sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Dois dedos de conversa com Ermelinda Freitas. Urgente libertar Angola e os angolanos


Não acredito numa alternância pacífica em Angola
Deslocamo-nos ao Cacuaco para contactar aquela que os jovens revolucionariamente denominam a Imperatriz, pelo seu franco falar e a maneira destemida como se expõe aos múltiplos perigos que diariamente enfrenta com realce quando se coloca a testa dos grupos de reivindicação em manifestações de rua que já lhe valeram a prisão e o gosto áspero da brutalidade da polícia, como ela assim retrata. Antes de atingirmos a casa, algures no Ecocampo, fomos servidos por alguns populares com um bom “Maruvo”. Apreciamos a bebida das palmeiras e minutos depois estávamos com a fervorosa “Titi Ermelinda”, também representante do BD – Bloco Democrático naquele município costeiro. “É urgente libertar Angola e os angolanos”, foi uma das interjeições expressas que obviamente escolhemos como título pela profundidade dos temas aflorados em duas dezenas de minutos.
Félix Miranda (Texto)
Folha 8 - Sei que está apenas a alguns anos em Angola, estava fora, é angolana independentemente de tudo, mas regressa. O seu regresso foi forçado, é natural, uma paixão. Porque regressa a Angola e se acha que as condições estavam realmente reunidas para o seu regresso triunfal ou no mínimo na paz de espírito?
EF – O meu regresso a Angola é por amor ao meu país, a minha Angola, aos meus irmãos angolanos. Porque não é fácil estar 34 anos fora e ainda falar fluentemente a língua da minha terra. Falo, conheço as frutas todas do mato, muitos não conhecem. Sempre tive Angola no coração e é a única coisa que pedi à Deus, enquanto estive lá fora é que não me deixasse morrer em terra alheia e graças, poderei morrer na minha terra. Estive em Portugal e depois na Alemanha, hoje vou dar o máximo de mim para ajudar os angolanos a se libertarem.
F8 – Quando cá chegou, comparativamente a vida que levou durante os 34 anos, sentiu algum impacto ou foi muito natural?
EF – O que mais marcou nesse dia, 21 de Maio de 2009, quando as 07 horas da manhã desço do avião e ponho o meu pé no chão, ainda hoje fico comovida a sensação que tive. Tenho filhos, tenho netos e agora um bisneto na Europa, mas nada substitui o amor ao meu país, aos meus irmãos angolanos. Eu morro por Angola e pelos angolanos.
F8 – Vê-se. A ordem estabelecida, os direitos dos cidadãos respeitados lá fora, é o mesmo que encontrou cá?
EF – Eu quando cheguei, passava horas a janela do 4º andar para ver o que se passava e aprender a andar na rua de Luanda, a negociar na rua, pois mesmo antes da independência não é assim que funcionava. Em Angola pura e simplesmente não há leis porque a Constituição não se cumpre, o Executivo ou o Governo e penso que eles passaram para Executivo porque é muito fácil executar-nos, pouco ou nada faz efectivamente para os angolanos. Nós temos que ter uma luta muito grande porque temos que ter leis em Angola porque os angolanos são cidadãos, não habitantes. Os habitantes são os coelhos, os bambis, os pássaros, que estão no mato, nós somos cidadãos. O Executivo tem de se habituar a lidar connosco como cidadãos que somos.
F8 – Pode consubstanciar. Porquê cidadão, porquê habitante?
EF – O habitante é aquele como o animal que não tem regras, não tem leis. Cidadãos temos que ter consciência que temos deveres e obrigações para com o nosso país, mas também devemos beneficiar de direitos. E aqui estão a nos tirar os nossos direitos como angolanos. Quando não se tem água, não se tem casa, não se tem luz, não se tem trabalho, não se tem uma rua asfaltada, um contentor para se pôr o lixo, então não sei como podemos ser tratados?
F8 – Numa palavra, ficou decepcionada?
EF – Eu compreendi a situação porque as imagens que já passavam na TPA, nunca me enganaram. Porque nunca acreditei no José Eduardo dos Santos e apesar de ter esta idade, nunca acreditei, não acredito, nunca vou acreditar porque este governo nunca fez nada em 37 anos e não é agora que vão querer fazer alguma coisa. Milagres, só Deus e Deus neste momento, acho que tem outras coisas para se preocupar.
