quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Ana Gomes culpa políticas alemãs por “enfeudamento ao investimento angolano”


GOVERNO DE ANGOLA NÃO É UMA DEMOCRACIA É UMA CORRUPÇÃO
Ana Gomes lamenta a venda de "infra-estruturas essenciais para a segurança nacional e europeia” ao Partido Comunista Chinês e ao regime de José Eduardo dos Santos, uma vez estes regimes não respeitarem a democracia, as liberdades fundamentais e os direitos humanos, por, pelo menos em relação a Angola a corrupção estar institucionalizada.

A primeira reacção portuguesa de apoio às declarações do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, proferidas no dia 01.02, criticando o investimento angolano em Portugal e a forma como o governo do PSD, liderado por Passos Coelho o permite chegou precisamente de Bruxelas.

A eurodeputada Ana Gomes afirmou que é a “falta de solidariedade europeia” que está a submeter Portugal aos interesses angolanos. E lamentou que Passos Coelho, “sempre obediente e amestrado”, não o diga à chanceler alemã.

“Tenho a certeza que Martin Schulz, ao apontar para o risco de enfeudamento português ao investimento angolano, está a ter em mente normas básicas da União Europeia em matéria de direitos humanos, promoção de democracia, combate à corrupção, para fazer o mercado interno e as regras da concorrência, responsabilidade social das empresas”, observou, num comentário gravado na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
“É no entanto necessário dizer a Martin Schulz e a todos os amigos alemães, a senhora Merkel incluída, que esse risco é consequência das desastrosas políticas europeias que têm sido determinadas pelo Governo alemão, que empurra Portugal e outros Estados-membros para recursos exteriores à União Europeia (UE), onde interesses contrários aos da UE podem de facto fazer perigar as possibilidades de progresso desses países e do próprio projecto europeu”, acrescentou Ana Gomes.
“É isso que se passa também em relação à China. É importante chamar à atenção (...) que é no quadro de ajustamento orçamental que nos é imposto pela União Europeia, com particulares responsabilidades da Alemanha, que Portugal está a vender infra-estruturas críticas, essenciais para a própria segurança nacional e europeia, ao Partido Comunista Chinês”, disse a eurodeputada socialista.
“É fundamental que falemos – como Martin Schulz fala – e que digamos à frau Merkel o que temos a dizer nesta matéria. E explicar em particular que é por falta de solidariedade europeia e alemã, em concreto, para resolver a crise, é por causa das receitas desastrosas que só agravam a crise que têm sido determinadas pela frauMerkel, que Portugal se vê obrigado a se sujeitar a investimentos estrangeiros, alheios à União Europeia, e a ceder o controlo de empresas estratégicas”, continuou. “Era bom que Passos Coelho dissesse isso à frau Merkel, em vez de se apresentar sempre obediente e amestrado.”
Martin Schulz, que jálamentou a “interpretação errada” das suas palavras, disse num debate sobre o papel dos parlamentos na UE, realizado a 1 de Fevereiro na Biblioteca Solvay, em Bruxelas, que “o futuro de Portugal é o declínio”. Isto depois de referir a visita-relâmpago que o primeiro-ministro português fez a Angola em Novembro, em que este admitiu ir à procura de capital angolano para as privatizações em curso.


*F8 com Nuno Ferreira Santos
Imagem: ... apontar para o risco de enfeudamentoportuguês ao investimento angolano, ...
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