quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os 8 anos de poder de Lula no Brasil


Quando Lula chegou ao poder em 2002 o capital internacional encontrava-se em "debandada" Era preciso limpar pelo menos os cantos à casa. Lula promoveu então o incentivo às exportações, à diversificação dos investimentos, estimulou o micro-crédito e ampliou os investimentos na agricultura familiar através do PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar). Na sua gestão observou-se o recorde na produção da indústria automobilística, em 2005 e o maior crescimento real do salário, resultando na recuperação do poder de compra da parte das classes baixa e média da população. Também houve o fortalecimento da Petrobrás, que culminou com o renascimento da indústria naval brasileira, que em 2009 passou a ser a sexta maior do mundo.

Em 2010, foi possível ao país sair de forma efectiva da crise mundial. Durante a crise a retracção do PIB foi de apenas 0,2%, mostrando um resultado melhor que as das grandes economias do mundo. A classe média no país aumentou, entre 2009 e 2010 cresceu a demanda interna em 8%. Além disso, a inflação ficou controlada.

Salário Mínimo
O salário mínimo passou, em oito anos, de 200 para 510 reais (aumento de 155%). O nível de desemprego registou uma queda real no Governo Lula, caindo de uma taxa de 12% em 2003, para 9% em 2007.

PIB
O PIB registou uma expansão média de 3,55% ao ano, entre 2002 e 2009, segundo estudo do economista Reinaldo Gonçalves. O valor fica abaixo da média de crescimento da economia do período republicano, de 4,55%, e coloca o Governo Lula na 21ª posição no ranking de 29 presidentes.

Taxa de Juros
Analistas financeiros apontaram que a taxa de juros SELIC saiu de 25% ao ano em 2003, quando Lula tomou posse, para 8,75% ao ano em Julho de 2009 (no segundo mandato de Lula), a mais baixa da história.

Privatizações
O governo Lula também se caracteriza pelo fim do ciclo de privatizações das empresas estatais. Um dos pontos controversos das privatizações ocorridas no governo anterior foi a venda da companhia Vale do Rio Doce, a um valor menor que o lucro obtido no primeiro ano de gestão dos novos donos. Sob direcção privada e sem influência directa do governo, a empresa veio a se tornar uma das mais competitivas do mundo.

Por outro lado, após 5 anos de mandato, o governo Lula passou também a apoiar uma política de privatizações de estradas nacionais, com os leilões de concessão de 7 lotes de estradas federais, vencidos na maioria por empresas estrangeiras. O governo Lula foi responsável pela privatização de cerca de 2,6 mil quilómetros de estradas federais,

Redução da pobreza e distribuição de renda
Em 2010, o BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) afirmou que o país avançou na redução da pobreza e distribuição de renda. Segundo a entidade, apesar da desigualdade social ser ainda elevada, conseguiu-se reduzir a taxa de pobreza de 40% em 1990 para 9,1% em 2006. No mesmo ano, um estudo da economista Sonia Rocha, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), mostrou que o percentual de pobres caiu de maneira sustentável no Brasil entre 2004 e 2008, de 33,2% para 22,9%.

Índice de Desenvolvimento Humano
Entre 2002 e 2007, o Brasil, embora tenha melhorado o seu Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,790 para 0,813, caiu da 63º posição para a 75ª posição no ranking dos países do mundo. O estudo é divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD, que esclareceu o recuo do País para 75ª posição com dois factores: a entrada de novos países no levantamento e a actualização de dados, que beneficiaram países como a Rússia.

Bolsa Família
A taxa de miséria de 2004 caiu 8% em comparação a 2003, ano em que Lula tomou posse. Ainda segundo a PNAD, oito milhões de pessoas saíram da pobreza (classes D e E) ao longo do governo Lula.

Um programa social bastante conhecido do governo Lula é o Bolsa da Família. A finalidade do programa, que atende cerca de 12,4 milhões de habitantes, é a transferência directa de renda do governo para famílias pobres (renda mensal por pessoa entre R$ 69,01 e R$ 137,00) e em extrema miséria (renda mensal por pessoa de até R$ 69,00).

O Fome Zero
O Programa Fome Zero foi a principal plataforma eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. não deu certo e costuma ser citado pelos críticos como um dos principais fracassos da administração Lula. O programa hoje é considerado extinto e substituído pelo Bolsa-Família.

