi preso mas a verdade é que ele se encontra detido, pelo que as autoridades angolanas disseram precisar de colher informações das autoridades congolesas sobre as razões da sua detenção “para que o governo angolano possa tomar uma posição”.
Tudo isto é simplesmente nojento, pois mesmo que não se saiba por que razão Chiacaia está preso, o que é pura mentira, a obrigação das autoridades angolanas era ir de imediato ao seu socorro sem precisar de participar em reuniões pimbas.
Israel Kamalata, do F8, agredido por homens de Muteka
Na sequência de uma queixa formulada pela bancada da UNITA, a Assembleia Nacional decidiu criar uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, com o intuito de apurar a veracidade dessas queixas que se referiam pelo essencial a ameaças de diversa estirpe, agressões físicas e actos de vandalismo cometidos sobre indivíduos cujo único crime era serem militantes activos do Galo Negro. Segundo o que revela o Club k, «neste processo, as Entidades Administrativas locais teriam induzidos os soba a contrariar os depoimentos dos militantes da UNITA. porém, ao longo das sessões de auditoria foram apresentados factos considerados “indesmentíveis”, como é o caso de uma Srª que foi fracturada a perna esquerda no município do Bailundo, tal como o caso de um militante da UNITA identificado por “Martins Kuenda, que foi queimado com gasolina por militantes do MPLA na Chipipa quando reinstalavam o Comité Comunal da UNITA, entre outros».
Por outro lado, o inquérito levado a cabo pelo CPI terminou com um caso de agressão claramente provocado pelas autoridades do Huambo ao mais alto nível. O caso aconteceu, quando o jornalista do Folha8, Israel Samalata, foi molestado pelos guardas do Governador Provincial do Huambo, Faustino Muteka, alegadamente a mando deste. O incidente ocorreu numa altura em que o nosso jornalista pretendia entrevistar o Governador. Com ele, encontrava-se Nelson, do Semanário Angolense, que teve menos sorte do que o Israel: não só foi molestado e temporariamente espoliado, como o nosso correspondente, mas também foi preso por algum tempo.
Agora estamos à espera do relatório do CPI. Apostamos um kopeck contra dez grades de Água do Bom-Jesus como nada disso tem importância.
um certo número de sobas e até mesmo Administradores Municipais (por, excederam-se em pronunciamentos anti-democráticos e eivados de incitações directas a um certo tipo de intolerância conotado como uma manifestação de racismo. Por exemplo, o Senhor Somakessenje Administrador da Caála foi obrigado mais de uma vez a interromper pelo menos um dos seus discursos, observou uma testemunha local.
Ordenada a soltura de Strauss Khan I
Estávamos mesmo a fechar o jornal quando caiu a bomba: o juiz do caso Strauss-Khan vai ordenar a soltura do insigne prisioneiro. O Folha8 tem uma ideia bem assente das razões quo o levaram a tomar essa decisão.
Na manhã de 14 Maio, o dia em que foi preso, Dominique Strauss-Kahn (DSK) tinha sido aconselhado pelos serviços secretos franceses (DGSE) a abandonar os EUA e regressar rapidamente à Europa, descartando-se do telemóvel para evitar que pudesse ser localizado. A delicadeza da informação secreta que lhe tinha sido entregue por agentes "d...elatores" da CIA justificava tal precaução.
Strauss-Kahn tinha viajado para os Estados Unidos para clarificar as razões que levavam os norte-americanos a protelar continuamente o pagamento devido ao FMI de quase 200 toneladas de ouro. A dívida, com pagamento acordado há vários anos, advém de ajustes no sistema monetário - "Special Drawing Rights" (SDR's).
As preocupações do FMI sobre o pagamento norte-americano ter-se-iam avolumado recentemente. Nesta viagem Strauss-Kahn estaria na posse de informação relevante que indiciava que o ouro em questão já não existe nos cofres-fortes de Fort Knox nem no NY Federal Reserve Bank.
Mas Strauss-Kahn terá cometido um erro fatal: ligou para o hotel, já da plataforma de embarque, pedindo que o telefone lhe fosse enviado para Paris, o que permitiu aos serviços secretos americanos agir nos últimos minutos. O resto dos factos são do conhecimento público.
