sexta-feira, 12 de novembro de 2010

NGONGO ASCENÇÃO E QUEDA


O ex-ministro do Interior, Roberto Leal Monteiro “Ngongo” faz parte do grupo de combatentes pela causa angolana de descendência cabo verdiana (o actual embaixador de Cabo Verde em Angola Domingos Mascarenha é seu primo). O general serviu a guerrilha do MPLA desde o inicio da década de 70 nas 2ª e 3ª Regiões Militares, onde chegou a chefe de Reconhecimento e Operações do Grupo Especial de Artilharia. No ano de 1965 foi funcionário dos Serviços de Fazenda e Contabilidade da administração colonial. Alimentava o sonho pela formação em engenharia de Minas, curso que abortou no segundo ano em detrimento da carreira militar. No período de preparação da independência de Angola esteve a chefiar a Artilharia da 9ª Brigada de Infantaria, para um ano depois ter passado para a Artilharia Terrestre do Estado Maior General e chefiar a Direcção de Reconhecimento e Informação/EMG.

Teve formação militar na ex - União Soviética, onde concluiu o curso de Chefe de Artilharia de Brigada em Moscovo e de Chefe de Bateria de Grad. P. em Sinferpol. O seu nome de guerra deve-se quando esteve em missão militar na província de Cabinda, onde era conhecido por “Jingongo” mas os colegas, entenderam abreviar o nome passando a ser “Ngongo”.

Uma das fases mais acentuadas da sua carreira militar deu-se entre o ano de 1983 a 87 quando desempenhava funções de chefe adjunto do Estado maior. A Batalha do Kuito Kwanavale apanhou-lhe naquelas vestes. Esteve também na operação “Saudemos Outubro” com vista a ocupação de Mavinga, em 1987. Como membro do grupo de operativos que acompanhava a batalha do Kuito, o general "Ngongo" viu serem lhe atribuídos “erros gravíssimos” de caracter militar. Na altura especialistas da Força Aérea apresentaram, antes dos incidentes, propostas concretas que terão sido ignoradas por ele. O mesmo expulsou do grupo operacional, o representante da Força Aérea. Em consequência, o saldo da operação que desencadeavam no Kuito Kwanavale foi considerado desastroso, com, segundo fontes militares, mais de 10 mil mortes.

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