terça-feira, 16 de novembro de 2010

Uma bem triste Dipanda, porque isso nunca foi nem nunca será Angola.


Batalha de Kifangondo torna os mercenários heróis da Pátria e os angolanos eternos submissos

Falar da batalha de Kifangondo é uma aberração, uma falta de visão estratégica de politica de reconciliação. Nessa batalha estavam dois irmãos: FNLA e MPLA, cada um com os respectivos aliados, forças mercenárias, indiferentes ao derramar de sangue dos angolanos. Cubanos, soviéticos, zairenses e sul-africanos, todos esses estrangeiros faziam parte do músculo das forças de ocupação. E estavam no terreno para ganhar dinheiro, mais nada

Para o MPLA, não senhor, a batalha de Kinfangondo resume-se a uma luta entre angolanos legítimos, quer dizer, simpatizantes, amigos e militantes do MPLA, e odientos invasores estrangeiros, quer dizer, ELNA, FALA, Sul-africanos e Zairenses.

O ministro da Defesa Nacional, Cândido Pereira dos Santos Van-dúnem, 35 anos depois mantém o mesmo discurso dos tempos de partido único, ao proferir numa descontextualizada, para a reconciliação nacional, conferência sobre a importância da Batalha de Kifangondo, que decorreu em Luanda, em saudação ao 35º aniversário da Independência Nacional, ao afirmar, convicto, «A batalha de Kifangondo é uma página brilhante na vida do povo angolano que devemos continuar a conhecer e honrar eternamente», para logo a seguir acrescentar, «para além do seu significado histórico, nesta batalha foram exaltados o espírito combativo do nosso povo e o seu indescritível espírito patriótico, bem representados por uma juventude sedenta de vitórias».

De acordo com este governante, na longa trajectória do país, os angolanos consentiram sacrifícios e perderam muitos dos seus melhores filhos para que hoje todos desfrutem da liberdade.

"Hoje temos razões de sobra para nos regozijarmos, porque os angolanos, de Cabinda ao Cunene, preparam-se, com justificada alegria para comemorar os 35 anos de Independência e por isso rendemo-nos à todos os que sacrificaram ou dedicaram suas vidas à essa causa nobre", salientou.
E eis assim mais uma tentativa de assassinato do espírito de reconciliação nacional que deveria ser um lema sagrado na nossa Pátria ferida.

A verdade é que os vencedores da batalha de Kinfangondo, e que pese no nosso coração a crueza da verdade dos factos histórico, não foram os angolanos, foram os mercanários de todos ao azimutes (os que sobreviveram, mas principalmente os mercenários cubanos.

A batalha de Kifangondo, município de Cacuaco, ocorreu a 10 de Novembro de 1975, a 30 quilómetros da cidade de Luanda, onde o Presidente António Agostinho Neto viria a proclamar, perante a África e o Mundo, a independência de Angola, horas depois.

A intervenção cubano-soviética em Angola no início de 1975 e a sua escalada posterior foi, segundo alguns critérios, produto de uma reacção à presença sul-africana, mas o general cubano Rafael del Pino declarou em diversas oportunidades que era incerto que as tropas cubanas tivessem ido para Angola para repelir a entrada dos sul-africanos, aclarando que foram as tropas cubanas as que primeiro entraram em Angola.

E, segundo indicadores evidentes, mal as unidades cubanas tocaram solo angolano e estabeleceram campos de treino em diferentes localidades, o teto caiu-lhe em cima. A África do Sul, informada de que os cubanos tinham enviado mais batalhões, enviaram de imediato uma potente coluna que cruzará a fronteira em Setembro, no momento em que desembarcam massivamente tropas castristas, internando-se com rapidez em território angolano, sob o pretexto de que perseguiam gente armada da SWAPO.