Strauss Khan II
Já em prisão domiciliária, em Nova Iorque, DSK terá pedido ajuda ao seu amigo Mahmoud Abdel Salam Omar, um influente banqueiro egípcio. Era muito importante, para fundamento da defesa, que o egípcio lhe conseguisse obter a informação privilegiada sobre a "mentira" do ouro, que DSK tinha deixado "voar" em NY, para justificar a teoria da perseguição. No entanto a intervenção voluntariosa do banqueiro egípcio saiu gorada. Dias depois Salam Omar foi igualmente preso nos Estados Unidos, também ele acusado de assédio sexual a uma empregada de hotel. Relatórios de diferentes serviços secretos internacionais convergem na conclusão: os factos que motivaram a prisão do egípcio são altamente improváveis, Salam Omar é um muçulmano convicto e um homem com 74 anos de idade.
A inversão de sentido na história da suite do Sofitel de NY começava aqui a ganhar consistência e outros factos viriam ajudar.
Em Outubro de 2009, Pequim terá recebido dos EUA cerca de 60 toneladas de ouro, num pagamento devido pelos americanos aos chineses, como acerto de contas no balanço de comércio externo.
Com a entrega, Pequim testou a genuinidade do ouro recebido tendo concluido que se tratava de "ouro falso". Eram barras de tungsténio revestido a cobertura de ouro. As 5.700 barras falsas estavam devidamente identificadas com chancela e número de série indicando a origem - Fort Knox, USA.
O congressista Ron Paul, candidato às eleições presidenciais de 2012, solicitou no final do ano passado uma auditoria à veracidade das reservas do ouro federal que foi rejeitada pela administração Obama.
Numa entrevista recente, questionado sobre a possiblidade de ter desaparecido o ouro federal de fort Knox, o congressista Ron Paul gelou os interlocutores respondendo liminarmente: "É bem provável!"
Strauss Khan III
À "boca fechada" têm vindo, aqui e ali, a escapar informações, a avolumar-se incertezas sobre as reservas de ouro norte-americanas. Mas as notícias referentes aos fortes indícios que de o ouro seja apenas virtual têm colhido uma tímida atenção na comunicação social americana.
A "verdadeira história" por detrás da prisão de DSK, agora pública, consta de um relatório secreto preparado pelos serviços de segurança russos (FSB) para o primeiro-ministro Vladimir Putin. Talvez por isso Putin tenha sido o primeiro lider mundial a assumir publicamente a ideia de que DSK terá sido "vítima de uma enorme conspiração americana".
Estes factos, a confirmarem-se, em nada ilibam DSK na suspeição que sobre si recai do eventual crime de assédio sexual a uma empregada do hotel mas, quem sabe, essa possa revelar-se como a pequena e ingénua ponta de um grande iceberg.
A ser verdade, os serviços secretos norte-americanos, seguramente bem informados, terão sabido tirar partido das fraquezas do inimigo-alvo, aniquilando-o com eficácia cirúrgica - um pequeno crime de costumes, tão ao gosto do imaginário popular, pode bem ter contribuído para abafar crimes de contornos bem mais sérios, por eliminação de testemunha ou de prova.
Entretanto DSK prepara activamente a defesa em tribunal arregimentando já um verdadeiro "crack team" de ex-espiões da CIA, investigadores, detectives e media advisors.
Aleluia, WT na Ecclesia
Aleluia! Depois do ostracismo lançado ao Folha 8 pela Rádio Ecclésia, no dia passado dia 18 de Junho o nosso director, William Tonet, foi convidado a participar num dos seus mais respeitados programas, o “Debate Informativo” das matinas de sábado. Com ele tinham sido igualmente convidados os jornalistas Ismael Mateus e Mário Maiato, a ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira, e a sindicalista, Luísa Rogério. Dentre os jornalistas, apareceram Mambo da Silva e o nosso director, as Excelentíssimas dirigentes tinham mais que fazer, e o Ismael Mateus, esse não podia, é que não podia mesmo estar presente, entre outros motivos por hoje estar também a ver ao longe um poleiro de dirigente que lhe será outorgado um destes dias, enfim, mais cedo ou mais tarde. Se se portar bem, claro está! Sendo por estas ou outras razões, pouco importa saber por que reais motivos eles não apareceram. A verdade é que foi uma boa decisão, pois argumentos não tinham eles a opor às críticas que foram magistralmente formuladas por WT e pelo seu companheiro do dia, o jornalista, Mário Maiato.
