Kuiba Afonso
Isabel dos Santos a caminho de Moçambique
A empresária angolana, considerada a mulher mais rica de Angola e de Portugal, Isabel dos Santos, primogénita do Presidente da República de Angola, poderá estender os seus tentáculos para a República de Moçambique, onde se vaticina um milionário investimento, para a aquisição ou de uma percentagem das acções (fala-se em 51%) na até agora estatal de telemóveis: mCel, ou então forçar, com a força dos biliões de dólares o surgimento de uma terceira operadora de terceira geração.
É verdade que Moçambique, principalmente, o Instituto de Gestão das Participações do Estado, defende que num e noutro caso os nacionais moçambicanos têm prioridade, mas corre pelas ruas de Maputo, que muitos poucos empresários locais, poderão concorrer, para além do tráfico de influência (Isabel é filha de Dos Santos e pode o pai accionar o telefone vermelho ao seu homólogo) existem os navios de dólares vindos de Angola e carentes nas bandas do Indico.
“Nós sabemos da importância da mCel, que é a maior operadora, pela sua carteira de clientes, cerca de 4 milhões, significando um controlo de mercado na ordem de 70%, por investidores nacionais e estrangeiros”, disse ao F8, o engenheiro Moisés Tandiala.
Na óptica deste técnico, “pode haver uma pretensão de se dar espaço a nacionais mas a realidade é de não se poder ver a economia com chauvinismo, numa altura que Moçambique, está a precisar de oxigénio para o seu relançamento económico e se ele vier de Angola e nas mãos da filha do Presidente de Angola, considerada umas das empresárias mais ricas do mundo, o governo, vai, seguramente, abrir-lhe as comportas”.
Entretanto o presidente do IGEPE, Hipólito Hamela, garante não haver ainda uma decisão sobre quem será ou serão as apostas do governo. Até agora há mais especulação do que certezas, por não haver cadernos e propostas ainda concretas”.
A economia moçambicana vive uma crise, que tem levado muitas empresas a bancarrota, inclusive estatais, por falta de fundos para reinvestimento e ainda financiamentos bancários. Esta situação coloca 27 por cento das 131 intervencionadas pelo Estado moçambicano, totalmente, paralisadas.
Com todo este cenário sombrio, a perspectiva é mesmo de se ensaiar a injecção de dinheiro fresco nos cofres do Estado com a venda parcial da mCel, ao sector privado.
“Esse é nosso objetivo: criar empresários nacionais fortes, moçambicanos com dinheiro e com capital é o que queremos. Não podemos vender apenas aos moçambicanos empresas que não são rentáveis, também queremos vender as empresas que são rentáveis”, disse o presidente do IGEPE.
As perspectivas da empresária angolana “conquistar” o mercado de telefonia, são muitas, por apenas existirem duas opertadoras; a mCel com caçpitais públicos e a Vodacom empresa de capitais privados sul-africano e moçambicano.
“Desde 2003, a Vodacom não consegue ultrapassar os cerca de 2,5 milhões de clientes e caso entre uma terceira operadora com políticas comerciais mais agressivas poderá, seguramente, alterar as regras de jogo”, disse o engenheiro Tandaila, acrescentando, “já estar tomada a decisão da terceira operadora por parte do governo, logo a UNITEL de Angola de Isabel dos Santos em parceria com a Portugal Telecom, com base na experiêncioa que têm, estão bem classificadas para entrar no mercado”.
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