sábado, 25 de fevereiro de 2012

AQUI ESCREVO EU. William Tonet. Os mambos na política indígena


Hoje, neste espaço, gostaria de repor os traços nos “tês” e pontos nos “is” a fim de evitar equívocos, denunciando as várias cabalas montadas contra os indígenas.
1. Um agente da Segurança de Estado que pretendia sabotar a edição do F8 da semana finda, conseguiu tirar uma matéria paginada e introduzir outra que nunca esteve nas cogitações do nosso jornal, relacionada com o empresário Minoru Dondo. Trata-se de um grotesco plágio, adulterado quanto baste e articulado em torno da ideia fixa de causar prejuízo em seu redor.
O caso vem a propósito da notícia do Jornal Globo do Brasil sobre o empresário brasileiro. Publicada no dia 18 de Dezembro de 2011 e face ao seu teor, que tresandava a encomenda de sarjeta, o Folha 8 “ab initio” descartou-a, o que, pelos vistos, desagradou à rede secreta da Segurança, que tudo fez para, através da infiltração que ora denunciamos, a introduzir nas nossas páginas.
De recordar que a decisão de não retomarmos a notícia deveu-se, também, ao desmentido feito pela Polícia Federal do Estado do Rio de Janeiro, quanto às acusações feitas pelo Globo.
Desta feita, urge, no que nos diz respeito, redobrar a segurança interna, para evitarmos, no futuro, a acção destas aves de rapina.
Uma fonte do F8 não descarta a hipótese de este tipo de acção contra o F8, ter alegadamente a mão do gabinete de acção psicológica de Aldemiro Vaz da Conceição, “maquiavelicamente” secundado por José Ribeiro, director do Jornal de Angola, que nos últimos tempos se colocou publicamente como um dos principais promotores do assassinato do director do F8, ao ponto de publicar uma caricatura na qual um delinquente “camarada” lhe desfere várias facadas mortais... com o desfecho, “(des)surpresa” geral, de este mensageiro da morte (capitão Ribeiro do JÁ, pois claro, “camaradas”) ter sido contemplado por um silêncio ideologicamente cúmplice do Conselho Nacional da Comunicação Social.
“Viva” a apologia da morte partidariamente assumida e defendida pelos guardiões deste regime e de um órgão público neste reino da DITOCRACIA, quais anjos vampiros que esvoaçam nas nossas pradarias desde os horrendos assassinatos colectivos e selectivos de 27 de Maio de 1977.

2. De punhalada em punhalada de morte, o líder do PDP-ANA, Sidiangani Mbimbi, foi, por orientação expressa, disse, do ministro do Interior, Sebastião Martins, chamado à DNIC por um diligente investigador que o informou, preto no branco, haver, pasme-se, uma tentativa, de alguns militantes descontentes do seu partido o assassinarem. Brilhante serviço da secreta do regime… Mas como não há crimes perfeitos, estes diligentes agentes esqueceram-se de dizer à futura vítima o que fizeram aos potenciais assassinos, quem são, onde se alojam, que armamento possuem e qual o processo aberto para evitar que aconteça uma repetição dramática do crime que há oito anos ceifou a vida do fundador deste partido, Mfulumpinga Landu Victor,
A DNIC e os Serviços secretos, sob tutela de Sebastião Martins, prestaram com esta actuação, um relevante serviço para a descredibilização dos respectivos órgãos, alertando, por via disso, toda oposição sobre o que lhes poderá acontecer nos próximos tempos. Os órgãos policiais vão ser e actuar, em relação aos que pensam pela própria cabeça, o menos diligentes possível, acobertando sempre que possível os assassinos estabelecidos dentro das suas “fronteiras”. Por tudo isso, oposição e sociedade civil do “outro lado”, organizem-se, abram o olho, porque os da Polícia, “deste lado”, estarão sempre fechados, enquanto os inimigos da democracia e da paz, estiverem a “vampirar”.

