sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Enquanto o povo definha a fome eles exibem riqueza Kundy Pahiama, o empresário ministro do clube dos milionários


O que se passa em Angola no que diz respeito a promiscuidade reinante entre o sector público e o sector privado atinge níveis estratosféricos que nos são inatingíveis. A certa altura não se vê mais nada, o negócio não é de ninguém, mais tarde constata-se que a conta no banco dos dirigentes, fulano, cicrano e beltrano, engordaram até atingirem uma obesidade que denuncia haver por ali alguma fraqueza no sistema, não biológico, mas, provavelmente, moral e o incompreensível enriquecimento ganha contornos de realidade limpinha e incontestável. Numa só palavra o executivo de Dos Santos está transformado num clube de compadres empresários, que utilizando as funções de Estado se transformam em milionários do dia para noite, uma vez não existir exemplos de honestidade no seu interior.

Sílvio Van – Dúnem

A fim de evitar ser assim catalogado, queremos dizer, conotado como moralmente fraco, o ministro dos Antigos Combatentes veio a público “dar a cara” como ele próprio disse, para desfazer o equívoco criado pelo facto de ele ser membro do Executivo e ao mesmo tempo homem de negócios.
O homem não tem frio nos olhos, avança temerariamente argumentos do arco-da-velha para justificar o que constitui uma das maleitas mais graves, ou melhor, algumas das taras que mais afectam o país e que, além disso estão praticamente instituídas pelo regime político vigente em Angola: tráfico de influências, prepotência, enriquecimento inexplicável, ao que acrescem suspeitas de peculato e desvios de fundos do Estado.
Depois de se ter dado ao luxo de presentear a sua própria pessoa com um relógio que lhe custou a módica quantia de 50 mil dólares (cinquenta mil dólares, um relógio!!?... Isso mesmo), o governante, que governa muito menos do que se governa, soltou os cordões às suas bolsas (!) e comprou um Casino - Restaurante cujo preço nem sequer pode ser anunciado para não atentarmos à moral pública.
No que toca ao relógio de 50 mil verdes, Kundy, questionado a propósito das críticas que lhe foram feitas por causa desse incrível esbanjamento de dinheiro, respondeu como alguém por demais mimado, passamos a citar, “Então agora já não posso comprar aquilo de que eu gosto?”
Isto contado ninguém acredita!... Um responsável político de um país que em vez de criar riqueza com os seus tesouros naturais (petróleo, diamantes, ouro, minérios, etc.), cria ricos, e vir um deles, um dos seus mais proeminentes dirigentes, vangloriar-se de dar a cara por ser aquilo que toda gente quer que acabe em Angola, ou seja, homens que se embrenham na política para criar condições de vantagens imensas que lhes permitem fazer negócios milionários?...
Meu Deus, isso é muito mais do que uma bofetada ao povo angolano, pobre e carente de tudo, isso é uma agressão, isso é falta de respeito, isso é desprezo, é um ataque violento, que merece resposta imediata, à altura da enorme agressão que foi assim perpetrada.

EXPLORANDO A INOCÊNCIA E VOTO DO POVO
EX-PROLETÁRIOS TRANSFORMARAM-SE EM PROPRIETÁRIOS VORAZES
Por outro lado, no que diz respeito ao Casino & Restaurante que abriu portas recentemente em Viana, vila satélite de Luanda, o à-vontade do ministro Pahiama manifesta-se em todo o seu esplendor, como marca do executivo de José Eduardo dos Santos e do MPLA – BV (Bolsa de Valores). Sendo essa empreitada planeada unicamente para ganhar dinheiro fácil, explorando a fragilidade humana, num total desprezo por tudo quanto diz respeito às primordiais carências do país, quer dizer, para este ministro abrir um casino, antro inevitável de vício e especulações de todos os tipos, é a coisa mais natural do mundo que possa ser empreendida por um membro do governo, sobretudo tratando-se duma pessoa como ele, um dos seus mais destacados membros. Um espantoso exemplo de grandeza moral que a juventude se apressará a seguir.
Aliás verdade seja dita, o ministro Kundy Pahiama apenas segue o exemplo do grande líder, cuja fundação, a FESA (Fundação Eduardo dos Santos) vai abrir o maior casino de todos os tempos em Angola, que está a ser erguido com dinheiros públicos; SONANGOL, no eixo viário, num património que era do Estado e que foi entregue a esta ONG presidencial a custo zero…
Esta é a natureza de um governo sem agenda social, que se orgulha do enriquecimento dos seus membros, que deveriam ter maior preocupação com a miséria da maioria dos cidadãos e não com o enriquecimento de alguns poucos governantes.
A esse propósito, disse o ministro Pahiama: “Eu ouvi por aí muita especulação e quero que isso acabe, dou a cara", para em seguida explicar que ele fez-se empresário e o dinheiro que ganhou (muitos milhões), foi com o seu suor!!
Quando é que o suor lhe escorreu, rosto abaixo? Se durante muitos anos, tempo do partido único – MPLA-PT, era o mais fervoroso dirigente proletário comunista, que mandava para as fedorentas masmorras do regime, milhares de autóctones, por possuírem uma nota de 1 dólar. Conseguiu estes milhões todos com o seu suor de 1991 à 2011? Como? Isto é, sinceramente o cúmulo do cinismo.
Com isto tudo diga-se de passagem que Kundy não está sozinho nesta empreitada, tem um sócio português que o apoia firme e interesseiramente, enquanto ele estiver no poder, neste regime, porque amanhã, se as coisas mudarem, muito provavelmente, ouviremos da boca do seu comparsa latino, cobras e lagartos…
Mas esse sócio vejam só a pouca sorte, por enquanto não pode vir, quer dizer, entrar em Angola, o que aumenta o débito do suor de Kundy. E o homem não pode porquê?, pergunta-se: não pode porque se tentar entrar vai preso!! É mesmo pouca sorte, juntar a um exemplo de nível moral duvidoso, pois ser proprietário de um casino pouco mais é que explorar fraquezas humanas para enriquecer, um sócio procurado pelas autoridades policiais e de justiça angolanas.
Parabéns, senhor Ministro, pois com os votos das eleições em 2012, mais dinheiro entrará nas suas contas, logo ficará bilionário, enquanto os milhões de autóctones angolanos, aldrabados na campanha eleitoral, ficarão mais pobres.
Imagem: Kundi Paihama // "Tudo que consegui foi com suor e sacrifício" - Entrevista ...
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