Primeiro Emprego
O Governo Lula lançou, em 2003, o programa Primeiro Emprego, bandeira de campanha da eleição de Lula em 2002. Porém, o programa não descolou: em 2004, nove meses depois de lançado, o programa, que tinha a meta de criar 70 mil empregos para jovens carentes até o fim do ano, só criou 1.308. O programa foi extinto em 2006, tendo conseguido empregar 3.936 jovens, quando o plano inicial era 260 mil vagas por ano - o que daria 715 mil jovens empregados nesses 33 meses.. Em 2007, o programa, que dava vantagens a empresas que oferecessem vagas a jovens de 16 a 24 anos, foi excluído do projeto do PPA (Plano Plurianual) 2008-2011. Como o PPA orienta os Orçamentos a cada quadriênio, isso significava o fim da verba para o Primeiro Emprego a partir de 2008. Em 2009, o Governo estudou ressuscitar o programa, porém, até o momento não houve um consenso sobre o assunto.

Educação
No campo da educação, o governo Lula apresenta fortes níveis de escolarização em todas as faixas etárias. A parcela da população que não frequentava a escola foi reduzida de 29% para 18% em apenas 36 meses, considerando o grupo de 5 a 17 anos de idade. No nível básico, o percentual de crianças fora da escola caiu, em 2005, para 2,8%

Na área do ensino superior, o ProUni (Programa Universidade Para Todos) é o maior programa de bolsas de estudo da história da educação brasileira. Em 2005, o ProUni ofereceu 112 mil bolsas de estudo em 1.412 instituições em todo o país. O governo também criou 9 universidades públicas federais, interiorizando o acesso à educação pública gratuita. Actualmente, as universidades federais oferecem 122 mil vagas gratuitas. Contudo, o programa é criticado por professores e estudiosos de instituições de ensino federais, pois algumas delas se encontrariam em processo de dificuldade por falta de recursos da parte do governo federal. Alegam também ser uma distribuição de recursos públicos a instituições de ensino privado de baixa qualidade.

Mortalidade Infantil
Com relação à mortalidade infantil, o governo Lula seguiu a tendência de queda, que se observa desde 1930 no Brasil. Segundo dados, a taxa de mortalidade infantil caiu para 26 mortes para grupo de mil habitantes, ante 29,6 do governo anterior.

Educação
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu 295 objectivos para nortear o planeamento da educação no Brasil, da creche à pós-graduação, até 2010. Mas às vésperas de chegar ao fim, muito deixou de ser cumprido. É o que avaliaram especialistas entrevistados pela Agência Brasil: O PNE determinava que o analfabetismo deveria ser erradicado até 2010, mas o Brasil ainda tem 14 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever, cerca de 10% da população acima de 15 anos. De acordo com o plano, 30% das crianças de zero até 3 anos de idade deveriam estar matriculadas em creches. Mas segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a taxa de atendimento está em 18%. Já na pré-escola (entre 4 e 5 anos), a meta foi atingida. O MEC prevê que até o fim de 2010 o atendimento chegará a 80%, exactamente o que estava previsto no plano. Até 2008 a taxa era de 73%. Segundo dados da última Pnad, 97,9% das crianças entre 7 e 14 anos estão na escola. O número, muito perto de 100%, atinge a meta de universalização do ensino fundamental. O plano também previa que a etapa fosse ampliada para nove anos, com início aos 6 anos, mudanças que está sendo consolidada pelas redes em 2010. Até o final da década, a meta era ter 30% da população de 18 a 24 anos inseridos no ensino superior. De acordo com dados da Pnad de 2008, o percentual ainda está abaixo de 15%.

Como se pode ver dos dados acima, a “banga angolana” foi banida do governo de Lula. A preocupação maior foi “resolver os problemas do povo”. Agostinho Neto ou “Manguxe”, na tumba, pelo Brasil pode repousar em paz. Por Angola não. E não pode por uma simples razão, fica mais uma vez demonstrado que as linhas mestres de construção de países podem-se fazer em menos de 10 anos. Pouco mais de um mandato eleitoral, chega. Logo, se Angola alcançou a paz em 2002, coisa de um ano antes de o presidente Lula da Silva subir ao poder, não se entendem as enormes diferenças, quanto ao desenvolvimento em todos os campos entre as duas lideranças e dois países. Mas, pelos vistos isso são contas de um outro rosário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário