quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Diário dos últimos dias de Luanda


É uma questão de História lembrar que, quando o Supremo Comandante das Forças Aliadas (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, etc.), General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até àqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos. E o motivo, ele assim explanou: «Que se tenha o máximo de documentação – façam filmes – gravem testemunhos – porque, em algum momento ao longo da história, algum idiota se vai erguer e dirá que isto nunca aconteceu. «Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam». (Edmund Burke)

Gil Gonçalves
patriciaguinevere.blogspot.com

Há bancos que chegam sem tino, move-os a louca correria ao petróleo. Os bancos nasceram para arruinarem as nossas vidas. Trapaceiros por excelência, invadem-nos as almas e os nossos lares para nos espoliarem o que resta dos nossos bens gloriosamente conquistados. Corrompem e mandatam governos para saquearem as populações. Contratam pistoleiros financeiros para nos arrebatarem… mas mais o quê?! Se os empregos também nos espoliaram? Os bancos são a nossa miséria. São a nossa atípica desesperança. Os bancos são quadrilhas universais que nos impõem a lei moderna de Lynch: quem a um banco recorrer será sumariamente linchado. Os assaltos multiplicam-se a cada dia, a cada ápice. Os esfaimados defendem-se da fome bancária como lobos para não perecerem. O reino do petróleo não lhes pertence. Há muito que os bancos se vampirizam com os terrenos e casas/casebres que nos espoliam. Os bancos dão crédito a quê e a quem?! Eles estão ao serviço da FAMÍLIA, e mais ninguém, os tais 7% de depositantes. São eles que desgraçaram, e insistem na desgraça das nossas vidas. São tão pantanosos… isto não dá para alargar, porque está demasiado infestado de podridão. Um pobre exemplo: são eles que financiam a destruição das casas/casebres, das cubatas, daquelas do pau-a-pique… e dos bens ganhos pelas poupanças ao longo do tempo, etc. Para depois construírem lá os condomínios, as torres, os prédios, e mais etc.
Ora, aqui reside o não aumento dos depósitos. Isto constitui uma monstruosidade… se destroem o modus vivendi das populações, forçando-as às tendas, deixa de haver poupanças, logo não há dinheiro para depositar. E a população não mete lá o dinheiro porque os bancos não funcionam, não são credíveis. E depois com o que se passa actualmente com mais uma Experiência de Filadélfia no nosso BNA, da nossa engenharia financeira corrupta… mas que grande roubalheira. Os cientistas da corrupção angolana, cotados como os melhores do mundo, criaram um método engenhoso de transferirem os biliões de dólares que roubam. Inventaram uma versão da Experiência de Filadélfia, carregam o navio Eldridge,,, e os biliões vão para outra dimensão, num buraco do tempo.
Estão sempre no: «estamos sem sistema.» Há aqui um outro aspecto também muito importante a considerar: a energia eléctrica não funciona, podemos ir mais longe e afirmar categoricamente a sua não existência. Não é possível um banco trabalhar sem a energia da EDEL. É que as redes informáticas sempre a trabalharem com geradores 24 sobre 24 horas, apresentam um pormenor técnico: Os cinquenta ciclos da corrente alterna não fornecidos, provocam derrames cerebrais nos circuitos das redes informáticas… é por isso que bastas vezes surge o elementar: «estamos sem sistema. Não é possível o coração do sistema económico, os bancos, funcionarem ininterruptamente com geradores.
E também, talvez fundamentalmente, estamos enxameados de economistas (?). Ora, onde existe sabedoria a mais… De qualquer modo, a função principal dos bancos em Angola é espoliarem-nos o mais possível e impossível.
Dando cumprimento ao primeiro mandamento da Intolerância Zero, vamos todos sem excepção e demasiado clarividentes demolir Angola. Até que a disciplina, Demolições, está obrigatória em todas as Universidades. E tem doutoramento no curso, Como Bem Demolir Angola.
Angola venceu a batalha do Kuito Kwanavale. Houve uma viragem na África Austral. Mas não consegue vencer a mãe de todas as batalhas – a energia eléctrica – conclusão: dar tiros, qualquer um os dá. E como a batalha da mãe energia eléctrica não se resolve com canhões…
Luanda, quando as chuvas chegam. Nos anos 70, o já de idade muito avançada, director-geral da MABOR, não me lembro do nome, advertia-me: «não mexam nas terras, deixem-nas estar como estão, porque quando as chuvas chegarem arrastarão tudo.«
Vamos demolir e desempregar Angola. O Politburo entregou de bandeja a empresa COMETA aos chineses, e as dezenas de trabalhadores angolanos foram sumariamente despojados, demolidos dos seus empregos. In Rádio Despertar.
