Oficiais do Exército líbio na zona de Al Jabal al Akhdar, no nordeste do país, anunciaram no 23.02 que já fazem parte da revolução do povo, em um vídeo divulgado pelas emissoras de televisão árabes "Al Jazira" e "Al Arabia". "Nós, os oficiais e os soldados das forças armadas na zona de Al Jabal al Akhdar, anunciamos a nossa união total à revolução popular", disse um porta-voz militar das Forças Armadas líbias na região cujo nome não foi divulgado.
O porta-voz anunciou ainda o compromisso desses militares em trabalhar para proteger as instalações públicas e privadas na região. Além disso, assegurou que as Forças Armadas em Al Jabal al Akhdar, cuja capital é Al Baida, estão sob o domínio do povo. Fontes populares já haviam anunciado em 22.02 que os opositores do regime tinham tomado o controlo de Al-Baida, situada entre Benghazi e a fronteira com o Egipto.
Já o responsável pelas relações gerais do Ministério do Interior líbio, Naji Abu Hrus, advertiu que em Al-Baida foi proclamada a criação de "um emirado islâmico". Nas últimas horas, pelo menos oito embaixadores líbios e outros diplomatas de alto nível renunciaram a seus cargos insatisfeitos com a repressão dos protestos populares contra o regime do chefe de Estado líbio, Muammar Kadafi, segundo a "Al Jazira". Além disso, o ministro do Interior líbio e general do Exército, Abdul Fatah Yunis, pediu demissão no 22.02 e incentivou as forças armadas a se unirem ao povo na sua luta por legítimas reivindicações, informou a "Al Jazira". No seu comunicado lido em uma gravação divulgada pela emissora de tv, vestindo uniforme e sentado na mesa do que parecia ser o seu escritório, o ministro disse que se une à "revolução de 17 de fevereiro. O bombardeamento contra a população civil é o que me fez aderir à revolução, nunca imaginei que íamos chegar a disparar contra o povo".
Younis afirmou ainda que a Líbia do líder Muammar Kadafi "desmoronou" e que o regime "traiu a revolução. Expresso a minha fé nas reivindicações do povo e na sua legitimidade", disse o general, ressaltando que "as Forças Armadas devem estar a serviço das pessoas".
Younis era um dos colaboradores mais próximos de Kadafi e fazia parte do movimento dos então coronéis que, junto a ele, promoveram um golpe de Estado para tomar o poder em 1969.
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