sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Apocalipse do Apóstolo S. Quase Cinquenta Anos


E os mais velhos lembram-nos num constante lamento: «Nem os colonos nos faziam isto. Onde estávamos eles respeitavam-nos. Não nos faziam assim»
E contudo ela, Angola, reduz-se a pó.

Gil Gonçalves
http://patriciaguinevere.blogspot.com/

"Toda a gente sabe que é a especulação e os ‘hedge funds' que estão a puxar pelo mercado.» (Primeiro-ministro grego, George Papandreou)
Revelação da FAMÍLIA para mostrar aos esfomeados as mais desgraças que certamente mais advirão. E enviou-as pelos seus anormais buldogues. E como sempre testemunharemos mais estas profecias, porque o tempo da Nova Vida está conflituante, muito distante! Para as dezoito províncias miséria e fome sejam convosco. E mais jura a FAMÍLIA que é, que era, e que será, e mais os seus espíritos, que certamente também nos atormentarão. É a síntese da habitual saudação do nosso príncipe, do nosso mais sábio, do nosso rei da nossa terra! Eis que tudo continuará enevoado e de cegos inundado. A FAMÍLIA é o nosso princípio e o nosso fim, porque é todo-poderosa. A FAMÍLIA abastece-se das incomensuráveis espoliações dos desangolanizados e reordena-lhes na Ilha do Mussulo e na outra da Cazanga que mantenham a miséria das províncias.
É possível em 2010 um país sobreviver sem energia eléctrica? Se o mesmo Poder teimoso é incapaz, não há dúvidas de que o é, de fornecer energia eléctrica, então torna-se impossível de fornecer mais seja o que for, porque nos dias de hoje não é possível viver sem electricidade. E daí o também ser impossível ao Poder nos governar. Quanto mais tempo o Poder permanecer, padecerá o estertor das ondas humanas nestes campos dos deserdados. Por aqui, bem governar é condomínios muralhar para neles habitar, sossegar. E a Europa e os EUA procedem, parecem a Igreja. Comentam palavras, apenas meios discursos. Apoiam o Poder para deliberadamente exterminarem o povo angolano? Afinal o colonialismo e a escravidão agora têm outro nome: democracia. A História é, são, as revoluções periódicas quando o embuste social da fome se torna insuportável. E para continuarem com o ultraje odiento de nos despojarem de tudo, escondem-se no último invento: a democracia. Que outro sistema político implantarão a seguir? Provavelmente clones muito obedientes, democráticos... a clonocracia!
Os apagões do poder apagado, brutalizam-nos até à grande desgraça final. O MPLA já não é partido, é uma fábrica de geradores. Tem muita gente a mais, muitos parasitas, como tal ninguém trabalha e por isso não funciona. O importante é destruir, e que nascerá das ruínas? Que pátria cantaremos com tantos ineptos forjados nas universidades das ruas?! Cantaremos as mortes das morgues quotidianas. Resta-nos a fuga para a morte da incompetência popular generalizada. A liberdade do mwangolé está nos caixotes do lixo. «Não! Já não se chama Luanda!» «Então como é que se chama?!» «Agora é… outro Haiti.» O que faremos com as multidões de analfabetos que os revolucionários universalizaram nas universidades selvagens?
Luanda só para geradores. Como se fosse possível uma empresa, um banco funcionarem permanentemente com geradores. É horroroso só de pensar nos hospitais. Isto é matar as pequenas empresas que não têm possibilidades de sobrevivência. É exterminar uma nação, um povo, e regra geral tudo o que seja actividade empresarial. Têm que chamar os brancos ou entregar Angola à China – parece que já acontece – porque está demonstrada a inépcia, a incapacidade no trabalho. Com tanta boçalidade não se vai a lado nenhum. Depois, servindo-se do oportunismo exageram: até importam jardineiros portugueses. Depois seguir-se-á a importação de empregados para limparem o lixo de Luanda. É que tal já aconteceu há vários anos com os filipinos. Há o risco do colapso geral ou já o atingimos? Porque abrem-se as janelas e entra, respiramos fumo dos geradores. É esta a vergonha do Continente Africano e mundial.