Comité de especialização de preços. Reunido mais uma vez em sessão ordinária, o Comité de Especialização de Preços decidiu por unanimidade, que doravante eles – os preços – subam diariamente. Pois que só assim, garantem, a economia angolana subirá, e naturalmente se estabilizará. Esta mais-valia é muito bem-vinda, porque fortalece o sistema a montante e a jusante.
O que é que bate bem em Angola?! O que está a dar mesmo é a constituição de empresas de demolições. Venha e invista já nesta área, Angola oferece-lhe lucros fabulosos em poucas horas. Não é necessária tecnologia. Bastam meia dúzia de brutamontes armados de camartelos. Aproxime-se já de Angola e ajude-a na sua demolição. Viva Angola demolida! Outro bom investimento, são os campos de concentração. Sendo Angola muito vasta, há demasiado espaço para a construção de milhares campos de concentração que podem ser, e devem, alugados a países estrangeiros, de preferência a amigos. Candidatos não faltarão, por acaso há-os de sobra.
A construção de prédios anárquicos, e a poluição ambiental são doentios porque por todo o lado há fumo tóxico dos geradores. Não constroem Luanda, destroem-na. E como na prática estamos sem energia eléctrica, é caso para dizer que se edifica uma pátria de geradores eléctricos. No futuro trata-se da imposição de mais uma revolução ou experiências dignas de um campo de concentração nazi.
Sanções. A ONU deve inovar um artigo, no qual se mencione que o país que não tiver energia eléctrica, seja excluído dessa Organização. Porque é uma abundante aberração a construção de edifícios na cidade de Luanda, sem redes de energia eléctrica, água e esgotos. Significa dizer, que assim não é país, é uma volúpia pantanosa.
Sempre o dia dos comunistas comodistas. A tremenda vigarice democrática de todos os tempos. O suicídio colectivo de um povo e de outros além-mar. Parafraseando Napoleão Bonaparte: Ó democratas (?)! Do alto da vossa torpeza, milhões de mortos, estropiados e esfomeados sem Abril, vos contemplam!
E escondidos e disfarçados, nas traseiras dos prédios praticam-se abundantes crimes contra a segurança do Estado.
Assaltos. Contra milhões de assaltantes ninguém combate. Um numeroso grupo de motociclistas pára em frente à venda da tia Lwena. Sempre estridentes, um como que se arvorando no chefe, aproxima-se e possuído pelo copo e ou pela liamba, berra, amedronta: «Isto ainda não é nada! Vocês vão ver o que é assaltos. A partir de agora é que vai ser. Vamos fazer um campeonato nacional de assaltos. Não temos medo de morrer.»
O Politburo assaltou a Internet, de tal modo que perece como a agora lotaria das casas dos jovens sem petróleo. Para acessar a Internet é outro sorteio sem casas. O Politburo conseguiu um feito notável. Elegeu a juventude para os campos da loucura. E ainda lhes faz sorteios de casas, enquanto diariamente se suicida nos milhões de dólares que arrecada da anarquia petrolífera e diamantífera, que apregoa já está outra vez a dar. Sem hipótese de sobrevivência, à juventude só lhe resta um descaminho: ondear assaltos de minuto a minuto e depois de segundo a segundo?! E quando alguém muito famoso, poderoso, do Politburo lhes cair nas mãos, e o eliminar?! Ninguém pensa nisto, né? Mas é uma hipótese muito provável, muito natural.
Sim! Mesmo com a crise mundial, Angola está em crescimento. Crescem os assaltos e a corrupção também. E como ainda estamos na revolução de Abril, que foi um arrasador terramoto na escala de Richter 11 ou 12, e que revividos dezenas de anos ainda semeia réplicas, ondas de morte, de miséria e de fome.
E o angolano perdeu o espírito de entreajuda, porque se refugia, conserva, defende os estigmas do tribalismo e do regionalismo. A juventude angolana não necessita de ajuda espiritual. Necessita urgentemente de ajuda material. A espiritual significa enviá-los para o cemitério mais próximo.
Até Isaac dos Anjos não está só, este assalta mal. É o assaltante campeão nacional do pó das casas/casebres. Uma coisa daquelas no Lubango ser feita por ele sozinho, até cá, o governo reagiria. Não reage porque há interesses por trás disso. Espoliar a cambada para depois aproveitarem os terrenos. A distribuição de casas serviu inicialmente para dar lugar ao caminho-de-ferro. Mas, o que se pretende é aumentar o cordão para mil metros. Nesta distribuição de casas as pessoas foram amontoadas com as suas imbambas e posteriormente levadas para a mata onde foram basculadas. E esse local onde foram basculadas, em nyaneka e umbundu designa-se tchavola (lugar putrefacto, onde se destinava todo o lixo da cidade.) Licenciados, mestres e funcionários públicos, atiraram-nos para a mata, sem mantas, sem tendas, debaixo das árvores e na encosta de uma montanha muito frígida.
A terceira guerra em Angola já começou. Os assaltos a todo o momento são de facto e de jure a prova guerreira.









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