Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), é a primeira mulher que ocupará a Presidência brasileira, depois da vitória sobre José Serra na segunda volta das eleições presidenciais, que ocorreram no 31.10.
Quando estão contados 96 por cento dos votos, Dilma Rousseff obtém 55,7 por cento das escolhas dos eleitores brasileiros na segunda volta das presidenciais, contra os por 44,7 cento de votos para José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Na primeira volta, a 3 de Outubro, Dilma Rousseff venceu o seu principal oponente com 46,9 por cento de votos, contra os 32,6 por cento do candidato do PSDB.
A nova presidente contou com o apoio e a popularidade de Lula da Silva para vencer na primeira volta, mas a subida na votação de Marina Silva (candidata do Partido Verde, que obteve 19,3 por cento dos votos), ex-ministra no Governo de Lula da Silva, adiou a decisão.
Foi a primeira vez que Dilma Rousseff, filha de um imigrante búlgaro no Brasil, enfrentou as urnas.
A “petista” mudou a sua forma de vestir, escolhendo roupas de corte moderno e elegante, retirou os óculos e fez tratamentos faciais, suavizando sua marca de “durona” e antipática.
A campanha eleitoral foi marcada por vários escândalos de corrupção envolvendo pessoas ligadas, directa ou indirectamente, a Dilma Rousseff e ao PT, levando à demissão da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra (grande aliada da Presidente eleita), e outros funcionários do Governo.
Outro assunto que gerou polémica durante a campanha foi a questão do aborto. Várias igrejas (incluindo a igreja católica – com uma intervenção do papa Bento XVI - e igrejas evangélicas) orientaram os seus fiéis a não votarem em Dilma Rousseff.
A presidente reuniu-se com lideranças religiosas e negou ser a favor do aborto, reafirmando sua religiosidade (é católica).
Outros temas, como a privatização da Petrobras e de diversas empresas estatais estiveram na ordem do dia durante a campanha eleitoral, gerando uma grande troca de acusações entre os principais candidatos.
Dilma Rousseff, de 62 anos, nascida em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, também enfrentou no ano passado um tratamento contra um cancro no sistema linfático.
A Presidente eleita, proveniente de uma família de classe média alta, conseguiu a alcunha de “sargentona” pelos críticos devido à sua forte personalidade.
De formação política marxista, começou a sua trajectória política na época da ditadura militar brasileira (1964-1985), integrando organizações armadas clandestinas, como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), tendo sido presa e torturada.
Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rousseff exerceu a chefia da Casa Civil da Presidência de Junho de 2005 a Março de 2010.
Antes disso, Dilma Rousseff foi ministra das Minas e Energia no primeiro mandato do Governo de Lula da Silva e ocupou outros cargos públicos no governo estadual do Rio Grande do Sul.
Ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e só se filiou ao Partido dos Trabalhadores em 2001.
Dilma Rousseff terá como vice-presidente o paulista Michel Temer, dirigente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que presidiu por três vezes à Câmara dos Deputados.
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