Os aterradores e desgraçados mentais manobram os sons das colunas para que as paredes, as janelas e os vidros estremeçam. A esta junção alcoólica parece juntar-se a grande orquestra de Luanda... a selva devidamente legalizada? Ninguém consegue acabar com o barulhento martírio das festas que agora são de dia e de noite? Só sabem viver com barulho infernal? É que não se consegue dormir, e claro, nem trabalhar. E ao mesmo tempo as motas circulam de escapes livres, imitam as AK-47, fazem muitos tiroteios e disparam os alarmes dos carros. É o único divertimento que lhes resta ou moverem-se em grupos com facas, garrafas partidas e promoverem o terror. Outros andam com cães e amedrontam as pobres mulheres vendedoras e espoliam-nas acossando-lhes as feras caninas. Significa que já não há polícia. Junta-se a isto o ainda progressivo envenenamento do fumo dos geradores. Finalmente a selvajaria legalizou-se? O Governo apoia-a? Está tudo tão irreal, tão infernal. Perante o crime constante da poluição sonora e ambiental de geradores que funcionam dia e noite, com desprezo pelos moradores próximos. A Lei diz-lhes que o importante é facturar e a população para martirizar. Onde não há lei, o senhor das trevas impera e o caos nos desespera nesta nação da quimera. Entretanto a Rádio Despertar noticia que a Conduril, uma empresa de construção civil portuguesa, enviou para o desemprego mais de mil trabalhadores. Mais miséria, mais fome e mais desestabilização social saltam à vista. Entretanto algumas vozes governamentais garantem que estão a criar empregos.
Sem energia eléctrica e sem água continua-se com a construção anárquica dos tais monumentos de utilidade pública. Sem electricidade e sem água que serventia oferecem tais desalmadas construções? Servem para explodir a caldeira da locomotiva a vapor da governação sem nenhuma solução. O mais importante é anarquizar, depois logo se vê! Eis a Pátria dos desempregados edificada. E contra milhões deles ninguém combate. Só as sanguessugas o fazem. Estamos perante a habitual anarquia total e completa numa Nação sem futuro. Roída pelos ratos que teimam em não abandonarem o navio da infausta governação. Os geradores da negociata destroem e fazem impossível viver em Luanda. Não há prédios, terraços, nada que suporte a existência de geradores disseminados como uma epidemia desconhecida. Temos que nos equipar com máscaras de gás. Isto é uma verdadeira guerra química. Isto é crime contra a Humanidade. Diariamente há incêndios por causa dos geradores e velas de cera. Eis Angola e a sua democracia africana do nada funciona.
O fumo dos geradores faz-nos muito bem à saúde. Purifica os pulmões e tonifica o coração e combate a acidez sanguínea. Faz leveza no andar e mantêm o corpo jovem sem necessidade de procurar a eterna Fonte da Juventude. Viva saudável! Aspire o fumo de três ou mais geradores diariamente. Dá elasticidade nos vasos sanguíneos. É que a energia eléctrica corrompeu-se e na prática não funciona, não existe, nunca mais ressuscitou. Angola realizou um grande acontecimento do futebol africano. Depois de esbanjar milhões de dólares em estádios e demais estruturas, eis que desponta finalmente o CAN 2011 e seguintes da tragédia da fome. Um povo independente que necessita mendigar o pagamento do seu salário.
A Católica do Vaticano primeiro excomungou o padre Raul Tati de Cabinda, depois foi o correspondente da Rádio Ecclesia no Namibe, Armando Chicoca, depois foi o professor universitário Nelson Pestana (Bonavena) do Instituto Superior João Paulo II. A seguir será o Campeão Nacional da Liberdade Justino Pinto de Andrade?! Decididamente a Igreja de Angola abandonou os escravos e passajou-se para o outro lado… para os romanos. Mas não, Justino Pinto de Andrade nota-se que está comedido, que mudou o tom. Está pretensamente crítico. De qualquer modo acabarão por silenciá-lo, o que será assim como uma profecia de Nostradamus… o fim da democracia em Luanda. Quem confia na Igreja cai num precipício. Esta Igreja da hipocrisia milenar que sempre nos revende por um barril de petróleo, para os bispos e os seus andores garantirem a reforma assegurada na velhice.
