sábado, 16 de abril de 2011

Uganda. Polícia dispersa manifestação a tiro, líder da oposição ferido


A polícia ugandesa dispersou no dia 14.04 a tiro uma manifestação em Kampala ferindo o líder da oposição, Kizza Besigye, e mais cerca de 30 pessoas, informaram o diário local Daily Monitor e agências estrangeiras.
Besigye, antigo médico pessoal do presidente, foi atingido na mão direita e recebeu tratamento no hospital de Mulago, segundo o jornal.
Testemunhas citadas por agências internacionais relataram que a polícia lançou gás lacrimogéneo e disparou para o ar para impedir a manifestação da oposição.
“Ele foi ferido durante a manifestação, é um ferimento na mão”, confirmou o secretário-geral da Cruz Vermelha ugandesa, Michael Richard Nataka.
Um porta-voz da polícia, Vincent Sekaate, confirmou que o opositor ficou ferido, mas deu uma versão diferente das causas: “É verdade que ele ficou ferido. Ele caiu e torceu a mão direita, mas não é nada sério”, disse.
A manifestação, no bairro de Kisangati, foi a segunda em quatro dias para exigir a descida do preço dos combustíveis e de outros bens de consumo.
Como antes, Besigye apelou aos habitantes da capital para se dirigirem ao trabalho a pé, para assim organizar uma marcha para mostrar ao governo o descontentamento da população.
Na manifestação anterior, que se realizou em Kampala, Besigye, líder do Fórum para a Mudança Democrática, e uma dezena de outros membros da oposição foram detidos e acusados de “incitação à violência”.
Os opositores foram libertados horas mais tarde mediante o pagamento de fiança. Segundo os ‘media’ locais, o preço dos bens de consumo subiu durante a campanha para as eleições presidenciais de 18 de fevereiro, vencidas por Yoweri Museveni, há 25 anos no poder.
A subida dos preços dos alimentos é atribuída à grave seca que se registou no país entre novembro e fevereiro. Já quanto à subida do preço dos combustíveis, o governo do Uganda afirma que se deve às revoltas dos últimos meses no Magrebe.
Segundo números oficiais, cerca de 11 milhões de ugandeses vivem abaixo do limiar de pobreza.

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