domingo, 25 de dezembro de 2011

Egipto. Militares lamentam que mulheres tenham sido agredidas em manifestações


O Conselho Supremo das Forças Armadas, no poder no Egito desde a demissão em fevereiro do presidente Hosni Mubarak, lamentou no dia 21.12 os maus-tratos a mulheres durante confrontos recentes com manifestantes no Cairo.
“O Conselho Supremo das Forças Armadas manifesta às mulheres do Egito profundo pesar pelos maus-tratos que ocorreram durante confrontos recentes em manifestações em frente ao Parlamento e à sede do Governo”, referem os militares em comunicado divulgado no Facebook.
O comunicado surge depois de terem sido divulgadas imagens que mostram uma mulher parcialmente despida a ser espancada e arrastada por militares durante uma manifestação, o que tem suscitado grande indignação.
O jornal independente Tahrir publicou também recentemente uma foto de um militar que segurava uma mulher pelos cabelos enquanto um outro a ameaçava com um bastão.
No dia 20.12, cerca de duas mil mulheres manifestaram-se no Cairo em protesto contra os ataques.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinyon, afirmou que a violência infligida a mulheres em manifestações no Egito “é indigna da revolução” e desonra o Estado.
Segundo o Conselho Supremo das Forças Armadas, serão adotadas medidas para que os autores das agressões sejam responsabilizados pelos abusos.
Mas Hillary não tem dúvidas de as mulheres serem “especialmente visadas pelas forças da ordem e pelos extremistas”.
As manifestantes “são agredidas e sujeitas a ataques horríveis”, denunciou, no dia em que o poder militar no Egito foi alvo de pressões internacionais para acabar com os confrontos com os manifestantes anti-Exército, que causaram em quatro dias, no Cairo, 12 mortos e centenas de feridos.
O Exército reconheceu ter agredido uma manifestante com véu, arrastando-a sobre a calçada, ao ponto de pôr a descoberto o seu sutiã e a sua barriga.
Para Hillary Clinton, trata-se de acontecimentos “particularmente chocantes”, sendo que a forma como as mulheres são tratadas na revolução egípcia “desonra o Estado e não é digna de um grande povo”.
A secretária de Estado dos EUA salientou que as mulheres egípcias, depois de se terem manifestado e assumido riscos para conseguir a saída do poder do antigo presidente Hosni Mubarak, foram excluídas do processo político.


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