O governo sul-africano entregou à Estrutura Nacional de Operações Conjuntas e Informação (Natjoints) a coordenação do combate contra a caça furtiva de rinocerontes, bem como o reforço dos recursos a utilizar no futuro.
Polícia e forças armadas atuam lado a lado com os “rangers” no Parque Nacional Kruger, na fronteira com Moçambique, desde 30 de Maio, numa operação coordenada pela Natjoints e que já alcançou alguns sucessos na localização, detenção e mesmo na morte de alguns caçadores furtivos, disse porta-voz daquele organismo em comunicado.
“Os caçadores furtivos de rinocerontes, que estão bem equipados com armas de grande calibre, encontrarão a devida resistência nesta nova parceria entre a polícia, as forças armadas e os guardas dos parques nacionais”, afirma a brigadeira Sally de Beer no comunicado.
Na passada semana foram detidos dois caçadores furtivos que teriam morto dois rinocerontes brancos e removido os seus cornos. Ambos serão presentes a tribunal e acusados de caça ilegal, posse de armas e munições, invasão de propriedade privada e tentativa de assassínio.
Durante o fim-de-semana, outros quatro suspeitos de caça furtiva foram detidos na zona do Parque Nacional Kruger. Na sua posse foram encontradas espingardas automáticas AK-47 (Kalashnikov), munições e equipamento de transmissões.
De Beer disse ainda que as autoridades vão fazer os possíveis por evitar que aos caçadores furtivos seja facilitada a libertação sob caução, e tentar garantir que todos recebam duras sentenças nos tribunais.
A 18 de abril quatro outros caçadores furtivos, dois dos quais moçambicanos, foram igualmente encurralados no Parque Nacional Kruger, e no dia seguinte dois outros suspeitos foram mortos a tiro pela polícia sul-africana, depois de terem apontado as suas armas aos agentes que os tentavam deter.
Segundo o presidente dos Parques Nacionais Sul-Africanos, David Mabunda, só este ano foram já mortos 71 rinocerontes nas reservas da África do Sul. Desse total, 46 foram mortos no Kruger.
O número de animais mortos tem aumentado tremendamente em tempos recentes, levando as autoridades a mobilizar recursos crescentes para proteger a reduzida população de rinocerontes existente na África do Sul.
Em 2010 foram mortos 333 rinocerontes, contra 122 em 2009 e 83 em 2008.
Os gangues envolvidos na caça furtiva desta espécie operam em território sul-africano e também a partir de Moçambique. As operações são muitas vezes conduzidas com precisão militar, envolvendo meios terrestres e até helicópteros, vistos em algumas ocasiões a sobrevoar reservas, públicas e privadas, onde são posteriormente encontradas as carcaças dos animais, com os cornos serrados, ou os animais ainda vivos mas com os cornos amputados.
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