sábado, 25 de fevereiro de 2012

HACKER DA SEGURANÇA INVADE F8. Luta entre gigantes atinge empresário Minoru Dondo


O F8 enquanto projecto jornalístico, assumidamente Bantu e angolano, nunca traiu a sua linha editorial, tão poucos os ideais de defesa dos mais sublimes interesses de cidadania. Soubemos ao que vimos e estamos cientes da dureza de um mercado selvaticamente controlado, manietado e discriminatório. Batemo-nos sempre contra as forças anti – democráticas, que anseiam pisotear a liberdade de imprensa e liberdade de expressão. Temos referências sobre cidadãos e os empreendedores nacionais e internacionais, significando um respeito absoluto a sua obra e acções que garantem emprego e estabilidade social. A nossa visão sobre a realidade não nos permite embarcar em qualquer navio, mas naquele em que uma isenta e apurada análise e convicção nos aponta o norte. Quando a Globo veio a terreiro com uma peça sobre um empresário que há mais de 30 anos opera em Angola, logo tratamos de aferir sobre as lianas da matéria e do seu envolvimento. Vimos que se tratava de uma encomenda derivada de disputas entre empresários brasileiros e angolanos que operam no mercado e decididamente optamos por não lhe dar substância até que um hacker da Segurança de Estado, conseguiu infiltrar-se, retirar algumas matérias introduzindo uma que nunca esteve nas nossas cogitações. Por tudo isso, hoje vamos dar a nossa visão sobre a actividade deste empresário, num cruzamento com a matéria do Globo, por ser da mais pura justiça e coerência da parte do F8, face ao ocorrido.

William Tonet

O F8 tem convicção que o empresário brasileiro Minoru Dondo que esta há muitos anos em Angola tem sido dos poucos que investe e reinveste no país e mantém uma carteira invejável de negócios audazes enfrentando o risco.
A acusação formulada pelo jornal Globo do Brasil, na sua edição de 18 de Dezembro de 2011, parece-nos na nossa humilde opinião, tosca e peca pela imprecisão, isto sem esquecer o seu lado fofoca e de encomenda financeira, calcula-se que os empresários e políticos que não gostam de Minoru terão pago cerca de USD 300.000,00 (trezentos mil dólares), dados subtilmente manifestados de início.
De facto, em jeito de querer abrir hostilidades, direccionadas para Angola, esse órgão de imprensa brasileira revela que a esposa de Minoru, Agla Dondo, é amiga pessoal, de peito, da primeira-dama Ana Paula dos Santos a mulher do presidente José Eduardo dos Santos, e que Minoru negociou, no Brasil, pelo menos três imóveis com dirigentes angolanos e seus parentes.
Como podemos apreciar o nível da denúncia não é alto, longe de voo por cima de um ninho de cucos, apresenta-se como voo de zangão rasourar os malmequeres. Claro que não é impossível ter havido negócios, pelo contrário, mas, de qualquer modo, não estaremos nós a perder tempo, a deitar baldes de água fria para apagar as labaredas do inferno da corrupção internacional, cujos tentáculos aparecem onde menos se espera e se prolongam por onde menos se podia pensar?
Por outro lado, ser amiga de alguém não é pecado e a fonte não dá a mais pequena indicação de que imóveis se tratam, onde estão situados, de quem são e qual o preço a que foi negociado e se houve especulação no preço ou se é ilegal a luz da legislação brasileira ou angolana, alguém intermediar a compra de imóvel para terceiros. Se sim, então, as empresas de mediação e venda de imóveis terão os dias contados. Quanto a provas, não há, o que não nega nem confirma, é normal neste tipo de casos…
Na sequência desta apresentação a partir, digamos, das relações íntimas entre as famílias Minoru e Dos Santos, sucedem-se denúncias, umas atrás das outras. E vai daqui que em Angola Minoru lucra oficialmente 90 milhões de reais anuais com contratos públicos», e vai dali que «nos negócios de Minoru, não há limites entre o público e o privado» e que, mais além, é inegável que ele, «como pessoa física, é sócio de múltiplas e importantes figuras políticas em inúmeras empresas importantes.
Enfim, o habitual neste género jornalístico, baseado na incisiva eficácia dos “furos”. E esse é o verdadeiro fulcro desta opaca questão, pois o verdadeiro problema é que não se sabe exactamente a quem favorece este transbordamento de “furos”.
Com efeito, o jornal Globo/Brasil, que não tem correspondente em Luanda, refere-se amiúde a relações que se estabeleceram entre Minoru e altas personalidades angolanas, entre as quais se conta o general Manuel Hélder Vieira Dias, “Kopelipa”, e, como veremos a seguir, outras individualidades de alta patente, que estariam alegadamente metidas em embrulhadas, mano a mano, com o magnata brasileiro. Agora o que falta saber, se houver algo a saber, é quem vai beneficiar com este desembalar de roupa miúda, pois ao que podemos apurar, enquanto sócio o empresário cumpre com o que diz a legislação comercial angolana e não se vislumbrou ainda nenhum favorecimento, por trabalho ou fornecimento não efectuado.

