Samakuva vai para eleições na UNITA o estilo de Dos Santos no MPLA
O líder deu o mote. Vamos da forma e com ou sem candidatos credíveis à eleições, confissão umbilical atribuída a Isaías Ngola Samakuva. Na realidade depois dos incidentes do Huambo, onde se teatralizou uma sanção contra elementos com passado na organização, nada mais funciona como antes, mesmo depois de ter havido a despenalização. Os estilhaços ficaram marcados e mostraram um Samakuva apegado ao poder, que também, utiliza formas sub-reptícias para varrer os potenciais opositores, na mesma senda do que critica em Eduardo dos Santos, enquanto líder do MPLA e fazia Jonas malheiro Savimbi.
Tendo disso ciência e de haver um dever de obediência dos delegados provinciais, pagos pelo presidente do partido, logo autênticos cabos eleitorais, os potenciais concorrentes, Abel Chivukuvuku e Lukamba Paulo, “Gato” decidiram recuar e deixar Samakuva avançar sozinho.
Em causa estão os métodos de indicação ou eleição dos delegados provinciais, da forma de votação e da credibilidade da comissão e sistema eleitoral, questões, caricatamente, criticadas, também, por Samakuva ao governo e ao MPLA.
“Samakuva não fez obra, pelo contrário, está a afundar o partido desde a sua chegada e tudo o que ainda existe no país é fruto do trabalho do velho Jonas, pois ele, não construiu nada, não melhorou a vida dos antigos combatentes das FALA, vendeu ao desbarato património do partido e está rodeado no seu gabinete e não só de elementos da sua região o Bié”, assegurou ao F8, Matias António.
Verdade ou mentira, a realidade é que com competição ou não a altura, o actual presidente vai concorrer a sua própria sucessão, contrariando a forma democrática como recebeu o poder das mãos de Lukamba Paulo Gato.
Agora fica a postura no ar, que nos grandes partidos todos os seus líderes pouco preservam a democracia, principalmente quando estão no poder. Eles prendem a máquina partidária para trabalhar em torno das suas imagens e a UNITA que era vista como dos poucos partidos onde os processos eleitorais eram abertos, vê -se com esta crise dos seus mais carismáticos dirigentes, na lama batoteira.
No entanto as boas práticas, segundo o líder actual da UNITA continuam vivas, ao anunciar oficialmente no 07.12.11, a sua recandidatura, no XI congresso que decorrerá de 13 à 15 de Dezembro, ter uma séria agenda para mudar Angola em “estado avançado de implementação", acreditando ser do interesse do seu partido que ela "não seja interrompida agora".
Segundo o candidato a sua própria sucessão, sendo a UNITA "o veículo dos angolanos para mudar Angola", é importante que a mudança "tenha um rosto conhecido com uma agenda de mudança também conhecida. Já preparamos o povo, já influenciámos o ambiente internacional, já criámos condições objectivas no terreno, já estudámos suficientemente o adversário e já elaborámos as estratégias para a vitória", enumerou Samakuva, salientando que este trabalho "não começou agora nem pode começar apenas agora sob pena de não produzir resultados positivos no tempo disponível".
O político referiu igualmente que a sua agenda já se encontrava avançada em três pontos, relativamente à preparação da UNITA para governar Angola, à união da sociedade em torno da UNITA para mudar Angola nas eleições gerais de 2012 (prevista para o terceiro trimestre) e à refundação do Estado angolano.
Isaías Samakuva disse ainda no seu discurso que se candidatou a Presidente da UNITA para "dar voz aos sem voz e servir de seu defensor", para "colocar o angolano no centro da mudança", bem como para "manter a boa saúde do partido e o seu acentuado crescimento".
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