quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Moçambique. 70 mil pessoas na província de Manica afectadas pela mosca negra


Mais de 70 mil pessoas nos distritos de Guro e Tambara, em Manica, centro de Moçambique, serão vacinadas, numa campanha iniciada, no 01.11, contra a mosca negra, que tem causado cegueira na população local, informou fonte médica.
As autoridades de saúde indicam que este ano, nos dois distritos, mais de 70 mil pessoas foram picadas pela mosca negra, que abunda na região, e cujo parasita provoca cegueira e Filariase Linfática (Elefantíase), que o governo quer eliminar até 2020.
“A campanha de vacinação vai incidir mais nos distritos de Guro e Tambara, onde há registo de muitos casos de picada da mosca negra, e também da cegueira”, disse Ben Lauro, substituto da médica chefe provincial.
Segundo a fonte, ao todo 70.285 pessoas de diferentes idades naqueles distritos serão abrangidas pela vacina Ivermectina, que retarda o desenvolvimento da doença. A campanha de vacinação, gratuita, prevê atingir uma media diária de 5.944 pessoas nestes locais.
“Esta vacinação está inserida no âmbito da campanha nacional de vacinação que se iniciou hoje no pais, pois vimos a necessidade de uma vacinação massiva com Ivermectina das pessoas contra a mosca negra, para evitar futuras complicações”, disse Ben Lauro.
A infecção pela mosca negra conduz a lesões graves na pele, à deficiência visual e à cegueira. É a quarta causa mundial da cegueira evitável, logo a seguir à catarata, ao glaucoma e ao tracoma.
Um estudo do Ministério da Saúde, de 2007, feito em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e do Programa Africano de Combate à Oncocercose (PACO), indicava as províncias de Zambézia, Tete (centro), Cabo Delgado e Niassa (norte), com mais casos de picadas da mosca negra, com poucos casos no resto do país.
No entanto Moçambique faz fronteira com dois países endémicos, o Malawi e a Tanzânia, o que o coloca numa situação de vulnerabilidade.
O governo moçambicano começou a campanha de vacinação e desparasitação, que vai durar 7 dias e que pretende abranger 3,6 milhões de crianças, 4,7 milhões de mulheres em idade fértil e 1,2 milhões de adolescentes.
Com a iniciativa, “Semana da Saúde”, pretende-se reduzir a mortalidade materna, neo-natal e infantil. Serão distribuídos suplementos de vitamina A (melhor visão), Sal Ferroso e Ácido Fólico (contra anemia), vacinas contra o tétano e será feita desparasitação.

Economia vai crescer diz FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que “o desempenho económico de Moçambique continua forte, apesar do difícil ambiente internacional” e prevê mesmo um crescimento superior a sete por cento este ano.
O optimismo do FMI sobre a situação económica de Moçambique resulta de uma avaliação realizada por uma missão da organização, entre 19 a 29 do mês passado, ao país, onde fez a primeira revisão no âmbito do novo Instrumento de Apoio Político (PSI, na sigla inglesa), assinado com as autoridades moçambicanas em Junho.
Depois da avaliação, a missão do FMI concluiu que “o desempenho económico de Moçambique continua forte, apesar do difícil ambiente externo”.
“O crescimento económico poderá ultrapassar sete por cento em 2010 e projecta-se que acelere para oito por cento a médio prazo”, refere aquele organismo financeiro internacional, na sua página da internet sobre Moçambique.
A previsão do FMI sobre a economia moçambicana é sustentada pela recuperação da procura internacional, aumento dos fluxos de capitais privados e uma contínua e forte ajuda dos doadores, um contexto que “vai colocar as reservas internacionais do país num nível confortável”.
Na sua nota sobre Moçambique, aquele organismo enfatiza que as políticas fiscais e monetárias adoptadas pelo governo para enfrentar a crise financeira e económica internacional, agravadas pela pressão sobre a balança de pagamentos, contribuíram para a depreciação da moeda moçambicana e aumento da inflação, deteriorando a qualidade de vida das camadas da população mais vulneráveis.

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