Acusações que não atingem o alvo
Minoru Dondo é apontado, ao que parece, o terceiro maior accionista do BNI (Banco de Negócios e Investimentos), banco que, alegadamente, tem na sua composição societária o ex-ministro da Finanças, José Pedro de Morais, o ex-chefe de Estado-Maior e general do Exército, João de Matos e o presidente da Assembleia Nacional, Paulo Kassoma, representado pela sua filha, Kanda. E depois, qual é o crime? O crime segundo argumenta a Globo, é que três dos sócios angolanos foram favorecidos com 21 remessas do Trade Link Bank (uma offshore nas Ilhas Cayman), procedentes do Brasil, no valor total de USD 2,7 milhões. E a proveniência desses fundos sempre foi mistério.
Além disso, «(…)Pelos extractos bancários obtidos com a quebra do sigilo bancário da Trade Link nos Estados Unidos, durante as investigações sobre o escândalo brasucas do Valerioduto, a dita offshore fez 20 remessas no valor aproximado de USD 2,6 milhões para contas de Morais, entre 2003 e 2005.
As remessas variaram de USD 76 mil a USD 360 mil dólares. Os documentos oficiais registam que, só em 2003, a Trade fez 12 transferências para o ex-ministro, no valor de USD 1,4 milhão.
Os recursos - ó mistério de cárácácá -, saíram duma conta do Trade Link, no Banco Standard, em Nova York, e seguiram até uma conta em nome de Morais no Banco Internacional de Crédito (BIC), em Lisboa, Portugal.
Nos extractos da mesma offshore, constam também uma remessa de USD 176 mil para Amadeu Maurício Castelhano, então a mais alta autoridade monetária de Angola, no dia 12 de Março de 2002. O dinheiro saiu da conta da Trade no Standard, passou pelo Banco Africano de Investimentos (BAI) e depois do giro, voltou a uma conta em nome de Amadeu, no Citibank, em Nova York».
Estas são as principais linhas de argumentação da Globo e aqui chegados pergunta-se: mas o que é que Minoru Dondo tem a ver com isto tudo?
Mencionam-se estes e outros ziguezagues de montantes avultados e não nos fartamos de perguntar o que é que o magnata Minoru faz nesta galera, que cheira a petróleo que tresanda e só temos silêncio como resposta.
E a fonte que temos vindo a citar não desarma. E cita mais negócios e que comprou uma loja em Angola «já foi acusado de fazer negócios com o Ministério da Saúde, com a Casa Militar, com o Ministério das Finanças e vários governos provinciais, supostamente transferindo os recursos para empresas suas situadas em paraísos fiscais, como Ilha da Madeira, Ilhas Cayman, Suíça e Miami.

Mas as investigações ordenadas pelas autoridades locais nada constataram até hoje».
É claro que não, pois se nem nos bocados de papel onde estão escritas estas coisas se apresentam provas, como apresentá-las em justiça? Daí que face as acusações de o empresário ter a cobertura da Polícia Federal do Rio de Janeiro esta veio a terreiro desmentir a Globo.