F8 – Tudo isso erguido, as centralidades, os prédios, mesmo nas províncias, os zangos, não é nada?
EF – Não me diz nada, porque isso não é para o povo, é para os senhores. Eles não constroem para satisfazer o povo, constroem para se satisfazerem entre eles. Tudo ou a maior parte do que construíram é para acomodar e servir as pessoas abastadas, com muito dinheiro, não nos enganemos. O nosso povo continua miserável, a viver nas casas de chapas, há tempos já me referi nisso, o Presidente da República deveria ser posto numa casa destas, uma hora só para ele ter uma noção mínima daquilo que o povo sofre, porque ele só se lembra do povo na hora das eleições e o povo parece que estava a dormir, mas graças a Deus o povo está a acordar lentamente, mas está a acordar. Angola era um grande país. Em 1973/ 74 – Angola produzia 97% daquilo que o povo angolano comia e disputava os lugares cimeiros no mundo de produtos de qualidade. O Café Arábica era um dos nossos grandes símbolos. A desgovernação destes senhores está a destruir muito mais do que a própria guerra, “a mente do angolano”.
F8 – Está acordando, mas mesmo assim o mundo duvida muito da capacidade de reacção deste povo pelo sofrimento.
EF – Eu acredito plenamente neste povo, porque eu ando no meio dele, e converso desde a zungueira, o roboteiro, todos. Quinta-feira passei o dia todo na Boa-Esperança a falar com os familiares dos jovens que tinham sido detidos durante a manifestação no dia 27 de Janeiro, pelo facto de reivindicarem os direitos de água e luz. Os jovens sofreram muito, levaram pancada e um julgamento sumário aqui no Cacuaco, mas relâmpago. Foram presos, inclusive dois miúdos de 16 anos. Se nos lembrarmos que o julgamento de 21 de Setembro onde eu estava detida levou três dias, aquilo levou apenas duas horas, foram logo julgados e condenados a três meses de cadeia. Estão a sair sob caução. Estamos a lutar para conseguir juntar dinheiro e ajudar a família a tirá-los da cadeia.
F8 – Mas o PR no seu último discurso, disse que não há intolerância, pelo contrário, está privilegiado o diálogo com os jovens.
EF – O José Eduardo dos Santos quando se refere a juventude se resume a juventude do MPLA. Aquilo que estão a fazer, Bento Kangamba com estas maratonas está simplesmente a manipular os jovens, a dar cabo da consciência dos jovens com bebidas alcoólicas, está a desgraçar os jovens. O Bento Kangamba para mim é um criminoso porque ele está a dar cabo dos jovens. Este senhor devia ser julgado, assim como os outros todos. O JES vai dialogar com quem, talvez com a própria sombra.
F8 – Bento Kangamba, criminoso porquê?
EF – Por aquilo que ele fez, pagar cerveja a 50 Kzs, e estas maratonas. O fim-de-semana passado, foi aqui no Cacuaco. E nós já estamos a nos organizarmos, para quando voltar a acontecer, vamos actuar. Podemos levar porrada, mas vamos evitar que isso aconteça.
F8 – Tem participado muito nessas manifestações. Não tem medo, o que lhe move a arriscar a vida ao lado dos jovens, mais destemidos?
EF – O que me move é mesmo o amor que tenho por Angola e pelos angolanos. Se há uma coisa que me orgulho, é estar presente no dia 3 de Setembro, por ter levado porrada, me terem partido os dois dedos do pé, ter estado presa. Porque a manifestação do 3 de Setembro, fez tremer o ditador!
F8- Quem é o ditador?
EF – É o JES. E parece que agora já há poucos em África, está ele mais uns poucos. Mas isto, mais um abanãozinho vai cair. Ainda não perceberam que o tempo da ditadura acabou. Estamos no século XXI. Tem que haver democracia para todos os povos.
F8 – Acha que não há Democracia?
