terça-feira, 26 de abril de 2011

Saúde. África demorará seis meses a um ano para adotar novo tratamento de malária em crianças


A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse no 21 que a maioria dos países africanos levará seis meses a um ano para a aplicação a recomendação da organização de usar artesunato em vez de quinino no tratamento da malária em crianças.
Em 2006, a OMS recomendou formalmente o uso de artesunato em adultos com malária grave, na sequência dos resultados de pesquisas científicas diversas, e esta semana decidiu alargar esta recomendação para as crianças.
O especialista do Programa de Malária da OMS, Peter Olumesse, disse que em meados de 2012 a maioria dos países de África estará a usar artesunato, um derivado semi-sintético da artemisinina, que se revelou muito mais eficaz, mais fácil administrar e com um custo, em termos de tratamento, semelhante ao quinino.
Crianças menores de cinco anos respondem cerca de 85 por cento dos casos de malária no mundo.
Segundo estimativas recentes, há cerca de 225 milhões de casos de malária cada ano no mundo, a maioria sem complicações, mas cinco por cento das pessoas contraem a forma grave, que geralmente é fatal se não for tratada nas primeiras 24 horas do início dos sintomas.
Além disso, a malária comum pode tornar-se grave, principalmente nas pessoas que não tenham sido expostas antes à doença e não desenvolveram imunidade ao parasita, o que torna as crianças um grupo particularmente vulnerável.
Olumesse explicou que o tratamento com quinino, usado durante séculos, é complicado porque deve ser inoculado por soro, em doses calculadas de acordo com o peso do paciente, por quatro horas num ritmo estável, repetindo o tratamento até que o doente esteja em condições de receber tratamento oral.
O especialista, que falava a poucos dias de se assinalar o dia africano de luta contra o paludismo, a 25 de abril, explicou que o artesunato não tem efeitos secundários.
No entanto, com a nova recomendação de também administrar este medicamento em crianças, os laboratórios devem desenvolver doses pediátricas.

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