O líder do Partido Popular, David Mendes, mostrou-se indignado com a atitude da Polícia Nacional, de prendê-lo e mais 10 militantes da sua organização, pelo simples facto de estarem a distribuir panfletos, nas suas acções partidárias de campo.
“É uma cobardia da parte do MPLA e da Polícia que cada vez mais deixa transpirar a ideia de ser um corpo partidarizado e não público, visando cada vez mais impedir a acção das forças da oposição”, assegurou ao F8, David Mendes.
Para o político esta investida contra a sua formação surge após a sua impugnação junto do Tribunal Constitucional, quanto a semelhança da bandeira da República a do MPLA.
“Ao invés de nos responderem no quadro da lei e do Direito, o MPLA, como é seu apanágio, enquanto principal factor de instabilidade, preferiu uma vez mais dar um sinal de má conviver com a sua democracia, ao introduzir, sub-repticiamente uma lei na Assembleia Nacional, por ter uma maioria, que é um insulto à inteligência e à tolerância da maioria dos angolanos”, disse.
Na sua opinião esse tipo de jogo baixo não ajuda a credibilizar a nossa democracia e o partido no poder, porquanto agora, todas as bandeiras partidárias podem assemelhar-se à da República, “não só a do MPLA. E isso é grave, mas leva-nos a ponderar, também e isso vamos tentar concertar com os demais partidos da oposição, alterar as cores da nossa bandeira, colocando vermelho, preto e amarelo. Se todos concordarmos teremos uma grande sarrabulhada e aí o Tribunal Constitucional e a Assembleia terão de arcar com as consequências”.
Para o PP a manutenção no poder do MPLA, durante os 35 anos se deve mais à utilização de argumentos de força e não argumentos da razão, no debate político, daí as grandes questões nacionais nunca terem sido com base nos consensos, mas sempre na maioria forçada, que detém na Assembleia e no Governo.
“Como se pode entender ser crime, a simples distribuição de panfletos e de um manifesto às autoridades governamentais de Luanda. Só num regime que não respeita a democracia e as demais forças políticas. Só um partido que lidera e governa com a fraude, a arrogância e a prepotência, apela a métodos ilegais para limitar os passos dos adversários políticos.
Recorde-se que a direcção deste partido esteve presa durante cerca de quatro horas, no dia 13.11, na 36ª Esquadra da Polícia sita no município do Kilamba Kiaxi, até que por ordens superiores o comandante daquela unidade policial, Júlio Leite Velho, indicou-lhes o caminho da rua, mas sem qualquer mandado de soltura. “Eles não tiveram o processo formalizado de prisão, por esta razão não emitimos os mandados de soltura, porque também se tratou de um mal entendido, dos nossos agentes na via pública”.
David Mendes diz que esta intimidação não é bastante para os fazer recuar e que o seu partido vai continuar a desenvolver actividades de massas. “Precisamos de levar a nossa mensagem junto das populações e despertá-las para a realidade em que vivemos. Só com a abertura e libertação das mentes poderemos evitar o naufrágio a que nos querem empurrar, por estarmos a sofrer com a desgovernação”.
Na Carta Aberta o Partido Popular denuncia a recolha de milhões de Kwanzas efectuada pelas autoridades junto das populações, com promessas de concessão de parcelas de terra, sem que procedesse a entrega das mesmas até ao momento. “Até hoje, o governo não é capaz de dizer onde está o dinheiro burlado aos cidadãos, nem é capaz de indicar onde estão os terrenos loteados” lê-se na carta. Finalmente David Mendes disse estar surpreso com o comportamento das autoridades policiais em Luanda, porquanto os militantes e dirigentes do PP, não tiveram problemas na sua acção de campo no Lubango, que denunciava a forma como o governo local efectuou os desalojamentos, demolições e expropriações de terrenos as populações autóctones.
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