sábado, 12 de fevereiro de 2011

África do Sul. Internamento hospitalar de Mandela cria grande ansiedade no país


O internamento hospitalar de Nelson Mandela, oficialmente para “exames de rotina” mas sinal da crescente fragilidade do histórico líder de 92 anos, está a criar grande ansiedade na África do Sul.
No dia 26.01 à noite um pequeno contingente de jornalistas nacionais e estrangeiros esteve mesmo acampado à entrada do hospital privado de Milpark, em Joanesburgo, monitorizando todas as entradas e saídas de familiares, amigos próximos e colaboradores do antigo presidente sul-africano, numa tentativa também de colmatar a ausência de notícias sobre o estado de saúde de Mandela.
O primeiro presidente negro do pós-apartheid (entre 1994 e 1999) foi admitido cerca das 14:00 locais do dia 26 no hospital de Milpark para “exames de rotina”, segundo um breve comunicado emitido pela Fundação Nelson Mandela, a única entidade que representa o ex-presidente e detém os direitos sobre os seus imagem e nome.
Ao longo dos dias, no entanto, a escassez de notícias sobre o estado de saúde de Mandela começou a gerar uma onda de interesse e ansiedade, particularmente entre a comunicação social que cobria o internamento do ex-presidente.
Os responsáveis do hospital deram ordens à segurança para proibir a entrada de jornalistas nas instalações, incluindo no parque de estacionamento, o que levou alguns repórteres de imagem a posicionarem-se num viaduto sobranceiro ao hospital, uma vez que do portão da instituição a visibilidade para a zona de admissões é quase nula.
Forçados, de seguida, a abandonarem o viaduto pela polícia, os profissionais de comunicação social aglomeraram-se ao fim da tarde nas imediações do portão principal, local onde muitos deles decidiram passar a noite.
As notícias difundidas eram, na sua maioria, especulativas e em grande parte baseadas numa sequência de questões levantadas em semanas recentes sobre o alegado agravamento do estado de saúde daquele que é o mais respeitado líder sul-africano de todos os tempos.
Há cerca de uma semana e meia circularam na rede social Twitter rumores sobre a morte de Mandela. E, apesar dos enérgicos desmentidos da Fundação Mandela e do Congresso Nacional Africano (ANC), a opinião pública continuou a alimentar suspeitas e dúvidas sobre o verdadeiro estado de saúde do ex-presidente.
O arcebispo Desmond Tutu, amigo pessoal de Mandela, disse à agência sul-africana de notícias SAPA que se encontrou com o ex-líder “na semana passada” e que ele estava “fragilizado”.

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