terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma nova polémica. Mihaela Radkova Marinova, a filha búlgara de Agostinho Neto



Os jornais na Bulgária já escreveram sobre o assunto razão pela qual todos a conhecem como a filha do falecido Presidente Agostinho Neto com uma cidadã búlgara. Em Angola a informação é do domínio de um núcleo restrito do regime que sempre tomou cuidados para que o assunto nunca viesse a público. Há informação alegando que a primeira vez que um jornalista angolano tentou escrever sobre isso foi em 1993 mas sem sucesso porque três dias depois de ter sido municiado com a informação acabou misteriosamente morto.

Eis um primeiro aspecto negativo deste “caso”. Jornalista morto depois de meter o bedelho em seara estatal? Esse não foi o primeiro nem o último. A mais recente vítima dessa tradição o “Jójó” da Rádio Despertar.

José Gama & William Tonet *

Reconhecemos no entanto que o assunto é muito delicado, na medida em que entramos de rompante em plena área privada. Portanto, não se trata aqui de discorrer sobre as atitudes dos protagonistas no que toca às suas tendências para simpatizar ou não com a causa da pretensa filha do “guia imortal”. O problema é fazer o necessário para apurar uma pretensão que já por mais de uma vez foi confirmada por testemunhas idóneas.

Tanto assim que o próprio presidente Eduardo dos Santos foi um dos promotores da ideia de fazer, neste caso de Mihaela, um teste de ADN.

E é na maneira como isso foi feito que está o segundo aspecto negativo deste caso.

O teste ADN foi “arquitectado” do seguinte modo: uma amostra de sangue de Mihaiela foi enviada para laboratórios “Du Boisson and partner”, em Pretória, África do Sul. E, indefinível aberração, foram comparados, então, ao sangue de Mihaela, o dos seus alegados, irmãos: Irene Neto, Mário Jorge Neto e, surpresa absurda, da viúva Maria Eugénia Neto!

Como seria de esperar, o relatório final do teste, assinado a 09 de Novembro de 1999 pelo médico Dr. A.S Greef, concluiu que Mihaela não era filha de Maria Eugénia Neto!

Incrível. Fazer um teste científico oneroso para provar a falsidade duma realidade indesmentível, Mihaela não era filha de Maria Eugénia Neto, vejam só!

Para se apurar a paternidade, tendo em conta que Neto já está morto, poderia ser feito com fio de cabelo do falecido (Como aconteceu com o caso do fundador da DHL).

À parte esta evidência que ninguém quis levar em consideração, em círculos restritos do regime paira a suspeita de que terão enviado a José Eduardo dos Santos, a cópia de um relatório falso, razão pela qual, JES terá se deixado convencer de que Mihaela não era filha de Neto.

O terceiro aspecto negativo deste imbróglio apresenta-se em forma de pergunta ao Sr. Presidente da República:

Sr. Presidente, se é verdade que foi V. Excia. quem propôs, ou sugeriu, ou instigou, ou de algum modo esteve na tomada de decisão para fazer um teste ADN a propósito da busca de paternidade de Mihaela, por que razão recusar fazer o mesmo teste no caso de busca idêntica da dona Josefa “Nguituka”, que pretende ser sua filha?

Não, não Sr. Presidente, não estamos a insinuar que V. Excia. é pai dessa senhora e que vai recusar, mas, não acha que seria uma boa coisa para toda a gente que esse teste fosse feito o mais rapidamente possível?

De preferência por proposta feita por V. Excia..

Seria um gesto realmente soberano!

E soberano e democrático será se não forem soltos assassínos, para o cometimento de crimes contra os jornalistas que têm vindo a despoletar estas situações, colocando-se não só ao lado dos indefesos e fracos, mas também dos fortes, logo das partes.

Adiante.

A mãe de Mihaela ter-se-ia envolvido com Agostinho Neto no decurso de uma viagem que o falecido líder guerrilheiro do MPLA efectuou a Bulgária entre os dias 13 a 19 de Julho de 1973 tendo se hospedado no Hotel Rila na cidade de Sofia. Ambos terão se amigado durante uma semana e nove meses depois, isto é em Fevereiro de 1974, nasceu a filha Mihaela Radkova Marinova.

Devido a pressão do sistema naquele país, que discriminava o cruzamento de brancas com negros, a mãe de Mihaela optou por entregar a filha, a um orfanato tendo assinado um documento que permitisse a adopção da mesma ainda bebé. Logo após a independência de Angola, a senhora veio a saber que o político com quem se amigou no Hotel Rila se tornou presidente de Angola. Numa visita de Agostinho Neto a Bulgária, já nas vestes de Presidente a senhora contactou o então chefe de estado angolano e pondo-lhe ao corrente que tinha uma filha em comum. Em vida, Agostinho Neto, costumava enviar dinheiro a Bulgária para apoiar a filha.
Há informação fazendo defesa de que Neto teria dado sinais de pretensão de receber a filha búlgara. A esta altura a senhora Búlgara desconhecia o paradeiro da filha, uma vez que havia dado para adopção. A senhora tentou procurar nos orfanatos mas sem sucesso visto que na altura havia cerca de 100 internatos na Bulgária.