Lamentamos no entanto que seja cada vez mais evidente o impossível sonho democrático de pôr em cima da mesa argumentos que se opõem e levá-los a público para serem devidamente analisados e, se for possível, optar, digamos, pelo menos mau! É que, como desta vez, gente do MPLA nunca aceitou, não aceita e se calhar nunca aceitará debater em público assuntos de interesse nacional. Esses “mambos”, pensam eles, são do nosso “feudo” e ninguém tem nada a ver com isso! Democracia, n’é?
Passo de gigante “in memoriam”
Encontramos no nosso baú de velharias uma A Quente’s datada de 2005, isto é, de cerca de um ano antes de uma das reanunciadas eleições, sendo esta a que abortou em 2006. Escrevemos então que «Na última semana do mês de Julho teve lugar em Luanda um acontecimento singular, excepcional pela sua importância política e pelo altíssimo pendor simbólico que encerra. São gestos deste calibre que todo o angolano que se preza espera do Governo e, como neste caso preciso, do senhor Presidente da República. Tanto assim é que a redacção do Folha 8 decidiu organizar um plebiscito a fim de apurar se deveria ou não fazer acto de penitência e apresentar ao Chefe do Estado não só as suas reiteradas desculpas por alguma crítica mais acerba saída da pluma de um ou outro dos seus “desinformalizados” redactores, a propósito de tudo o que diz respeito ao seu consulado, único, de já lá vai para mais de 26 anos (único em muitos aspectos, por exemplo, por ser duplo e porque um destes dias será triplo e mesmo único no mundo, e digno de entrar no Guiness Book dos Recordes no que concerne a sua longevidade), mas também, pela mesma ocasião, felicitá-lo pela arrojada e espectacular decisão que tomou. Trata-se de um acto exemplar, que se insere na senda dos prodigiosos progressos que Angola tem feito da sua tortuosa rota rumo à democracia. Vejam só: o primeiro-ministro, teoricamente Chefe do Governo, mas que não é chefe a não ser de família e pouco mais, foi autorizado pelo Presidente da República, que se arroga o direito de ser Chefe do Governo e ocupa o seu lugar, a convocar e presidir uma sessão do Conselho de Ministros para análise e aprovação do regulamento da Lei Eleitoral. Na nossa “drôle de democratie” trata-se de um passo de gigante. Pena é que essa autorização tivesse sido dada só para uma sessão. Mas a prudência morreu de velho e mais vale rédea curta, não é, senhor Presidente»?!
A maka é que, quanto a progressos rumo à democracia, hoje, passados seis anos, estamos ainda mais atrasados que em 2005, e o ideal democrático angolano cada vez mais se parece com uma fugaz miragem.
Tsunami de Pub no Canal 2
Parafraseando “lato sensu” a expressão «Quanto mais conheço os homens, mais eu gosto do meu cão», podemos, sem medo nenhum de errar, dizer que, «Quanto mais vejo o Canal 2, mais eu gosto do Canal 1», o que realmente constitui uma bofetada sem mão aos mentores daquele, visto que este, o Canal 1, também é bastante pobrezinho, embora inclua na sua programação um ou outro programa de alta qualidade. O único ponto em que o Canal 2 ganha ao primeiro, é na sector de “Informação”, mas por um motivo pouco abonatório, uma vez que a razão da vantagem se prende unicamente com o facto de haver menos “Desinformação” no Canal 2, quer dizer, menos horas de antena por dia a debitar notícias, portanto, menos oportunidades para enviar atoardas para o ar. Fora disso, a programação deste “canalzito” é um desastre cada vez mais inquietante.
Esta semana, por exemplo, os telespectadores tiveram de gramar várias vezes por dia um mesmo espalhafatoso bloco publicitário de eventos diverso, espectáculos de teatro e outros musicais, que te deixam com vontade de rogar pragas durante uns bons 15 minutos, à espera do programa que queres ver, como sejam a segunda parte de um desafio do Girabola ou a telenovela da noite. Quinze minutos de publicidade!!?...Seguidinha!?... Isso é quase um programa inteiro, meus senhores! Esses cavalheiros estão a gozar com quem?