Entretanto, em Lisboa dá-se a queda de Vasco Gonçalves, o que, com a entrada dos Sul-Africanos no Cunene, parece colocar em perigo o plano de colocar o MPLA no poder. Fidel Castro projecta uma enorme movimentação de homens e a União Soviética dá a sua aprovação para o envio de mais logística. No seu avanço, a coluna sul-africana vai derrotando os campos de treino dos cubanos, provocando as primeiras baixas. Isto colocava Castro numa posição delicada, já que dois meses depois, em Dezembro, no primeiro congresso do PCC, teria que informar que se tinham imolado em Angola grande parte dos seus cadetes militares. Castro achava-se perante a alternativa de deixar os grupos de treinos a sua sorte, sujeitos ao extermínio, ou enviar poderosos reforços que parassem os Sul-africanos. Contra todas as possibilidades Castro optou por subir a parada em Angola.

A frota aérea civil de aviões Britânicos iniciou o transporte de combatentes no início de Outubro. A 6 de Outubro, unidade da famosa Divisão 50, agrupamento da elite cubana enfrentam o Sul-africanos em Norton de Matos. É o choque mais sangrento da guerra. Mesmo assim, revela-se a presença de um grupo táctico naval soviético perto do teatro de operações.

Já em princípio de Novembro, começam a penetrar as selectas falanges especiais do Ministério do Interior, cuja finalidade era parar as portas de Luanda a coluna sul-africana e ganhar tempo para que se concluísse a chegada de outros agrupamento regulares. O desespero de Castro por obter meios de transporte reflecte-se na sua decisão de transformar um barco de pesca em transporte militar.

A falta de barcos suficientes fez da ponte aérea o instrumento vital da logística. Apesar de serem alertados em Outubro, do percurso da milícia e armamento cubano via Barbados, os Estados Unidos não levaram a cabo nenhum esforço para interferir até que já bem entrado o mês de Dezembro, quando convenceu as autoridade de Bridgtowm a retirar a permissão de abastecer de combustível as frotas cubanas. De imediato Castro decide empregar como posto de trânsito os Açores, mas as autoridades portuguesas, ao conhecerem que voos eram do tipo militar decidiram não autorizar.

É então que entram em acção os soviéticos, os quais não queriam dar a cara no transporte de logística desde Cuba. Moscovo facultou a Havana o aluguer de vários IL 62 que podiam fazer o trajecto Cuba-Africa sem paragem. Em 3 e 12 de Novembro há encontros de grande envergadura em Benguela e novo redondo entre os sul africanos e os batalhões comandados pelo general Diaz Arguelles. A tenacidade da defesa oferecida pelo Diaz Arguelles e a efectividade da sua artilharia reactiva de 112mm convence o comando sul africano de quem tem a sua frente militares experiente e que o combate com os antilhanos ( naturais das Antilhas) não resultará fácil.

Na primeira semana de Novembro, Havana adverte o general Diaz Arguelles que varias colunas inimigas provenientes de Cabinda ao norte e do Lobito ao sul, avançavam sobre Luanda. Diaz Arguelles preparava a defesa, deslocando os lanças mísseis de 122mm . Em 5 de Novembro Castro opta por enviar por via aérea especialistas em artilharia pesada e suas famosas tropas especiais debaixo do comando de outro general, Pascoal Martinez Gil será processado mais tarde junto com o general Ochoa. Possuímos a versão oficial cubana segundo o que transmite Garcia Marquez na sua crónica.

“A operação Carlota iniciou-se com o envio de um envio de um batalhão reforçado de tropas especiais, composto por 60 homens. Foram transportados por avião em voos sucessivos durante 13 dias, desde a secção militar do aeroporto Jose Marti em Havana, até ao aeroporto de Luanda, ainda ocupado por tropas portuguesas. Naquele momento apenas estavam saindo de Cuba três barcos carregados com um regimento de artilharia, um batalhão de tropas motorizadas e o pessoal de artilharia a reacção, que começariam a desembarcar em Angola desde 27 de Dezembro”.

Era uma operação simultaneamente cronometrada em Luanda, em Lisboa e em Havana.

