terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Corrupção: os Antigos combatentes e veteranos da Pátria


AMAR A PÁTRIA E TER ANGOLA NO CORAÇÃO - II
“Quem despreza ao seu próprio próximo esta pecando, mas feliz é aquele que mostra favor aos atribulados”. - Provérbios 14:21

Nguituka Salomão

“Amar e ter Angola no coração” como apropriadamente Damásio cantou, significa entre outras coisas, não desprezar o próximo e mostrar favor aos atribulados, a aqueles que de uma maneira ou outra estão gemendo por causa “das coisas danosas” que voluntaria ou involuntariamente acontecem a sua volta. No artigo anterior referi que prestar honra aos heróis da Pátria, e consagrar merecida dignidade aos antigos combatentes e veteranos da Pátria (ACVP) é também “Amar e ter Angola no coração” e tal não é fazer nenhum favor aos ACVP.
Já foi exposto algumas vezes o desprezo e o roubo que a classe dos ACVP são constantemente alvos, tais como: baixa e humilhante pensão mensal, a intermitência que tal pensão é atribuída (mês sim mês não), os milhares de fantasmas ‘interiorizados’ na caixa de segurança social das FAA (CSSFAA), os descontos anárquicos e roubos entre os pensionistas da CSSFAA. Tudo isso sob a negligente batuta do ‘olhar silencioso de Lénine’ e do comandante em chefe, daquele que deveria ser o vigário intransigente da verdade da classe.

ASPAR – Ex-bófias
Já foi referido a confusão organizada e propositada de um dos sectores dos ACVP; ex-membros da segurança do estado ou ex-MINSE (ministério da segurança do estado), desvinculados a luz do célebre acordo de Bicesse em 1992 e abandonados durante cerca de 20 anos sem usufruírem de nenhum privilégio ou pensão, apesar de variadíssimas promessas. “Diz a historia” que tal multidão (cerca de 20-30 mil almas espalhados por todo o País) de ex-bofias enquadrados na ASPAR associação existente á mais de 10 anos e que tinha o objetivo de reenquadrar os ex-bófias na sociedade e ‘conseguir’ o enquadramento na CSSFAA, desconseguiu tal desiderato por os dirigentes da referida associação privilegiarem interesses pessoal ao invés do coletivo. A título de exemplo, cito que o número real do efetivo a nível nacional dos ex-‘alicates’ foi propositadamente empolado para permitir as negociatase a ‘entrada’ de milhares de fantasmas, que nunca pertenceram ao ‘grupo’ isto é ao ex-MINSE.
Em Benguela, por exemplo já fizeram publicamente referencias que o efetivo da ASPAR até fins de 2010 estava oficialmente estabelecido em 3010 almas. Quando a ‘chefia’ da ASPAR em Benguela foi removida por os associados constarem uma serie de irregularidades na gestão dos interesses da mesma a par de uma grave inoperância no que se refere ao objetivo básico da associação; ‘a busca da reforma do coletivo’, e terem elegido uma comissão de gestão, a nova equipa ‘meteu mãos a obra’ para a busca da verdade, e no fim de três meses de rigoroso trabalho constataram que ‘no final das contas’ o numero do efetivo não passavam de 1’400 indivíduos.
Claro tal trabalho não foi feito (como atempadamente anunciado) sem uma luta feroz no seio da comissão de gestão, por aqueles que defendiam a continuidade do anterior número e os que defendiam a prossecução da verdade. Provou-se que dos cerca de 3010 indivíduos da anterior lista cerca de 30% era composto por indivíduos que nunca prestaram serviços ao extinto ministério da segurança do estado, e que para constarem de tais listas pagaram avultadas quantias e que cerca de 20% era composto por indivíduos ainda no ativo, tais como no atual SINFO/SINSE e diversos ramos do MININT.
Porem como resultado da tal ‘luta’ no interior da comissão de gestão acima referida, a ‘ala’ apoiante da continuidade de 3010 indivíduos, apoiados plenamente pela chefia da ASPAR nacional (o promotor da negociata), surgiu no cenário o ex-deputado PAULO RANGEL, a ‘chefiar’ (por indicação do Governador de Benguela), os destinos da associação em Benguela, afastados a inteira e eleita comissão de gestão.
Após quase oito meses de permanência na associação Paulo Rangel (PR) e equipa composta por Carlos Batista e Geraldo Loló, anunciaram publicamente que o numero oficial e definitivo dos ex-bófias na província de Benguela é afinal de; 2’400 indivíduos. Mais 1’000 (?!) que o número anunciado pela comissão de gestão. De onde surgiram tal efetivo? Que inconfessos interesses e objetivos ocultam?

