quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Moçambique. Ministério da Saúde vai criar mais centros de farmacovigilância e farmacêuticos


Moçambique vai criar mais dois centros de farmacovigilância, a juntar ao que existe na autoridade reguladora, e até março terá farmacêuticos em todas as províncias, garantiu a chefe do Departamento Farmacêutico do país, Felicidade Macamo, no final de uma visita a Portugal, na semana passada, promovida pela Ordem dos Farmacêuticos (OF) e pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), e na qual cinco elementos do Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU).
Na visita, explicou Felicidade Macamo, a delegação moçambicana identificou "algumas áreas que podem ser melhoradas" no sistema regulador moçambicano, já que a autoridade, correspondente ao Infarmed, "está em reestruturação e a rever algumas partes da legislação. Estamos a tentar adequar-nos ao que fazem as entidades reguladoras de todo o mundo. O sistema farmacêutico começou recentemente, não temos muitos quadros", disse a responsável, recordando que a visita a Portugal visou, nomeadamente, "ver como fazer o controlo das reações adversas, a farmacovigilância".
Nesta área, Felicidade Macamo afirmou que Moçambique tem apenas um centro de farmacovigilância, sediado na autoridade reguladora, em Maputo. "Vamos criar mais um, até dezembro, numa província do centro, Sofala, e, para o ano, uma no norte", ficando ambas sob a tutela do centro sediado em Maputo, à semelhança do sistema português.
Outro objetivo do MISAU é ter profissionais de farmácia em cada uma das 11 províncias, faltando apenas cobrir duas, Cabo Delgado e Manica, o que deverá ficar resolvido até março de 2012, já que há uma turma de licenciados em farmácia que estão já em estágio, afirmou.
Nas províncias já cobertas, o MISAU tem pelo menos dois farmacêuticos, um na direção provincial, que funciona como inspetor, e outro no hospital geral, para controlar a distribuição dos medicamentos.
No total, entre o serviço público e o sector privado, Moçambique tem atualmente cerca de 200 farmacêuticos, mas Felicidade Macamo estima que o ideal seria "pelo menos três vezes mais", para cobrir todos os hospitais e centros de saúde.
Com duas universidades públicas e uma privada a formar farmacêuticos, a chefe do Departamento Farmacêutico acredita que "daqui a dois anos já haja um número razoável para as necessidades do país".
Foi através da cooperação da Ordem dos Farmacêuticos e das faculdades de Farmácia que foi possível criar um destes cursos, que arrancou em 2007, lembrou o bastonário da OF, Carlos Maurício Barbosa, que coordenou os trabalhos durante 10 anos.
"Começámos a criar bases para haver um sistema farmacêutico em Moçambique, a formar farmacêuticos no seu próprio país. Hoje estão a ocupar lugares de destaque no MISAU, nos hospitais, e também no sector privado", disse o bastonário, recordando que hoje o país "tem um sector farmacêutico em processo de modernização e em consolidação".
A actual visita da delegação do MISAU a Portugal, no âmbito de um protocolo assinado com a OF quando o ministro da Saúde moçambicano esteve em Portugal, em 2010, incluiu visitas ao Hospital Amadora-Sintra, a duas fábricas de medicamentos, a uma cooperativa de distribuição grossista, a uma farmácia e ainda ao Museu da Farmácia.

Hospital Central efectuou 100ª cirurgia cardíaca de peito aberto
Por outrolado, o Hospital Central de Maputo (HCM), o maior do país, efectuou no dia 15, a 100ª cirurgia cardíaca, no âmbito dum programa que conta com o financiamento de Espanha e de organizações não governamentais.
A 100ª cirurgia de peito aberto foi feita a um paciente do sexo feminino, de 35 anos, e durou 4:30 horas. As cirurgias cardíacas de peito aberto, no âmbito deste financiamento, tiveram início no HCM em 21 de abril de 2008 e, inicialmente, eram realizadas por médicos espanhóis e alguns moçambicanos. Hoje são feitas exclusivamente por cirurgiões de Moçambique.
O diretor de cardiologia do HCM, Atílio Morais, disse que um dos desafios encontrados foi "a pouca capacidade" do pessoal envolvido. "Tivemos que avançar com a formação do pessoal da saúde", disse Morais, acrescentando que "gostaríamos de operar três a quatro pacientes por semana, mas os recursos financeiros são escassos, levando com que, por média, atendamos quatro pacientes por mês. Não temos recursos, não temos apoio privado, tudo é feito pelo governo moçambicano e amigos de Espanha, isso torna difícil o sucesso da nossa saúde" acrescentou Atilio Morais
O director clínico do Hospital Central de Maputo referiu que neste momento "são operados pacientes com mais de 30 quilos", mas a meta é realizar operações em crianças.
O embaixador de Espanha em Moçambique, por seu lado, realçou, em declarações aos jornalistas, a importância de se "trabalhar em conjunto e em cooperação".
Imagem: Neste caso, a foto documenta o hospital da Ilha de Moçambique, onde à pureza ...
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