Joffre Justino*
Eu não vejo nenhum mal especial em se reforçar a disciplina das finanças europeias, vistas país a país.
Não vejo especial mal em que os Estados membro da União Europeia, (mas todos eles note-se) não possam ultrapassar o deficit estrutural de 0,5% e terem uma divida pública sempre abaixo dos 60% do PIB, se não virmos estes valores na bacoca forma anual.
O que duvido que um alemão consiga entender o que significa, dadas as suas “limitações estruturais”, (estou verdadeiramente a brincar, claro).
Hoje, por exemplo é o dia 31 de Janeiro e, em Portugal, país de oito séculos de vida, há tanta História para recordar, que se torna difícil fazer de cada um dos seus momentos importantes, um Feriado, ( o que não perdoa à UGT pois algumas dessas datas são mais datas que outras e o 5 de Outubro é uma dessas datas!).
Coisa que um neófito país não entende, claro, mesmo quando gosta, e ainda bem, de nos visitar e de nos conhecer, nesta nossa desestruturada forma de viver, que nos permitiu, país do canto da Europa, pequeno país note-se, fazer a primeira Globalização, e ter a triste ideia, (terá sido?), de dominar metade do mundo, com cerca de um milhão de almas para o fazer, (quanto militares mandaram os EUA para o Iraque?)…
Acredito que esta forma de viver, desestruturada, confunda planeadores sistemáticos e teimosos, pois até confunde tantos portugueses “intelectuais” que por cá pululam, mas, por muito que eu deteste o salazarento, (e detesto sincera e convictamente), dá-me gozo interior constatar que, mesmo este burro ditador conseguiu o estupido feito de manter uma Guerra Colonial com 3 frentes militares e mais três espaços de manutenção sobre pressão durante 14 anos, e onde, a final, nada estava assim tão definido quanto isso, sendo que as Independências, que deveriam ter acontecido num outro Abril, em 1961, não fosse a idiotice da extrema direita portuguesa e do salazarento, quando aconteceram, em 1975 e não entre 1961 e 1963, doeram desnecessariamente a todos.
E que, por um triz, ia dando o péssimo resultado de se ter morto o espaço de expressão portuguesa, que só se mantém não por responsabilidade portuguesa, mas por responsabilidade dos nacionais de cada um dos países de expressão portuguesa…repetindo-se um desígnio que se vira acontecer aquando da Conferencia de Berlim com o Tratado de Simulambuco!
(Ah, Fernando Pessoa, Fernando Pessoa!)
Lamento, mas acho que belgas, alemães, e até britânicos e franceses, (entre muitos outros), nunca entenderão esta forma desestruturada de viver no espaço de expressão portuguesa.
Passa por aí, sobretudo, a dificuldade de aceitar cônsules, tenham sido eles romanos, ao que consta, sejam eles alemães, aqui por estas bandas sulanas, por muito que alguns das elites achem que “tudo bem desde que paguem”…
Tiveram “eles”, lá para as bandas da “UE”, o bom senso que não aceitarem uma proposta “inovadora”, a de criar um novo cargo na “UE”, o de “cônsul orçamentalista”, pois se tal tivesse acontecido tenho a certeza que a “UE” desapareceria no dia seguinte.
Bom dia, pois, Grécia!
Porque, ponhamos aqui, agora que se resolveu esta boutade, o que tem de ser posto – se tivesse acontecido tamanha burrice, passaria a haver o direito à defesa, armada se necessário, do papel autónomo da Nação, lamento que o diga!
Porque a Europa terá de ser reconstruída neste pressuposto – o de vir a ser uma Federação de Nações, todas elas ciosas da sua História e todas elas respeitando-se enquanto tal!
Onde por exemplo Portugal não será nunca somente Portugal, será sempre um Portugal + onde o mais tende a ser cada vez mais, maior que Portugal e que se denomina CPLP, ou Expressão Portuguesa!
Lá para as bandas do norte nunca entenderão estas “especificidades”, acredito, mas elas existem, assim mesmo, aqui para estes lados, onde todos nos orgulhamos das raízes Gregas desta Europa Sulana, com as suas Lendas, com os seus “deuses”, com os seus Mitos e Heróis, que até na Bíblia, na Tora e no Corão, são relatados.
(Lá estou eu a ser Maçon…).
Por isso, vale recordar o 31 de Janeiro, dia de Revolta, Armada, contra a arrogância do Império industrialista britânico, e o baixar as calças de uma corte vendida a esse Império, e claro, sempre, a favor da República que cantava Camões e a Portugueza, onde se escrevera “Contra os Bretões Marchar, Marchar”!
Eis que é por estas razões, Históricas, estruturais e não conjunturais, que concordo com a proposta do Bloco de Esquerda, de querer levar a “regra de ouro” a Referendo!
Concordo e mais deixo ao Bloco de Esquerda a responsabilidade de lançar um forte movimento de opinião publica, com uma Petição em favor desse Referendo, que permita que pessoas a favor e pessoas contra a dita “regra de ouro” se manifestem a favor da realização deste Referendo!
Porque entendo que não cabe ao Parlamento a decisão sobre a gestão colectiva dos orçamentos que já não serão nacionais mas sim da UE.
O que, como disse acima, nem me parece mal, desde que a Autonomia Nacional, (das Nações na UE enfim), e a possibilidade deste Portugal+ que é a CPLP seja respeitada adequadamente!
Caso contrário, a Democracia o exige, a Revolta será sempre um Direito que nunca nenhum ditador, nem o ditador dinheiro, consegue anular.
Lamento ter de recordar, homem de Paz que sou, ( nem sei dar um tiro certeiro a nada…), tal e desta forma, mas, na verdade, um bom aviso, dado a tempo, vale mais que o que a seguir surge, se sem aviso.
Enfim João Chagas eu te saúdo!
*E-mail : jjustino@epar.pt
Blog pessoal: coisasdehoje.blogs.sapo.pt/
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