domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quim Ribeiro e pares acusam má instrução. SINFO interferiu e viciou O curso das investigações


F8 lamenta e pede desculpas aos seus leitores que todas as semanas o questionam, por não estar a reportar com profundidade o desenrolar do considerado “julgamento do ano”, relacionado com o caso Kim Riobeiro & o seu comando. Essa postura deve-se ao facto do nosso director, William Tonet estar envolvido no caso, na sua qualidade de advogado. Daí, para não beliscarmos a sua condição termos optado, em não reportar com propriedade este burilado processo, pretendendo fazê-lo só no seu final. Hoje, pela primeira vez, vamos apenas ficar pelos tópicos do que ocorreu esta semana.

Josué Kandimba

O ex – comandante provincial da Polícia Nacional em Luanda, Joaquim Vieira Ribeiro e a maioria do seu staff, um caso raro em processos judiciais, estão há cerca de duas semanas a ser julgados pelo Supremo Tribunal Militar, acusados de um crime de homicídio e de furto de valores.
Desde o início os réus se negam a falar sobre a matéria da acusação, por dela não terem sido formalmente notificados, constituindo esta uma violação grave, quer quanto à lei militar, quanto a comum, só suprida com uma nova instrução.
Nas últimas sessões alguns réus, em sede da defesa, melhor dos seus advogados, decidiram denunciar as violações dos seus direitos fundamentais, em fase de instrução preparatória, chegando a acusar publicamente o procurador geral adjunto das FAA de delas ter conhecimento.
O réu Domingos José Gaspar denunciou o facto de ter ficado 22 dias encarcerado sem direito a banhos de sol, a qualquer contacto com a família e os seus advogados. Para além de ser obrigado a fazer as fezes e chichi num saco de plástico que coabitava a cela com ele. Na mesma situação disse, ficaram Paulo Rodrigues e João Lango Caricoco.
Por ter beliscado a sua honra e imagem o tenente - general Adão Adriano, procurador adjunto das FAA, solicitou a extracção de certidões, para que se possam verificar o que disseram os réus em fase de instrução.
No dia 22 de Fevereiro Joaquim Ribeiro disse que quando foi preso e após ter sido interrogado pelo procurador adjunto das FAA, ficou com a sensação de que este não tinha interesse em chegar à verdade, por ter aceite a falsificação das investigações, com a interferência de um órgão da Segurança de Estado alheio à instrução.
Também disse que na sua qualidade de fiel servidor do Estado, há 36 anos como oficial de Polícia, não iria explicar o que é uma brigada de baixa visibilidade, que insistentemente o tribunal está a formular aos réus, porque “se eu o fizer, não sei se o país vai acordar amanha”.
Em relação à sua situação e dos seus homens disse estarem presos as pessoas erradas e a Segurança sabe quem são os verdadeiros criminosos que estão lá fora e que a desgraça do seu comando começou, quando desmantelaram as redes de tráfico de droga no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro e Porto Comercial de Luanda. “Antes eu era um bom rapaz, disciplinado, obediente e humilde”. Para não ser punido pelo meu director e director adjunto, não mais direi e renovo aos leitores do F8, compreensão e sinceras desculpas, por não podermos publicar este badalado caso.
Imagem: Inconformidades marcam julgamento do "CasoQuim Ribeiro"
tpa.sapo.ao

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