Mihaela foi reencontrada pela mãe com ajuda das autoridades polícias, quando tinha já 15 anos de idade. Esta informou a filha que o seu progenitor havia morrido e que se chamava António Agostinho Neto. A mãe aconselhou-lhe a procurar pelos familiares do seu pai solicitando por outro lado que não a envolvesse no assunto visto que estava casada, e não queria problemas no lar (Os filhos e esposo desconhecem que tem uma filha com um negro.). São conhecidos revelações de uma irmã da mãe de Mihaela alegando que com o dinheiro que Neto lhe mandava chegou a comprar uma casa.

Após a insistente circulação de informação do assunto, na Bulgária, o actual presidente angolano, José Eduardo dos Santos enviou, em 1995, uma delegação a Bulgária chefiada por um emissário, Felisberto Monimambo, então embaixador na ex-Jugoslávia a fim de manter contacto com a suposta filha de Agostinho Neto. Estes conseguiram o contacto de Mihaela e convidaram-na para um encontro. No seguimento do desenrolar do contacto, o embaixador Monimambo viajou entusiasmado até Luanda para dizer aos familiares de Agostinho Neto que a filha do “líder imortal” estava viva. Felisberto Monimanbo terá abortado o dossier logo após se ter dado conta que o assunto tivera deixado a família Neto em dois campos opostos.

As autoridades angolanas terão sentido que o embaixador se deixara comover com a versão de Mihaela e num sinal entendido como destinado a anular futuros contactos exoneraram-lhe do cargo de embaixador na Sérvia, transferindo-o para outro país.

Em 1998, Mihaela Marinova foi viver em Harare após ter casado com um cidadão zimbabweano com quem tem uma filha de 18 anos. Naquele país, manteve contacto com uma funcionária da embaixada angolana em Harare, Luísa Chongolo que tem um irmão casado com uma das irmãs de Agostinho Neto. Luísa Chongololo informou Ruth Neto, irmã do malogrado presidente e por sua vez, esta deslocou-se, ao Zimbabwe para ver a sobrinha, isto no ano de 1999. Uma fonte familiar garantiu ao F8 ter havido uma forte empatia, quando Ruth Neto se encontrou face a face com Mihaela, ao identificar nela traços do seu irmão Agostinho Neto. (Todos que vêem Mihaela dizem ser parecida com Leda, a filha mais nova de Agostinho Neto). Ruth Neto terá movido influências para tratar do assunto de reconhecimento tendo ela ficado pelo caminho devido a alegada oposição que enfrentou no círculo familiar.

O teste do DNA
Entretanto, José Eduardo dos Santos, manifestando Entretanto, José Eduardo dos Santos, manifestando sensível preocupação, terá enviado um novo emissário a Harare, Francisco Romão para obtenção de mais pormenores, visando uma eventual intervenção do Estado, em função do relatório que lhe seria apresentado.

O embaixador falou, mais uma vez, a Mihaela sob a possibilidade de se fazer um teste de DNA, para comprovação de paternidade e esta aceitou. Foi lhe retirado o sangue em Harare e enviado para os laboratórios “Du Boisson and partner”, em Pretória, África do Sul. Foram comparados, então, ao sangue dos seus alegados, irmãos: Irene Neto, Mário Jorge Neto e da viúva Maria Eugénia Neto. Como seria de se esperar, o relatório final do teste, assinado a 09 de Novembro de 1999, pelo médico Dr. A.S Greef, concluiu, face a colateralidade da colheita, que Mihaela não era filha de Maria Eugénia Neto, por esta ter dado o seu sangue, quando deveria ser o do seu marido. No entanto, apontou uma proximidade entre os fios condutores de Mihaela e o dos filhos publicamente reconhecidos; Irene e Mário Jorge Neto, denotando, por via disso, puderem, os três serem filhos do mesmo pai. (Não houve sangue de Agostinho Neto). De acordo com uma apreciação competente, o teste de DNA não deveria ter sido com Eugenia Neto, pois nunca se disse que a mesma é mãe de Mihaela. Para se apurar, a paternidade tendo em conta que Neto já está morto, poderia ser feito com fio de cabelo do falecido (Como aconteceu com o caso do fundador da DHL). Em círculos restritos do regime, paira a suspeita de que terão enviado a José Eduardo dos Santos, a cópia de um relatório falso, razão pela qual, JES terá se deixado convencer de que Mihaela ainda não reunir os pressupostos para se aferir ser ou não filha de Neto.

