quinta-feira, 16 de junho de 2011

FMI. União Africana quer africano na liderança da instituição financeira


A União Africana (UA) quer que a liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) seja ocupada por um africano, defendendo que chegou a hora de acabar com o acordo que garante à Europa o cargo de diretor-geral da instituição.
"A União Africana acredita que chegou o tempo de um não-europeu, em particular um africano, liderar o FMI, uma vez que o cargo de diretor-geral nunca foi ocupado por um não-europeu por causa do acordo tácito que existe atualmente. Escolher um não-europeu, nomeadamente alguém dos países em desenvolvimento, aumentaria em grande medida a voz e a representação destes países no FMI", refere a organização em comunicado.
A UA acredita que a escolha de um não europeu "refletiria melhor as mudanças que estão a ocorrer na economia global", com a gradual mudança da produção e da procura mundial das economias industrializadas para as regiões de África, Ásia e América Latina.
Nesse sentido, reclama que o próximo diretor-geral do FMI seja selecionado através de um processo "aberto, transparente e baseado no mérito".
"A União Africana apela a que seja dada aos candidatos dos países em desenvolvimento, particularmente aos de África, igualdade de oportunidades para a seleção do diretor-geral do FMI", refere a organização, propondo que seja dado aos europeus o lugar de número dois da instituição.
A UA aponta os níveis de crescimento económico que são estimados pelo FMI para os países africanos, na ordem dos 4 a 6 por cento, e lembra que os países em desenvolvimento estão a tornar-se "grandes contribuintes da instituição", representando 42 por cento das contribuições para o fundo.
A atual ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, é apontada como a candidata mais bem colocada para suceder a Dominique Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo de diretor-geral do FMI devido às acusações de tentativa de violação e crimes sexuais nos Estados Unidos.
A sucessão de Dominique Strauss-Kahn no FMI está a gerar um forte movimento diplomático com os países emergentes como a China a salientarem ter chegado a altura de escolher um dirigente não-europeu.
Por tradição, o diretor-geral do FMI é um europeu, enquanto o Banco Mundial é presidido por um norte-americano.

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