Por isso os partidos políticos em Luanda parecem tribos, e em consequência não é a intolerância política. É a consonância da política tribalista. E não dá mais para culpabilizar Jonas Savimbi porque ele não é certamente e porque já não bate assim. O, ou que, quem será então!? É a experiência de quase cinquenta anos dos lidadores da governação. Até a energia eléctrica o Politburo nos espolia. O Politburo desviou-a para o campeonato dos estádios do futebol dele, essa tralha a que chamam agora CAN2010 dos prédios e similares em qualquer local onde exista um terreno. O Politburo rouba-nos, suga-nos tudo. Que mais sabe ele fazer? Nada, a não ser guerra. E prepara outra para acabar com tudo o que é oposição. Por causa do golpe de estado dele do Plano C, mas não a ganhará porque as hordas de esfomeados rodeiam e pilham para sobreviverem.
É medonho como se roubam os trabalhadores com um à vontade jamais igualado. Conforme noticiado na Rádio Ecclésia, a empresa portuguesa ARC não pagou aos trabalhadores. Dezembro, antes do Natal, acabaram a obra em Luanda e os seus irresponsáveis fugiram para Portugal com o dinheiro dos trabalhadores angolanos. Não, não vale a pena! Isto é África, é Angola, não tem qualquer valor.
Então, porque é que o trabalhador trabalha e recebe somente no fim do mês? Mas isto está completamente errado! É desumano e explora o trabalhador. Isto tem que ser alterado. E o trabalhador receber no início de cada mês antes de trabalhar. Isto para evitar que o patrão chegue ao fim do mês e não lhe pague, inventando mil e uma desculpa. E o Politburo não tem percepção do que se passa à sua volta. Não sai do castelo, é como Sidarta Gautama, o Buda, que quando saiu do seu castelo pela primeira vez e viu tanta miséria à sua volta, não quis mais para lá regressar.
Pela compostura parece que os bispos da CEAST têm o cartão de militantes do MPLA. E com muita fé e devoção oremos para que os cofres do MPLA lhes abençoem. Os da Igreja mundial são muito humanos e como tal: numa mão uma flor na outra uma fogueira. Numa mão uma cruz, na outra os campos de concentração do Politburo. Nos rostos um sorriso angelical, nas costas um esgar demoníaco.
Entre a nossa oposição e o Papa Bento XVI não existe nenhuma diferença. Apenas se limitam a lerem comunicados de ocasião. São como as interferências nas comunicações. A oposição, se desejar sair deste colonialismo tem que fazer manifestações e greves. Lutarem por melhores condições, porque apenas com palavras isso é snobismo, puro devaneio. Que futuro espera os governantes africanos? Circularão por aí como párias sem destino?
Quem convive com a outra barulheira musical não saudável, o pior veículo de poluição sonora que existe no mundo? É claro… são algumas igrejas. Entretanto a voz de Salif Keita ecoa, apresenta-se, sente-se em tudo e em todos. É vibratória, conciliatória. Para quando a criação de comités para a salvação de Luanda, Angola, e do planeta? Haverá que declarar guerra aos poderes da destruição instituída? Mais outro terrorismo que nos espera?!
Para quem não entende das coisas convém explicar que ainda nos mantemos na ditadura do proletariado marxista-leninista. Apesar de perder a sua identidade cultural, o angolano mantém inalterável a componente do seu imaginário: as festas dia e noite, das quais é exímio trabalhador destacado.

Imagem: Despertai, de Janeiro 2011

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