O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, afirmou que os guineenses "fazem confusão" entre os poderes do chefe de Estado e do primeiro-ministro, daí a razão da muita clivagem que existe no país.
"É preciso acabar na cabeça dos guineenses com a confusão que se faz sobre os poderes do Presidente e do primeiro-ministro. Para muitos, são poderes iguais, não é verdade", declarou Bacai Sanhá, quando falava para um grupo de autoridades tradicionais que se dizem preocupados com a situação do país.
O chefe de Estado guineense regressou no dia 02.11, ao país depois de cerca de duas semanas em tratamento médico em Dakar, Senegal.
"Não são poderes iguais. É errado dizer-se que ambos (Presidente e primeiro-ministro) foram eleitos da mesma forma, porque, de facto, não é assim. O Presidente é o único órgão da soberania que foi eleito por sufrágio directo pelo povo, o primeiro-ministro foi eleito enquanto deputado numa lista do seu partido", defendeu Malam Bacai Sanhá.
"O partido que obtiver a maioria de deputados, naturalmente apresenta a sua cabeça de lista, nesse caso o líder do partido para formar Governo, mas nunca foi eleito da mesma forma que um Presidente da República. É preciso acabar com esta confusão", acrescentou Bacai Sanhá.
O Presidente guineense referiu ainda que enquanto chefe de Estado precisa de um primeiro-ministro forte para poder fazer avançar o país, mas sem deixar claro se se tratava de uma crítica ao actual chefe de Governo.
Chefe das FAG garante estabilidade
Entretanto, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, major-general António Indjai, garantiu que o país “está bem em termos de segurança e em termos de estabilidade”.
“Neste momento, o país está bem em termos de segurança e em termos de estabilidade”, afirmou, adiantando que “paz e estabilidade é o que nós queremos na Guiné-Bissau”, adiantando bastar as constantes sublevações militares e golpes de Estado: “isso basta”.
A Guiné-Bissau tem vivido, desde finais de 2008, momentos de grande instabilidade, que culminaram em Março de 2009 com os assassínios do antigo Presidente “Nino” Vieira e do ex-chefe das Forças Armadas general Tagmé Na Waié.
Na sequência daqueles acontecimentos, e quando o país se preparava para a campanha eleitoral para as presidenciais, os políticos guineenses Baciro Dabó e Hélder Proença eram também mortos por alegado envolvimento numa tentativa de golpe de Estado.
A 1 de Abril, uma intervenção militar liderada pelo então vice-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, agora chefe dos militares, voltou a provocar instabilidade no país.
Durante a intervenção militar, foi detido e deposto o antigo chefe das Forças Armadas, almirante Zamora Induta, que continua preso em Mansoa, apesar de a sua libertação ter sido anunciada para este mês.
As autoridades militares e os advogados de Zamora Induta têm alegado que o almirante ainda não foi libertado por “razões de segurança”.
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