segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aqui escrevo eu. William Tonet. Por acaso não sou fantoche, mas bem gostaria


O presidente deste MPLA, no poder a 32 anos sem nunca ter sido eleito e que governa os angolanos desde 1979, leu um discurso que foi uma autêntica desilusão pelo primarismo das suas opiniões. Ao invés de um apontar de saída da crise, à muito esperada, serviu aos autóctones uma sopa insonsa, com discriminações condenadas pela sua própria constituição, art.º 41.º.

“Fantoches”, designação dada aos angolanos, que são, por sinal, a maioria discriminada pelas suas políticas.

Fantoches, ofendeu o presidente constitucional de Angola, (como ele próprio se define), a todos quanto pretendam um novo rumo a gestão do país, institucionalmente inclinado para o abismo da corrupção, como se ele, fosse o único angolano iluminado e predestinado a dirigir Angola. Não é!

JES tem demonstrado muitas debilidades na gestão da coisa pública e o país não é mais unido face as suas políticas egocentristas e discriminatórias.

O presidente do MPLA chamou os demais angolanos de fantoches, por o seu governo não ter políticas de emprego, de habitação, de saúde, de educação e serem injustamente presos e assassinados por motivações das suas políticas, perseguidas desde 1979.

Mas Nguxito esqueceu-se de dizer como chamar a um presidente que estando no poder a 32 anos, não conhece o interior de Angola, desconheça o seu pulsar, não imagina o seu gemido, pois nunca pernoitou dois dias numa província.

É politicamente grave, quando alguém dirige um país, por controlo remoto e através de uma política de intimidação e terror, por ter medo do jogo democrático…

Nguxito subverteu a democracia e violou a sua própria constituição, quando citou poemas intimidatórios de Agostinho Neto e António Jacinto. Mas teve o mérito de reconhecer serem suas, afinal, as ordens policiais e da segurança de Estado de “darem porrada se refilarem”.

É o que a Polícia faz. Bate, prende e, muitas vezes “mata”, todos que se manifestem, nos marcos da lei, por uma mudança de regime. Porque ele já encontrou o poema de António Jacinto.

Ao presidente do MPLA e da República, pede-se que seja escrupuloso na observância da Constituição “JESIANA” e das leis, mas verdade é que o facto inconcebível aconteceu. José Eduardo dos Santos, também conhecido por Nguxito (filho de Nguxi, primeiro presidente de Angola), violou e notoriamente uma lei em vigor, justificando as razões de muitas vezes, fazer incorrer o seu governo na mesma transgressão, quando falou da existência de manifestações sem autorização.

Ora o art.º 47.º da Constituição “JESIANA” desmente-o no seu número 1- “É garantida a todos os cidadãos a liberdade de reunião e de manifestação pacifica e sem armas, sem necessidade de qualquer autorização e nos termos da lei”.

E aqui esta a ilegalidade cometida por Nguxito.

Com esta sua letal saída, desprezou e infringiu uma lei em vigor. Ademais, cometeu outra ilicitude, confessando ao país, que afinal as eleições organizadas pelo seu regime, têm mesmo sido uma fraude e autentica farsa, porque as subverte a nascença.

O presidente, que se auto define como constitucional, tem medo de ir a eleições, com outros políticos e cidadãos em pé de igualdade, talvez por reconhecer poderem ficar a nu eventuais debilidades em confrontos em directo. Por isso nada melhor que subverter a sua própria Constituição, que o coloca num pedestal igual aos dos ditadores.

Outra gritante violação da lei e da democracia prende-se ao facto do presidente dizer que os outros têm medo das eleições porque sabem que vão perder e a maioria do povo não vai votar neles.

Como ele sabe?

É vidente?

Quando todos sabem, serem as eleições em democracia, um, dos actos mais imprevisíveis, mesmo a nível das sondagens.

Se em 2011, JES já sabe, que o MPLA vai ganhar, então reconhece estar a máquina da batota eleitoral já na forja, com as empresas fornecedoras dos pacotes, nas mãos dos seus boys e os votos dos mortos na posse da Casa Militar. Assim, ninguém, honestamente, poderá dizer não ter sido avisado da intempérie que aí vem.

Em face do disposto, Nguxito, em consequência do seu acto contraposto á lei, condena-se de jure, por violação das regras da democracia e da constituição.

Porquê, como garante da Constituição, JES desrespeita a lei, ante a omissão quase geral, praticando uma tão frontal ilegalidade?

Porque motivo não a evitou, o que lhe seria fácil, ao invés de incitar mais os ânimos e reconhecer publicamente que a batota eleitoral é institucional e ele não é o garante da legalidade, da imparcialidade, da verdadeira reconciliação e da sua própria Constituição “JESIANA”.

Por isso lhe digo, senhor presidente, se eu fosse fantoche, bem pode querer, pese estar por mais de 32 anos no poder, sem nunca ter sido eleito, que tudo faria, constitucionalmente, para o retirar do poleiro, nas próximas eleições.

E o faria se o senhor não tivesse medo de criar uma verdadeira Comissão eleitoral independente e ir a votos sem o poder da batota.

Se não tivesse medo de libertar os órgãos de comunicação públicos da sua esfera ideológica.

Se não tivesse medo de reformular a constituição. Se não tivesse medo de proceder a uma melhor distribuição da riqueza.

Se não tivesse medo de confiscar a favor do Estado, a UNITEL, a MOVICEL e os bancos comerciais criados com dinheiro sujo.

Mas como isso não vai mesmo acontecer, por temor da sua parte, pois, admito, já não consegue viver sem o seu exército privado, tal como Jonas Savimbi, nos idos, teremos como única alternativa a contestação e as manifestações pacificas e constitucionais, no sentido de haver uma MUDANÇA e com ela chegue a mais alta magistratura do país, um cidadão com sentido de angolanidade e, compenetrado de que roubar o Estado para proveito próprio e da prole é crime.

Hoje é mais fácil mandar prender, mesmo sem provas e ou dar outro destino aos adversários políticos.

Por isso, senhor presidente, se eu fosse fantoche, seguramente, não aceitaria, nem levaria a sério um presidente distante dos autóctones e das suas sanzalas.

“Incompreensível para nós, talvez já agora fique nos segredos da história o paradoxo de querer manter viva uma lei e ao mesmo tempo desacatá-la, como se fosse letra morta”.

Se eu fosse fantoche, renovaria a minha convicção de não ser membro deste MPLA, onde todos os seus dirigentes juntos, batem palmas e reverenciam um líder, que de Angola conhece apenas Luanda.

No entanto é estranho que “O NÃO FANTOCHE” tenha MEDO DA DEMOCRACIA E USA A FRAUDE, A FORÇA E UM EXÉRCITO PRIVADO, como arma de manutenção no poder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário