A juventude de Lubundunu tinha decidido, há muito, celebrar a festa de Cristo Rei em Lândana. No dia 20, de manhã, o padre Congo foi até à cidade de Cabinda. Em Cabassango, às portas da cidade, deparou-se com um vasto aparato policial, cuja acção era direccionada para todos os veículos que traziam membros da comunidade Lubúndunu. Uns foram obrigados a retroceder e outros obrigados a mudar de itinerário. Ao regressar a Lândana, o padre Congo encontrou-se com alguns membros vítimas desta repressão policial.
Disseram-lhe os populares que foram acusados de serem membros da Mpalabanda e da FLEC e, por isso, interditos de se movimentarem. Chegado a Lândana deparou-se com um novo aparato policial e anti-motins. Vieram, depois, os jovens de Lândana e narraram terem sido impedidos de realizar o encontro de oração, porque, no dia seguinte, o bispo iria a Lândana e porque estavam a organizar uma manifestação da Mpalabanda.
Se quisessem que fossem a Cabassango, disseram-lhe as autoridades. Pediram ao padre Congo que os ajudasse com a sua carrinha. E tal foi feito. Ao regressar, sem ninguém na viatura, a polícia, postada em tudo que era canto, fizeram-no parar e pediram-lhe a carta de condução e os documentos da viatura.
Eram 18.30 horas. Ficou detido até às 20.45. Depois veio um polícia de trânsito que lhe disse que retinham o carro, por ordens de um comandante, sempre na penumbra, porque era uma viatura de mercadoria e não de passageiros. Ficou assim retido no Malembo, porque não tinha como chegar a Lândana, que dista 18 quilómetros.
Confrontados com a reacção do padre Congo lá arranjaram uma viatura para o levar a Lândana. Quando pediam ao dono da viatura para o ir levar, diante do espanto deste, que não compreendia por que o padre Congo já não tinha carro, o polícia, na sua ingenuidade, disse-lhe que eram problemas políticos.
Esta atitude humilhante e musculada contra o padre Congo e todos os inimigos de estimação do governo tem sido permanente nos últimos dias, porque no dia 11 deste mês também foi posto em situação de detenção durante largas horas, o dr. Nombo, na fronteira de Massabi e só, depois, quando bem quiseram, os deixaram seguir viagem até Ponta-Negra, República do Congo Brazzaville.
A vida do padre Congo e de muitos outros é uma permanente humilhação e só Deus sabe quando vai acabar. Não se sabe quem fica mal na fotografia: se a Igreja Católica que tem sempre o apoio da mão do poder ou aquela que está sempre ao lado dos pobres e oprimidos. Tudo que é polícia e militar, em todos os seus programas ou o próprio poder, que se diz laico, que se tornou o protector de uma Igreja que se distancia das suas ovelhas, todos os dias! Só o futuro nos dirá. Até lá, continuaremos com a vida sempre por um fio.
Mas como só é derrotado quem deixa de lutar, nunca o regime angolano conseguirá derrotar um povo que só se ajoelha perante Deus. Perante os homens, mesmo que armados até aos dentes, estará sempre de pé.
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