EF – Não. Se houvesse, os jovens não estariam a levar pancada. Aliás, na sexta-feira 3 de Fevereiro, estava prevista outra manifestação para apoio aos que estavam presos e tenho três jovens que dois são membros do Bloco Democrático. Avisados que um dos amigos tinha sido detido, eles vêm e ao entrarem no bairro da Boa-Esperança, foram perseguidos por um Suzuki branco, parou afrente deles, saem uns colossos prendem-nos e começam a dar-lhes porrada dentro do carro. Levaram a Câmara do Rui Salvador, o Rui conseguiu fugir veio para minha casa, eu não estava, o Pedro Malembe foi para uma Clínica, levou 9 pontos na cabeça, o outro também estava todo amachucado, não sangrou, mas levou tratamentos. Isto não é Democracia e depois há estes senhores a civil que por meia dúzia de tostões, vendem o próprio angolano.
F8 – O Executivo clama uma grande vitória o facto de ter impedido com porrada que os jovens com as manifestações transformassem Angola num protótipo da Primavera Árabe a Sul de África.
EF – Eles não pararam coisa nenhuma. Salvo foi Ghandi quem escreveu, “o que preocupa não é o grito dos fortes, mas o silêncio dos fracos”. Pensam que somos fracos e estamos silenciados, enganam-se.
F8 – Também faz parte desses injustiçados, indignados?
EF – Quando digo nós, refiro-me ao povo angolano.
F8 – Entretanto, há uma realidade. Nota-se que só a camada baixa, é que participa nas manifestações, porquê. Também não é preocupante, já que noutros países quando em manifestações, os primeiros na linha da Frente são os funcionários e quadros qualificados. É o medo?
EF – Não é só o medo. A grande maioria dos funcionários públicos é do MPLA e só aparecem quando são obrigados as manifestações para aplaudir o PR. Isso não é uma manifestação no real sentido. Só em Angola, aquilo onde esta gente participa chama-se aqui maratona.
F8 – Para quando uma manifestação gigantesca para dizer basta e tirar o sono ao PR como em tempos de grande instabilidade militar?
EF – Eu duvido que ele consiga dormir neste momento, desde o 3 de Setembro.
F8 – Mas o PR, não pára, continua a avançar como se nada está a acontecer.
EF – Continua, mas não sai do Palácio, e se sai temos visto o aparato que coloca a estremecer os cidadãos ao longo das ruas. Isto não é de quem está tranquilo, é como se estivesse preso num Palácio de vidro. Um PR antes tem de se sentir um cidadão, amar o seu povo, terceiro sentir-se com forças para pôr tudo como deve ser no país. Aquele senhor não ama o país, não ama os cidadãos, ele só ama aquilo que Angola lhe dá.
F8 – 4 de Fevereiro, Angola Pátria de Agostinho Neto, se revê nisso?
EF – Não porque esta história sobre o 4 de Fevereiro está mal contada, estas e outras. Muita coisa incongruente, somente para associar ao MPLA. Li algures que Agostinho Neto tinha poupado dinheiro para ir para Europa, mentira. Ele foi com uma bolsa da igreja metodista. Portanto, as mentiras começam há muitos anos atrás. Tantas vezes mentem para se tornar verdade. Mas a verdade verdadeira vem sempre ao de cima e os angolanos hão-de vencer.
F8 – Não acredita na Pátria de Agostinho Neto?
EF – Acredito na Angola, Pátria dos angolanos. Isso sim. E tudo isso vai mudar quando a ditadura cair.
F8 – E quando é que a ditadura vai cair?
EF – Este ano vai ser o ano da mudança. Acredite no que lhe estou a dizer. 2012, é o ano de alternância.
F8 – Acredita no trespasse de Angola nestes moldes muito protocolares, de eleições?
EF – Pacificamente eles não vão entregar. Andamos a lutar para que realmente seja tudo pacífico, mas eles estão a provocar de todas as maneiras para que haja confusão em Angola saiam bem na fotografia, porque estão todos chamuscados, não dá. Eles querem provocar guerra, estão a se movimentar para isso, mas esquecem-se que são os únicos que estão armados. E se Angola descambar para a violência, sabemos que quem mais vai sofrer é o povo angolano, com perdas humanas, mas em termos de bens, quem mais vai perder são eles, o povo não tem nada a perder. Eles pensam que estão sozinhos hoje em 2012, podem fazer os desmandos que quiserem, estão enganados, Angola já não está sozinha. O mundo está de olhos postos em Angola. Veja o que fizeram com o Nandó, não lhe deixaram entrar nos EUA; se fossem pessoas muito queridas, teriam via aberta para todo o lado, não é o caso.
