O BD rugiu e abanou os ramos e folhas da floresta indígina, no dia 31.01, com o seu líder, Justino Pinto de Andrade, a afirmar com bastante veemência que não vão as eleições com Suzana Inglés na presidência da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e se o MPLA persistir nesta lógica lançam-se na via das manifestações a escala nacional.
Sedrick de Carvalho
O presidente do Bloco Democrático, considera que as forças políticas não devem pactuar com a fraude do regime e do Conselho Superior da Magistratura Judicial, em, relação a eleição de Suzana Inglês como presidente da CNE, por não ter obedecido o regulamento do concurso e as leis vigentes.
“Avizinha-se o período eleitoral e já se assiste a todo um conjunto de manobras com vista a desvirtuar a vontade dos angolanos. Criam-se leis que não se cumprem. Instrumentalizam-se os órgãos públicos que deviam funcionar como referenciais de transparência e de justiça”, denunciou a dado passo, Justino Pinto de Andrade.
Por esta e outras razões o BD, endereçou uma nota ao Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) exigindo que se reponha a legalidade. “O regime está a colocar as suas peças nos locais mais apropriados, e de novo com o objectivo de defraudar as justas expectativas do eleitorado. As peças desse verdadeiro puzzle estão em movimento, e nós não podemos ficar indiferentes. Temos que denunciar vigorosamente tudo quanto esteja incorrecto. Não podemos pactuar com uma nova fraude”, assegurou.
Noutro ponto alertou o regime de “o país que hoje temos já é diferente do que tínhamos em 2008. Temos agora gente muito determinada que sai para as ruas em protesto. São protestos pacíficos, mas podem transformar-se em acções violentas se a repressão se abater injustamente. Nos outros países foi assim. E nós não queremos que o seja em Angola. Nós queremos que Angola seja um país de paz e de desenvolvimento. Por isso, apelamos ao regime que cesse imediatamente com a repressão que vem exercendo sobre os jovens e os trabalhadores”.
O BD assegurou nessa conferência que caso o CSMJ, não corrija o seu erro, recorrerá ao Tribunal Supremo e se este também fizer ouvidos de moco, a opção será a rua, com manifestações.
“O Bloco Democrático está preparado para um jogo democrático limpo. Mas não está disponível para dar cobertura a fraudes. E nem vai ficar de braços cruzados se o regime optar por violentar os direitos fundamentais do nosso povo. Estaremos determinados na defesa dos que são injustamente reprimidos” e em função disso acrescentou: “vamo-nos socorrer de todos os meios de protesto pacíficos para evitar que se defraudem as expectativas dos eleitores. Saberemos recorrer aos órgãos de justiça – desde que eles façam justiça – mas não nos coibiremos de sair também à rua, se os nossos direitos de cidadania estiverem a ser flagrantemente violados”.
Face a gravidade da situação que configura uma autêntica fraude do regime, que se quer manter no poder a qualquer preço, Justino Pinto de Andrade, fez, também um apelo a sociedade civil, por esta ter “um papel muito importante a desempenhar neste momento. Devemos, em conjunto, agir para que a tentação da fraude não prevaleça. A paz e a justiça são do interessa da nação e não apenas dos partidos políticos”, conclamou.
Indagado sobre a actuação do Bloco, caso a presidente imposta, pelo partido no poder, Suzana Inglês não abdicar do cargo, afirmou: “se Suzana Inglês manter-se a frente da CNE realizaremos manifestações por toda Angola exigindo transparência e não aderência a fraude eleitoral. Vamos acampar no 1º de Maio até que se reponha a legalidade”.
O encontro que contou igualmente com a presença de Filomeno Vieira Lopes, Luís Nascimento, Ermelinda Freitas, secretária municipal do BD em Cacuaco, teve como foco o Lançamento da Campanha Política para o ano 2012.
Dentre as novidades anunciadas, realça-se o site criado para interagir mais e melhor com os cidadãos, possibilitando o fácil acesso aos documentos e as actividades político-partidárias.
“Uma nova libertação é o que Angola precisa”, gritou o presidente Justino Pinto de Andrade quando se debruçava sobre a urgência de uma viragem no cenário político angolano face aos indicadores sociais e os relatórios internacionais.
Dada a herança histórica das longas experiências políticas, fruto da participação activa de alguns dos seus integrantes em episódios que marcaram a história moderna de Angola, o B.D. acredita ser um partido a ter-se em conta e que mereça confiança dos angolanos.
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