O Desportivo da Caála vive um momento difícil, que foi comentado por quase toda a imprensa angolana de todos os azimutes. E, muito curiosamente, numa espectacular manifestação de consenso como raríssimas vezes tem acontecido, com todos os órgãos da comunicação social a cantar o mesmo refrão, salientando o absurdo e provavelmente o perfil de prepotência da decisão da sua direcção ao ter posto na rua pelo telefone o treinador David Dias, depois de ele ter obtido nove vitórias, um empate e sofrido uma só derrota desde que tomou conta das rédeas da equipa. Sobre as verdadeiras razões do humilhante despedimento, essa mesma direcção, cujos membros navegam nestas águas turbulentas protegidos por um espesso nevoeiro no que toca às suas identidades, decidiram contudo fornecer algumas explicações no Telejornal do passado dia 31.08.10, da Ana Lemos. Destacado para esse exercício de débito de eufemismos foi um dos membros da direcção do clube, o Sr. Horácio Mosquito, que, no meio de arabescos primorosos (é um elogio) conseguiu dizer horrores dando a impressão de a direcção a que pertence estar com toda a razão. Disse que quem escolhe os jogadores que devem jogar não é o treinador, pois em última análise é a direcção, que David Dias não teve mérito nenhum, a não ser o de ter andado durante algum tempo na linha, até ao momento em que saiu dos carretos ao escolher jogadores fora dos que tinham sido escolhidos pela direcção antes do desafio com o 1º d’Agosto e que o facto de o clube ter tido 5 treinadores em 7 meses é normalíssimo. O Folha 8 apresenta ao Sr. Horácio Mosquito os seus sinceros parabéns e os mais fervorosos votos para que se empenhe rapidamente na criação de um novo partido político, enfim capaz de se opor em falácias ao partido no poder.
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