terça-feira, 26 de abril de 2011

Guiné-Bissau. Exportadores da castanha de caju contestam taxa aplicada pelo Governo


Os exportadores da castanha de caju, principal produto de venda da Guiné-Bissau, estão revoltados com o governo por este ter decidido cobrar uma taxa de 50 francos CFA por cada quilograma da castanha exportada.
Mamadu Djamanca, presidente da associação dos exportadores do caju da Guiné-Bissau, disse que deu ordens aos seus associados para que parem toda a operação de compra da castanha de caju até que o Governo revogue a sua decisão.
O ministro do Comércio, Botché Candé, emitiu um despacho no qual avisa os exportadores que doravante irão pagar 50 francos CFA (0,07 cêntimos de euro) por cada quilograma de caju a ser exportado.
“Não concordamos com esta decisão porque é uma lei que não estava prevista. Por isso decidimos suspender toda a compra de caju no terreno”, afirmou Mamadu Djamanca, instando todos os exportadores a recolherem os camiões e a encerrarem os armazéns.
O Governo diz que a taxa a ser cobrada destina-se a melhorar a fileira do caju e a fomentar ações empresariais ao nível da Câmara do Comércio, instituição que agrupa os empresários, mas que está de acordo com a medida do Executivo.
Além da Câmara do Comércio, a Associação Nacional dos Agricultores (ANAG) também diz estar de acordo com medida do Governo.
Para o presidente da associação dos exportadores, a medida do governo não passa de um abuso o que pode encarecer ainda mais o preço da castanha.
“Se o governo decidiu, sem ouvir ninguém, que vai aumentar a taxa, nós vamos ser obrigados a baixar o preço da compra da castanha e quem paga com isso é o agricultor”, notou Mamadu Djamanca.
Os empresários Abel Incada e Baltazar Cardoso, ambos da direção da Câmara do Comércio defendem que a medida visa disciplinar o setor e garantir que a riqueza que é gerada com a castanha do caju “fique no país”.
“Os exportadores, muitas das vezes não pagam impostos, exportam e no final da campanha fecham os seus armazéns. Quer dizer, só querem saber do seu dinheiro”, disse Abel Incada, salientando que a maioria dos exportadores são estrangeiros que vêm ao país durante a campanha que dura três meses.
“Esse dinheiro que está a ser cobrado é para gerar emprego e ajudar a promover o nosso caju”, enfatizou Fernando Mandinga.
Para a associação dos exportadores o governo apenas tem como saída para o impasse a revogação do despacho do ministro do Comércio.


Guiné-Bissau. Governo preocupado com alegada utilização de passaportes do país por próximos de Laurent Gbagbo

O Governo da Guiné-Bissau manifestou-se no 20.04 preocupado com informações que indicam que elementos próximos do ex-Presidente da Cote D’ivoir Laurent Gbagbo estariam a utilizar passaportes diplomáticos guineenses para fugirem do país.
O secretário de Estado das Comunidades guineenses, Fernando Gomes Dias, disse que “o assunto preocupa o Governo ao ponto de estarem já em curso diligências” para a recolha de mais dados. “O Ministério competente do Governo (Ministério do Interior) está ao corrente e já está no terreno para a recolha de mais elementos sobre esse assunto”, afirmou Fernando Dias, prometendo avançar mais informações assim que houver mais dados.
As informações sobre a alegada utilização de passaportes guineenses por parte de elementos próximos ao ex-Presidente costa-marfinense começaram a circular na imprensa daquele país em fevereiro.
Na altura, um jornal ivoiriense, o ‘Le Patriote’, noticiou que eram 85 as “iminentes personalidades” daquele país e próximas de Gbagbo que estariam na posse dos passaportes guineenses.
O caso voltou a ser notícia nos meios de comunicação social do país após a prisão de Laurent Gbagbo e a fuga dos seus principais colaboradores para outros países.
O secretário de Estado das Comunidades guineenses não quis entrar em detalhes sobre o caso, mas admitiu que podem até ser os modelos antigos de passaportes que já não se usam no país. “Neste momento, há três gamas de passaportes da Guiné-Bissau em circulação. Nós não sabemos. Mas tudo leva a crer que serão passaportes da gama antiga que já não estão em circulação”, defendeu Fernando Dias.
O secretário de Estado disse que por “motivos vários, muita gente tem esses passaportes”, entregues por anteriores responsáveis guineenses.

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