3. O Tribunal Constitucional órgão de suma importância como guardião da Constituição, continua a dar tiros nos próprios pés descredibilizando a sua nobre acção, pese ter juízes competentes entre muros.
A última deste órgão foi vir a terreiro, através do director de gabinete para os partidos políticos, afirmar “já não haver divergências nos partidos políticos” e coisa menos coisa, porque o TC havia resolvido tudo.
E para demonstrar isso mesmo, hasteou a bandeira da FNLA. E é aqui que a porca torce o rabo, porquanto o Constitucional não resolveu coisa nenhuma, pelo contrário lançou mais lenha na fogueira partidária, com uma decisão mais política do que jurídica. E a gravidade é maior, porquanto o Tribunal Constitucional optou por Lucas Ngonda, que não participou nas eleições de 2008, por determinação do próprio TC.
“Granda confusão”, mas também alívio, porquanto este órgão, depois do amarfanhamento da Constituição, no caso Suzana Inglês, advogada, transformada a pressão em magistrada, mesmo sendo membro activa do Comité Nacional da OMA, braço feminino do MPLA, repete a dose neste caso.
Mas, isso até não é crime, quando convém “aos camaradas”, bastando que conte com a cumplicidade do TC e com a fusca visão jurídica, no caso, de Silva Neto, do Conselho Superior da Magistratura Judicial.
Daí ser grave e perigosa a tese vertida por Márcio Lopes, quanto à forma como complicaram a situação de um partido histórico e com isso, vieram apenas legitimar, a poucos meses de mais um pleito eleitoral, a tese de todos quantos defendem ter havido por parte do regime fraude grosseira nas eleições de 2008.
Vejamos. Nas anteriores eleições o TC chumbou, como dissemos, Lucas Ngonda e mandou avançar a lista da FNLA de Ngola Kabangu, que viria a conseguir nas urnas votos bastantes para eleger 5 deputados. Ora, se o TC reconhece legitimidade no pleito que deu maioria expressiva ao MPLA, então está a ser incoerente e juridicamente “anti-direito” ao ilegalizar, depois disso a FNLA de Ngola Kabangu, que é membro da Assembleia Nacional e do Conselho da República, por via das anteriores eleições.
Mais grave ainda é a conotação política deste acto, que descredibiliza um órgão novo, porquanto na altura da divisão deste partido, com a criação da FNLA - Renovada de Lucas Ngonda, acusado de ser laranja de uma estratégia gizada pelo gabinete do Presidente da República, de fazerem passar a fome o líder histórico desse partido, Holden Roberto, por sinal, época em que o actual e competente, diga-se de passagem, presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, era assessor jurídico do chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.
E como em política não há coincidências e só existe uma leitura: em Angola a lei é uma quimera e passou em muitos casos a ser uma negociata ao sabor dos apetites dos políticos, que espezinham o Direito e a Justiça, que têm sob as suas botas. Vergonhosamente.
E assim Ngola, Kabangu, que participou nas eleições, consideradas pelo regime livres e justas, mas para a oposição fraudulentas e “roubalhentas”, Kabangu, que é membro do parlamento, como deputado, e do Conselho da República, é posto de lado por força de Acórdãos juridicamente questionáveis, enquanto Lucas Ngonda, que sem legitimidade dos militantes e das urnas, mas por ser considerado um bom fantoche, com a sua contribuição no aceleramento da morte de Holden Roberto, ao serem-lhe dado os valores correspondentes aos deputados fieis ao líder histórico desse partido e, agora, mais uma vez, também sem deputados, recebendo o dinheiro destes, ilegalmente confiscado pelo partido no poder (tinha o “EME” necessidade desta baixaria), vai participar como convidado de honra do MPLA e do TC, tal como Suzana Inglês, de forma ilegal, nas eleições de 2012, mas para enterrar de vez a FNLA do mapa político angolano.
Infelizmente o Tribunal Constitucional será eternamente acusado de ser cúmplice de uma manobra política do MPLA, visando acabar com os partidos históricos.
Que mais se seguirá?

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