Castro precipita os acontecimentos em Angola para possibilitar que em Portugal o partido comunista prepare um golpe de Estado para 25 de Novembro.

A unidade 3051 do exército cubano, auxiliada com regimentos de tanques e tropas que chegam precipitadamente de Cuba, abre fogo contra a tropa de Holden Roberto que se aproximavam a Luanda. Sem dar tempo para compreender o que sucedia, uma chuva de projécteis incendiários dizimam a frente de Holden Roberto deixando grandes aberturas nas suas fileiras.

De imediato, chegam dois batalhões sul-africanos prontos a dizimar Luanda, mas ante a força bélica e os prejuízos que a população poderia sofrer, Holden Roberto, que seria colocado no poder no dia 11 de Novembro de 1975, pelos sul-africanos, recuou. Disse não aos seus aliados, que o consideraram cobarde, mas ele celebrizou, para os seus a seguinte expressão: “QUERO CHEGAR AO PODER, MAS NÃO A CUSTA DO SANGUE DE MILHARES DE ANGOLANOS”.

Mais tarde o velho líder confidenciaria aos seus que seria um morticínio colectivo se deixasse a máquina sul-africana, zairense aliada a sua tropa avançar, pois “só no Sambizanga, morreriam milhões de pessoas e nós não lutramos para chegar ao poder a qualquer custo”.

E com este recuo estratégico os tanques cubanos foram ocupando posições de resguardo a Luanda. Não tinham retrocedido um par de quilómetros as forças de Holden Roberto, quando começaram a ouvir por cima das suas cabeças o silvo dos foguetes de 122mm seguido de uma serie interminável de explosões que acompanha a fuga ao longo de 25 quilómetros. Os aviões de reconhecimento permitem ajustar os tiros indirectos e, para cúmulo dos horrores, os MIG-21 descem em picada e disparam sobre tudo o que se movia, confundindo todos como “LACAIOS DA UPA-FNLA E DO IMPERIALISMO INTERNACIONAL”.

Já nos fins de Agosto e começo de Setembro de 1975, alguns generais tinham começado a infiltrar-se no terreno angolano para começar a escalada seguinte. Posteriormente vão chegando ao campo de batalha, junto ao ministro da defesa RAUL CASTRO, muitos generais entre os quais figuram Leopoldo Cintras Frias. Del Pino, Abelardo Colome Ibarra, Rogelio Azevedo, Lopes Cubas, Gustavo Fleites Ramirez, César Lara Rosello e Romarico Sotomayor.

Em Dezembro Mijail Suslov, membro de bureau político do PCUS e o general do exercito vietnamita Vo Nguen Giap viajam a Havana para ter longas consultas com Castro e com o Estado Maior sobre as possíveis reacções dos Estados Unidos perante os eventos em Angola. Por seu lado, a URSS lança uma cruzada diplomática em toda a África com promessas de cobrir de ouro os estados africanos que ainda duvidam em oferecer o seu reconhecimento ao regime do MPLA. Moscovo depositará em bancos suíços quantidades de ouro no valor de 25 milhões de libras esterlinas para esta operação. O Daily Express qualificou-a como a maior corrupção da história

Hora, daqueles tristes tempos não podem os angolanos sensatos se orgulhar, não só porque o símbolo de Kifangondo continua a dividir, como a falsidade da sua história consolida apenas a raiva, o ódio entre os angolanos, sedentos de uma verdadeira política de reconciliação nacional.

2 comentários:

  1. o mpla continua a escravizar o povo inocente um milhão de casa e sem casa , porque senhor presidente ,tenha o que o neto havia tido o importante e resolver o problema do povo , e o governo angolano diz que o importante é roubar o povo um dia serás julgado Jes,gatuno da nação angolana

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  2. DIABOS QUE TRATAMOS POR ANJOS. FASEM E NÃO FIZÉRAM. E DO QUE FAZEM, NUNCA SÃO CULPADOS. HÁ MUITA VERDADE POR SE REVELAR.

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