F8 – Angola agora manda em Portugal, não está satisfeita com este feito?
EF – Vou lhe dizer que já há muitos anos atrás disse: um dia Portugal seria uma colónia de Angola e neste momento Angola não tem 18 províncias, tem 19.
F8 – Logo, sente-se orgulhosa disso?
EF – Não me sinto orgulhosa por isso, porque Portugal é como se estivesse o nosso pai. Pelo contrário, sinto-me triste porque os portugueses não souberam aproveitar aquilo que ficou. Quando fizeram o 25 de Abril, acharam que o saco nunca haveria de ter fundo. Esqueceram-se que Portugal era um país pobre, não tinha nada. Entregaram as colónias, entregaram tudo e mal entregue ainda por cima. Por isso Portugal está como está e não me sinto orgulhosa por isso.
F8 – Dizem que o poder real não é o político, é o económico e o poder económico está todo concentrado nas mãos de quem manda agora. Nepotismo, oligarquia, e alguns aproveitadores. Como se vai conseguir dispersar isso?
EF – O governo que lá está vai ter que prestar contas ao país porque eles não podem ficar com a riqueza toda e nós com as dívidas. Eles é que estão a beneficiar, eles é que têm de pagar as dívidas e devolver à Angola o que é de Angola. Se formos a ver, os ditadores como Kadafi, Mubarack, também fizeram o mesmo e viu-se o fim deles. Portanto, JES devia pensar um bocadinho, olhar um bocado mais para os lados e ver o futuro dele e dos filhos.
F8 – Mas os ditadores, como chama, temem isso, se consciencializam dos perigos que correm?
EF – Eu penso que sim. Se não deviam. Eu sempre ouvi dizer, quando as barbas do vizinho estão a arder, devemos pôr as nossas de molho. E ele não está a ver bem. Mas ainda têm tempo de repor a verdade, deixar Angola ir para umas eleições livres, limpas, sem umas Suzanas pelo meio.
F8 – Se tirarem a Suzana, colocarem um outro, mas já forjado e programado para os mesmos fins?
EF – Para já as eleições em Angola, dificilmente serão livres e justas. Mas se tivermos os cadernos eleitorais, já é um passo para que se veja que realmente uma pessoa não pode votar mais do que uma vez. Agora esta história da recolha de cartões que andam aí a fazer, está na cara que já faz parte da fraude. É o único país do mundo que eu vejo que um Partido para concorrer as eleições tem de fazer uma recolha de mais ou menos 16 mil assinaturas, quando eu tenho membros no Bloco Democrático que foram para actualizar o cartão e disseram-lhes o cartão já está actualizado, como pode ser. O cartão de eleitor é nosso, é privado, como é que uma terceira pessoa vai utilizar o nosso cartão?
F8 – Dizem que o exército, a polícia, estão todos em volta de JES. Acredita que esses não fazem parte de uma realidade Angola contada por si agora, como cidadãos, filhos de mães e pais, homens e mulheres daqueles que sofrem?
EF – Acho que JES devia se pôr mesmo de cautela, porque a maior parte de polícias e militares não está com ele.
F8 – A privatização. Dizem que foi por aqui onde JES e os demais confiscaram Angola. Isto é lei, regra, as coisas estão a ser feitas legalmente em função das leis aprovadas e estabelecidas. Como se consegue desarmadilhar isso?
EF – Leva tempo e requer muito trabalho, mas tem de se fazer. Desarmadilhar os grandes monopólios, não só, a polícia que tem de se passar a pente fino, porque há polícia como deve ser e polícias que eram assaltantes, bandidos. É verdade eu conheço. Mas tenho fé, mesmo que não seja para mim, mas as novas gerações vão beneficiar da nossa luta.
F8 – As mulheres em todo este movimento não estão muito passivas, tirando a dona Ermelinda, fora do circuito do MPLA?
EF – Já se começa a ver mulheres a mexerem-se. É preciso ver que temos duas candidatas.
F8 – Qual delas para si é a mais credível?