Polícia brasileira esclarece Globo sobre matéria contra Minoru Dondo

Nota de Esclarecimento- ADPF/RJ

Brasil - A Associação dos Delegados de Polícia Federal - ADPF e o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro - SINDPF/RJ vêm a público repudiar a matéria publicada pelo jornal O Globo, na data de 18/12/2011, páginas 14/16 - O PAÍS -, sob o título principal "O brasileiro que é sinônimo de poder em Angola", desagravando os Delegados de Polícia Federal citados indevidamente, entendendo que a referida publicação atenta contra princípios constitucionais da presunção de inocência ou da não culpabilidade, extrapolando, de maneira a macular a imagem das autoridades policiais citadas.
Não foi verificada entre os Delegados Federais mencionados, nenhuma conduta ilegal ou irregular que justifique a exposição, da forma como foi feita, naquele veículo de comunicação, tendo em vista que não são investigados ou suspeitos de prática de nenhum crime.
O próprio Departamento de Polícia Federal já possuía conhecimento dos fatos e instaurou um procedimento administrativo disciplinar para apurar possíveis condutas suspeitas, tendo sido o mesmo devidamente arquivado, com homologação da própria Corregedoria Geral de Polícia, em Brasília, por falta de autoria e materialidade de qualquer infração administrativa ou penal.
Por fim, a entidade associativa e o sindicato serão sempre a favor de uma imprensa livre, desde que respeitada à dignidade da pessoa humana, intimidade das pessoas e o já falado estado de inocência - ressaltando que no presente caso não foram observados - lançando-se suspeitas infundadas que não colaboram em nada para um Estado Democrático de Direito respeitador dos direitos fundamentais de todo cidadão.

20 Dezembro 2011 11:55
DR/ADPF/RJ SINDPF/RJ

A Macon é de Minoru
A empresa de transportes e outros itens, Macon, é do Minoru, clama a Globo!...
Mas, sejamos realistas, o que é demais é erro, não vamos agora apontar o dedo ao empresário Minoru Dondo por ele ser eventualmente dono da Macon?
Isso ultrapassa os limites da maledicência para entrar de chofre na adulteração propositada duma actividade banal de Lineu.

A Macon é do Minoru!!?... Onde é que está a maka?
Saboreemos o gosto do veneno da “caipirinha”: «Em Angola, a pioneira das mais de 20 empresas de Minoru é a Macon, criada para explorar os transportes colectivos no país, até então limitados a táxis e camionetas».
A esse propósito, estamos a dizer transportes, uma reportagem sobre os investimentos do Governo Central, dito agora Executivo angolano, numa das suas inúmeras manifestações de sabedoria campesina pacóvia, investiu milhões de dólares em autocarros, vulgo machimbombos, ou grandes "elefantes brancos", cuja utilidade é duvidosa.
E não sendo o Minoru membro do governo o que ele tem a ver com as acções e visões do governo? Por outro segundo uma fonte de F8, a Macon não foi a primeira empresa de Minoro e ela nunca beneficiou de nenhuma facilidade governamental, pelo contrário, tem de ir a luta, para poder sobreviver e não mandar ao desemprego centenas de trabalhadores.
Mas a esse respeito, diz a tal reportagem «(…) "The Economist" citou que foram comprados três mil ônibus (autocarros), mas o país só tinha na ocasião 1.500 motoristas».
Se foi o governo a tomar a decisão de investir em autocarros públicos e não ter motoristas, a culpa não é de um empresário e até é uma heresia dizer só haver 1500 motoristas em Angola, denotando um total desconhecimento da realidade do país.
Por isso o jornal Globo em todo o seu fanfarronismo, gosto pela banga e vaidade, diz, como se fosse uma novidade, desconhecida pelos jornalistas angolanos e demais cidadãos que Angola comprou três mil e quinhentos autocarros, gastou milhões de dólares do mesmo modo que fez erguer as torres de Luanda, o bairro do Kilamba e dezenas de universidades e hospitais e escolas e centros disto e daquilo, sem pessoal à altura para fazer funcionar essas instituições.
Se certo ou errado as responsabilidades devem ser dirigidas ao alvo e não desviadas para outro, tentando encobrir, quem age e gere mal os recursos públicos…
E de acusação em acusação o jornal brasileiro diz que a última manobra de Minoru teria sido a aquisição da empresa DGM, que cuida do desenvolvimento de sistemas de pagamento de benefícios para o Instituto Nacional da Segurança Social.
A DGM teria sido comprada pela Angola Prev em Junho. Suspeita-se que o governo esteja preparando a compra da DGM por USD 500 milhões, muitas vezes mais do que o seu real valor: a avaliação feita por uma empresa brasileira foi desqualificada por uma instituição financeira internacional.
Resumindo, o Globo diz; o homem tem peso, enriqueceu no socialismo de mercado angolano, mas não operou o milagre sozinho.
Mas a ser verdade que um empresário visa o lucro onde é que está a maka? Salvo se o seu dinheiro for ganho de forma desonesta, ludibriando o Estado, fugindo ao fisco e outras obrigações financeiras…

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