Credenciais de competência da equipa
As credenciais de competência de Paulo Rangel e equipa, esta sobejamente estabelecida pela passagem de PR na agremiação Lobitanga, Académica Futebol clube, de Carlos Batista antigo delegado provincial do SINFO no Bié, despromovido para chefe municipal do SINFO no Lobito e posteriormente afastado compulsivamente (expulso) das fileiras do SINFO por prática de corrupção, e de Geraldo Loló antigo membro do SINFO, chefe do gabinete do ex-administrador municipal afastado do cargo por“conveniência de serviço” posteriormente nomeado chefe da repartição dos serviços de água e luz do município de Benguela, também afastado semanas depois também “por conveniência de serviço”.

A Máfia em Ação
Claro esta acontecendo o que bastas vozes já se denunciou na CSSFAA, onde constam milhares e milhares de ‘fantasmas’ cujas pensões são repartidos entre os ‘tubarões’ do MINDEF (mormente da direção principal de quadros) e da CSSFAA, sabe-se que vários ‘graúdos’ auferem entre aspas milhões e milhões de kwanzas mensalmente, incluindo as pensões daqueles que realmente são ex-militares e que por ação de múltiplas e intrincadas artimanhas e maléficas manhas “nunca se deram conta – não sabem” que afinal seus nomes já constam na CSSFAA. Fala-se (para ilustrar) de um capitão-de-fragata que acumula mensalmente cerca de 10 milhões de kwanzas e que está a construir um imponente palácio algures na capital do país. O objetivo da atual direção da ASPAR em Benguela e consequentemente de Luanda é alcançar o objetivo do mencionado capitão-de-fragata.
Paulo Rangel e equipa alardeiam que são militantes do MPLA, e não tiveram pejos em mencionarem que a sua presença na referida associação em Benguela, visa cumprir ordens superiores do MPLA, mormente do vice-presidente e do SG do MPLA. Porque pelos vistos alguns membros da citada comissão de gestão, de acordo cópia de um documento em nossa posse, foram acusados de militarem na UNITA, por estes intransigentemente defenderem a depuração das listas em vigor até 2010. Esta visto e provado quem defende a verdade é (acusado) UNITA o militante do MPLA é aquele que defende a corrupção e a continuidade da corrupção e da mentira em todas as direções.
Graças ao trabalho da comissão de gestão cessante da ASPAR-Benguela, parece que finalmente a reforma na forma de uma regular pensão/quantia monetária vai ser efetiva nos primeiros meses de 2012 beneficiando o País inteiro. Dizem que o governo alocou cerca de 35 milhões de USD para atender esta franja dos ACVP, pois tal franja é composta por uma importante fasquia do eleitorado, e claro 2012 como tudo indica é ano de eleições, e como não podia deixar de ser a máfia imediatamente estendeu os seus tentáculos para ilicitamente locupletarem-se de uma boa parte desta quantia em nítido detrimento dos interesses da Pátria.

FORUM DOS ACVP
Esta mais do que provado, só a atuação de um fórum ou associação de ex-militares realmente independente, poderá defender os interesses da classe e fazer com que se dê dignidade aos milhares e milhares de ACVP que definham por esta Angola inteira vítimas da impia mesquinhez e criminoso egoísmo exacerbado de uns poucos.
Ex-militares ou ACVP de todo o País UNI-VOS.
“Amar a Pátria e ter Angola no coração” significa também lutar (com toda a alma e de todo o coração) contra a corrupção, o mal maior que enferma gravemente o País e o tecido nacional. Definitivamente quem não combate a corrupção não ama a Pátria, seguramente este não é o ponto de vista do MPLA.

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