Em Março de 2008, segundo a acusação da PGR a rede amplia-se com elementos sem uma relação funcional entre si, mas considerados como uma organização com uma cadeia de comando, desta vez liderada por Domingos Serafim.
Willian Tonet & Arlindo Santana
Fazem parte da nova equipa, além de Serafim, José Augusto Manuel, “Zé”, ficando ambos encarregados de elaborar os ofícios, sinopses e protocolo, integram o plantel os cidadãos Tito Rangel, o nosso já conhecido ex-militar, Man Toy, Lourenço dos Santos, 47 anos, contabilista, o prófugo Raúl Francisco, Manuel Augusto Martins, 49 anos, superintendente chefe da Polícia Nacional, Sérgio Joaquim, 55 anos, bancário reformado, Oswaldo Maltíres Scuma, 40 anos, jurista, e Francisco Mangumbala, 44 anos, arquivista do DGR, a quem foi atribuída a missão de descobrir as coordenadas bancárias exactas das contas de empresas sediadas no estrangeiro, Paposseco Cambuta, 41 anos, motorista do MINFIN, e o prófugo Francisco Nhanga de Carvalho, responsáveis pela introdução dos processos falsos no Gabinete do Governador do BNA como se documentos verdadeiros fossem, Elizeu Vunge, 42 anos, estafeta do Governador do BNA, encarregado de meter os papéis falsos no meio dos verdadeiros e, enfim, Fernando Gomes Manuel, Joaquim Ribeiro, Mateus Martins e Fernando António Lopes, com missão de subtrair do DGR do BNA os processos já autorizados, assim como os Swift’s de estabelecimentos bancários eventualmente beneficiários de futuras transferências.
Parece muita ligeireza e bandalheira, a ser verdade, nas paredes do gabinete do governador, ao ponto de um estafeta e um arquivista, tenham a porta do gabinete do governador do BNA, escancarada para introdução do que lhes dê na real gana.
Em princípios do mês de Março de 2008 entra nesta jogada um comerciante de 35 anos de idade, Sérgio José Joaquim, que fornece ao arquivista do BNA, Francisco Mangumbala, as coordenadas da empresa “Cooperativa de Construções, CUP-CUP, sediada em Portugal e de cujo dono se desconhece a identidade, assim como as da Linkvalor SA, cujo director é o cidadão espanhol Guillermo Cordeiro Lopez, e da Immofinnaza Inversiones SA, de que se desconhece o nome do proprietário.
Mangumbala é então acusado de ter comunicado os dados aos “engenheiros” de serviço, o “Zé” e o Serafim, estes entram de imediato em acção, diz a PGR, elaboram novos ofícios, falsos, claro está, de autorização de pagamento de facturas referentes a obras imaginárias em favor dessas três empresas por um total de mais de 42 milhões de dólares.
Foram seguidos então exactamente os mesmos trâmites do primeiro “golpe”, Domingos Serafim & Cia acusados de levarem a bom termo a falsificação de todos os documentos requisitados pelo BNA, estes foram entregues a Mangumbala, que os entregou a Elizeu Vunge, e os mesmos foram sub - repticiamente metidos num molho de documentação verdadeira, já no gabinete do Governador de então, Amadeu Maurício, que os assinou sem pensar em mais nada, e ei-los, os falsos ofícios, chancelados pelo governador, logo legitimados, a regressarem ao DGR, onde foram recebidos pela directora Isabel Bagorro, que, por sua vez incumbe a operadora Ana Maria Marcolino de executar a operação final de pagamento. Quarenta e dois milhões de dólares!!
Além desta operação coroada de sucesso, foram ainda feitas outras:
1.- Transferência de USD 5.250.435,15, para a conta na Fidelity Bank, no Grand Cayman, da empresa Fermar Investments Ltd, segundo processo falsificado contituído pelo ofício nº762/MINFIN-CUT/2008, datado de 14 de Abril de 2008.
2.- Transferência de USD 26.350.218,10, para a conta sediada no Crédit Suisse, da empresa Imofinnaza Inversiones SA, segundo ofício nº938/MINFIN-CUT/2008, datado de 13 de Junho de 2008.
3.- Transferência de USD 25.957.750,21 para a conta sediada no banco Ebilaed Emirates Bank International, Dubai (EAU) da empresa Safe Line General Trading, segundo ofício nº939/MINFIN-CUT/2008, datado de 13 de Junho de 2008.
4.- Transferência de USD 24.570.410,00 para a conta sediada ne Union Bank California da empresa Rescom Investments, segundo ofício nº940/MINFIN-CUT/2008, datado de 13 de Junho de 2008.
5.- Transferência de USD 25.370.410,00 para a conta sediada no Bank of America, em Cuberland, Rhode Island, da empresa Globalee, segundo ofício nº942/MINFIN-CUT/2008, datado de 13 de Junho de 2008.
6.- Transferência de USD33.875.435,15 para a conta sediada no Banco Português de Investimentos (BPI), da empresa Soma, Reciclagem e Comércio de Inertes, Lda, segundo ofício nº944/MINFIN-CUT/2008, datado de 13 de Junho de 2008,
De notar que todos estes ofícios, tirando o primeiro que é de Abril, estão datados do mesmo dia, 13 de Junho de 2008 e se o procedimento inicial era falso ou forjado, a sua legalização pelo governador do BNA, torna-o verdadeiro ou cúmplice da trama, com a agravante do BNA ter um sistema informático: SIGFE (Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado), que custou milhões de dólares aos cofres do Estado e compulsar antes o registo da empresa. Melhor não se pode pagar, somente pelo papel introduzido no gabionete do governador, porquanto o sistema, apela ao histórico da empresa a pagar…
E no caso acima, não estamos a falar de tostões, mas de USD 140.000.000,00 (CENTO E QUARENTA MILHÕES DE DÓLARES) a voar…
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