quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Egipto. Irmandade Muçulmana vence primeira fase eleitoral


O braço político da organização islamista Irmandade Muçulmana, o Partido Liberdade e Justiça, venceu a primeira das três fases das eleições legislativas egípcias, segundo os resultados oficiais divulgados no 07.12 pela comissão eleitoral.
O Partido Liberdade e Justiça obteve 36,6 por cento dos votos, logo seguido pelo partido salafista Al-Noor, com 24,3 por cento, e os liberais do Bloco Egípcio, com 13,3 por cento.
Os resultados oficiais são divulgados no dia em que o novo governo tomou posse. A formação do novo Executivo, duas semanas depois da nomeação de Kamal Ganzuri como primeiro-ministro, coincide com um longo processo eleitoral para eleger o Parlamento, que se iniciou a 28 de novembro e termina em março.
Após uma demorada consulta, Ganzuri, designado a 25 de novembro pela Junta Militar que dirige os destinos do país, conseguiu formar um governo interino, composto por 30 membros, dos quais 12 já integravam o anterior Executivo de Esam Sharaf, que se demitiu após duas semanas de protestos contra o poder militar.
O novo chefe do governo, 78 anos, pertence à ‘velha guarda’ do ex-presidente Hosni Mubarak, deposto após uma revolta popular, tendo ocupado vários cargos durante o seu mandato, incluindo o de primeiro-ministro, entre 1996 e 1999.
A sua nomeação, depois da queda do regime, não é bem recebida por ativistas, que se manifestaram perto da sede do Conselho de Ministros, no Cairo.
Graças a um decreto publicado a 07.12 pela Junta Militar, o primeiro-ministro terá poderes reforçados, assumindo certas competências próprias de um chefe de Estado, com exceção das relacionadas com o Exército e o poder judicial.
Do elenco governativo faz parte o general Mohamed Ibrahim Yusuf, figura controversa do regime de Mubarak devido à sua atuação como chefe da polícia na província de Guiza, que assume o cargo de ministro do Interior.
Apesar da sua trajetória, Kamal Ganzuri assegurou na que o seu objetivo é dirigir “um governo de salvação da revolução” e pediu o apoio de todas as correntes políticas para restaurar a segurança no Egipto.

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