EF – Talvez a Luisete, mas assim com estes bloqueios também não deve ir muito longe. Não temos comunicação social, a comunicação é só para o MPLA. É muito difícil chegarmos ao povo, mas vamos chegar, nem que for com DVD.
F8 – Que mensagem teria para as mulheres para que realmente elas venham a superfície reivindicar, sabendo que são as que mais sofrem?
EF – Precisamente. É isso que costumo dizer às mulheres, nos bairros mais carenciados, digo, vocês são as que mais sofrem, em casa, na zunga, levam porrada.
F8 – Elas têm consciência disso, que têm um valor, um peso político?
EF – Começam a perceber que sim, que têm esse valor. Eu até lhes falo das heroínas, para perceberem que as mulheres estão ali, com força.
F8 – Já que estamos no quadro político. Bloco Democrático, regresso a Angola 34 anos depois, porquê que mergulhou logo nas águas do BD?
EF – Porque não me revia em nenhum dos outros partidos. Num dos debates na Maka Angola, alguém me adiciona na página dos amigos do Bloco Democrático, e eu disse espera isto aqui é um Partido, então fui a procura e comecei a ver e simpatizei-me logo de seguida em princípios de 2010.
F8 – Acredita no Bloco Democrático?
EF – Eu revejo-me no BD, estamos nesta luta e vamos vencer.
F8 – Dizem ser muito intelectualizado.
EF – Se reflectirem o BD na Ermelinda Freitas, estão a ver que não. A Ermelinda está no meio do povo, não no meio dos intelectuais.
F8 – Mas um faz todos?
EF – Cada um por si. Mas todos fazemos o Bloco.
F8 – Angola no contexto africano, mundial, andando lá fora, sentiu que os angolanos são respeitados por aquilo que eles são ou pelo potencial económico que Angola tem?
EF – Quando diz angolanos, refere-se a quem, aos generais? Quanto aos angolanos povo, não somos vistos nem achados em lado nenhum. Dentro, o angolano resiste por ser forte.
F8 – Este ser forte, dizem, é por ter a capacidade de submissão, de conformismo, é isto?
EF – Nem tanto. O angolano também vai chegar a uma altura, aliás já está numa fase de dizer chega. Nós falamos nos táxis, nos mercados, já se houve o povo dizer, já chega.
F8 – Os símbolos de Angola, revê-se neles, diz-se mesmo que é programa do PR apagar a história do passado e enaltecer muito mais a FESA e outras representações suas?
EF – Quer queiram, quer não, Angola tem um passado.
F8 – Quando é que este passado real virá a favor dos angolanos?
EF – Quando houver homens como deve ser, historiadores credíveis que vão fazer a história do passado. Tenho dito, temos de mandar para fora nabos e mandar vir lá de fora tomates para ver se teremos homens como deve ser em Angola.
F8 – Está a desacreditar os homens que temos perfilados para as eleições na corrida para o poder?
EF – Não. Esses não, mas precisamos de muito mais. Não só uma meia dúzia de homens. O Homem que admiro é o Rafael Marques. Aquele homem quando chega fala e não tem problemas.
F8 – Mata a cobra e mostra o pau. Outros Chivuko, o William Tonet, Justino.
EF – O Dr. Justino é um grande líder. Nós não queremos desgastar a imagem dele.
F8 – É uma estratégia do BD!
EF – Naturalmente.



Um comentário:

  1. As Larvas

    À memória de Ricardo de Mello

    Esta semana
    o Presidente Obama
    elevou o tom crítico
    sobre a violência que se vive na Síria.
    A China e a Rússia, reocupadas com as receitas
    das suas exportações em armamento,
    assumindo posições muitos suspeitas,
    mostraram-se insensíveis a esse cenário sangrento.
    O Jornal de Angola,
    especializado em panegírica
    de gente raquítica,
    mas com muito dinheiro,
    veio a terreiro,
    com a habitual opinião das fanáticas larvas,
    afirmar que essa guerra é só de palavras.
    É natural
    que este jornal
    com a guerra não se zangue,
    porque continua com as mãos
    manchadas do sangue
    de muitos irmãos,
    só porque têm uma opinião diferente
    da do presidente.

    António Kaquarta
    http://miradourodoplanalto.blogspot.com/

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