O dossier “Mihaela” terá deixado a família de Neto dividida: uns, defendem, sem hesitações ser filha de Neto, enquanto outros ainda continuam com uma pulga atrás das orelhas, por falta de ADN.

Uma das figuras identificadas como contraria a um eventual reconhecimento, diz fonte familiar é a própria viúva que teria, inclusive mandado um recado, através da Embaixada da Bulgária em Harare, no Zimbabwe para estes persuadirem Miadela a deixar a sua família em paz. Entretanto ainda nos muros domiciliares, surge uma voz dissonante a da mãe, através da filha Leda Neto. “Ela é uma miúda sensível, tem bom coração e tem mantido contacto telefónico com a irmã, aconselhando-a a ter calma, por acreditar no seu reconhecimento como filha de Agostinho Neto”, assegurou a fonte familiar que temos estado a citar.

sensível preocupação, terá enviado um novo emissário a Harare, Francisco Romão para obtenção de mais pormenores, visando uma eventual intervenção do Estado, em função do relatório que lhe seria apresentado.

O embaixador falou, mais uma vez, a Mihaela sob a possibilidade de se fazer um teste de DNA, para comprovação de paternidade e esta aceitou. Foi lhe retirado o sangue em Harare e enviado para os laboratórios “Du Boisson and partner”, em Pretória, África do Sul. Foram comparados, então, ao sangue dos seus alegados, irmãos: Irene Neto, Mário Jorge Neto e da viúva Maria Eugénia Neto. Como seria de se esperar, o relatório final do teste, assinado a 09 de Novembro de 1999, pelo médico Dr. A.S Greef, concluiu, face a colateralidade da colheita, que Mihaela não era filha de Maria Eugénia Neto, por esta ter dado o seu sangue, quando deveria ser o do seu marido. No entanto, apontou uma proximidade entre os fios condutores de Mihaela e o dos filhos publicamente reconhecidos; Irene e Mário Jorge Neto, denotando, por via disso, puderem, os três serem filhos do mesmo pai. (Não houve sangue de Agostinho Neto). De acordo com uma apreciação competente, o teste de DNA não deveria ter sido com Eugenia Neto, pois nunca se disse que a mesma é mãe de Mihaela. Para se apurar, a paternidade tendo em conta que Neto já está morto, poderia ser feito com fio de cabelo do falecido (Como aconteceu com o caso do fundador da DHL). Em círculos restritos do regime, paira a suspeita de que terão enviado a José Eduardo dos Santos, a cópia de um relatório falso, razão pela qual, JES ter-se-ia deixado convencer de que Mihaela ainda não reunia os pressupostos para se aferir ser ou não filha de Neto.

O dossier “Mihaela” terá deixado a família de Neto dividida: uns, defendem, sem hesitações ser filha de Neto, enquanto outros ainda continuam com uma pulga atrás das orelhas, por falta de ADN.

Uma das figuras identificadas como contrária a um eventual reconhecimento, diz fonte familiar é a própria viúva que teria, inclusive mandado um recado, através da Embaixada da Bulgária em Harare, no Zimbabwe para estes persuadirem Mihaela a deixar a sua família em paz. Entretanto ainda nos muros domiciliares, surge uma voz dissonante da mãe, através da filha Leda Neto. “Ela é uma miúda sensível, tem bom coração e tem mantido contacto telefónico com a irmã, aconselhando-a a ter calma, por acreditar no seu reconhecimento como filha de Agostinho Neto”, assegurou a fonte familiar que temos estado a citar.

Mihaela Marinova presentemente a viver há 7 anos em Londres, faz trabalhos para a área de hotelaria e é descrita como persistente à semelhança do pai e da irmã Irene Neto. Em 2004 esteve em Luanda, tendo-se encontrado com Mendes de Carvalho que também ter-se-á sentido comovido com a sua história, tal como o “tio” Roberto de Almeida que a recebeu no seu antigo gabinete da Assembleia Nacional e ainda com a sua irmã Irene Neto. Um jornal zimbabueano que chegou a escrever sobre o caso alguns anos, atrás concluiu que uma das razões que leva o governo angolano a não reconhecer Mihaela é o facto de tal reconhecimento afectar a imagem do Presidente Neto que era visto como um homem que, aparentemente, não se metia em aventuras extra-matrimoniais.

Em Luanda, personalidades conhecedoras do caso Mihaela, condenam o cinismo e hipocrisia na resolução deste caso, cujos contornos podem beliscar a hipotética imagem impoluta do único homem no mundo considerado guia imortal da Revolução angolana.

“O governo, já que a viúva jamais o fará, poderia ajudar a realizar um exame de ADN, utilizando, por exemplo, após exumação do seu corpo, um fio de cabelo de Neto, que seria enviado para um laboratórios na Inglaterra, onde a probalidade de falsificação é quase nula, principalmente, se puder ser engajada a autoridade de saúde daquele país”.

*F8/Club-k.net

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