A voz da verdade é ela
A boa da Analtina Dias, que se debate actualmente com um profundíssimo dilema ontológico, no que toca ao possível, ou impossível convívio entre o programa de entretenimento de que ela é protagonista na rádio e o solene, rigorosamente formal e formalmente rigoroso Telejornal das Vinte e Trinta da TPA1, entrevistou na passada sexta-feira, dia 24 de Junho, a Senhora Ministra da Energia e Águas, Manuela Vieira Lopes, e, francamente, gostámos muito do seu trabalho. Via-se que a governante estava pouco à vontade para responder, não obstante dar provas de conhecer bem o dossiê energia do seu pelouro. A razão desse aparente mal-estar dever-se-á a um certo número de factores não identificados, mas um deles nós vimos claramente que era por as questões levantadas pela Analtina serem excelentes pela sua pertinência. A um dado momento a jornalista perguntou por que razão continuava a haver tantos cortes de energia na cidade capital, ao que a ministra respondeu com os esbatidos argumentos do aumento de população urbana e a falta de giga watts disponíveis, e mais por esta e mais outra qualquer razão, mas que tudo estava previsto para esses problemas serem resolvidos. E vai a Analtina a sair-se com a boa pergunta, «Sim, mas quando?»... Momento oco na entrevista, com a Senhora ministra a procurar uma resposta digna. O que, após alguns segundos de hesitação, ela acabou por encontrar. «Entre 2013 e 2016», disse ela, como se fosse uma certeza.
Vamos ficar à espera, mas se isso acontecer, já viram as genuflexões que vamos ter de fazer a JES, agradecer?
Na semana passada, o novo “Guia Imortal” resolveu organizar uma sessão do Conselho de Ministros no Kuando Kubango, Aqui, na Redacção do F8 esta viagem ao extremo sul de Angola cheirou logo a uma jogada de campanha eleitoral, e houve quem dissesse que não admiraria que doravante assistíssemos a outras viagens deste género, uma ao Cunene, outra às Lundas, talvez também a outras províncias em que o MPLA está mais tremelicas no que toca a impacto eleitoral.
Talvez nos enganemos, mas, de qualquer modo, o eterno problema é saber em que pé temos de dançar com este e qualquer outro magnânimo gesto de Sua Excia. Isto, porque, o que normalmente acontece com este tipo de atitude é a gente pôr-se a aplaudir - neste caso estamo-nos ao novo Guia Imortal -, exactamente como quando depois de repetidas falhas de energia eléctrica ou de água, os seus súbditos, em vez protestarem com veemência quando ela falha, aplaudem freneticamente quando ela vem.
Assim, depois de trinta e cinco anos de esquecimento dessas terras longínquas, estamos mesmo a ver que temos de aplaudir esse acto, que, ao contrário, deveria ser pontuado por um pedido de desculpas, solene e público por parte do Chefe de Estado!
Imagem: ... de todo o dinheiro existe apenas como números em contas bancárias.
courtfool.info
A sombra da bananeira
ResponderExcluirEstes são os planos
de um governo sombra?
À sombra da bananeira?
Sim porque é o único lugar de sombra que resta
para quem não vive numa eterna festa,
como os que prometem nas eleições
construir e oferecer casas aos milhões.
Os inocentes e ingénuos eleitores
votam nesses senhores
ignorando que eles prometem casas de botões.
Sobram muito poucos cifrões
porque quase todo o papel
vai para a Tchulé e para a Isabel
e para os necessitados de grandiosos apoios sociais,
o Presidente, os Ministros, os Gestores e os Generais,
os que escondem enormes somas de dinheiro
em bancos no estrangeiro,
para não ficarem completamente depenados,
como aconteceu aos portugueses, os Retornados,
se neste horto
a coisa der para o torto.
Os colonos de depois da independência
revelam uma maior inteligência
e têm um comportamento mais prudente
porque aprenderam com os erros dos de antigamente.
Essa gente que se governa com os restos da lixeira
que se contente com a sombra da bananeira
porque casa boa não é
para o monangambé.
António Kaquarta