sexta-feira, 15 de abril de 2011

Maus hábitos do Apartheid na Shoprite. Trabalhadoras grávidas presas sem culpa



A empresa sul-africana, Shoprite parece não esquecer os tempos do Apartheid na África do Sul, ao praticar actos discriminatórios e ofensivos à dignidade dos trabalhadores angolanos, com a cumplicidade de determinados agentes locais. Foi assim no tempo da escravatura e é assim nos dias de hoje.

Mokay Ngueve

No dia 14 de Janeiro, mais de 30 trabalhadores, dentre os quais 9 mulheres grávidas, atente-se, grávidas, foram encaminhados para a esquadra do Palanca, situada na rua M, não muito longe do estabelecimento da Shoprite que se encontra perto da Frescangol, sem qualquer culpa formada e por lá permaneceram presas durante mais de 5 horas sem que lhes tivesse sido dada qualquer explicação, sendo depois transferidas para a DPIC, onde ficaram outras tantas horas.
Segundo se diz o comandante da referida esquadra tem um crédito no supermercado e cumpre tudo o que os seus donos discriminadores lhe pedem para fazer.
Depois de 10 horas de cárcere ilegal, pois não havia nada que provasse que as trabalhadoras na maioria operadoras de caixa, tivessem furtado algo, foram mandadas para casa, mas sem antes muitas terem sido humilhadas, com a recolha de impressões digitais e tomadas de fotos, como se de delinquentes se tratassem.
Neste momento a empresa quer despedir sem justa causa e procedeu dessa forma para intimidar os que estavam na mira dessa decisão arbitrária,
Para facilitar esse objectivo, as mulheres grávidas, todas elas, foram obrigadas a mudar de tarefa dentro do estabelecimento e enviadas para o armazém, a fim de aí realizarem trabalhos subalternos, de facto forçados, numa clara manifestação de humilhação, pois era bem sabido por parte dos responsáveis daquele estabelecimento comercial que muitas dessas empregadas estavam nos últimos meses de parto e não podiam fazer esforços de maior.
A coacção tinha ultrapassado os limites do admissível e as trabalhadoras em questão decidiram nessa altura mover uma acção judiciária, uma queixa, contra a Shoprite junto do Tribunal do Trabalho, e um processo-crime contra o comandante da esquadra do Palanca e o especialista Armando Lembe, bem como contra o chefe do Departamento de Crimes contra a Propriedade da DNIC, Almerindo João de Almeida, por abuso de poder e prisão arbitrária.
A Shoprite empresa sul-africana e os seus advogados, depois de se terem apercebido terem colocado o pé na lama, decidiram então proceder de acordo com a Lei Geral de Trabalho, mas já é tarde e esse procedimento, não apaga o ilícito cometido. Porquanto, não colhe depois do erro, de as colocar na prisão, sem culpa e provas, instaurar mal e em cima do joelhos um processo disciplinar, para as colocar no olho da rua, sem justa causa. Mesmo que os inspectores do MAPESS, possam ter direito a compras não podem fechar os olhos a esta injustiça, praticada contra os angolanos. Outro dado insidioso são os enormes descontos feitos sem justificação, ao ponto de um trabalhador que ganhe 35 mil chegar a receber apenas 16 mil e com os descontos há mais de 3 anos não estão cadastrados na Segurança Social. Nos últimos dias estão impedidos de trabalhar e a empresa deu-lhes um papel para assinarem o acto de despedimento, mas sem provarem que as mesmas roubaram e sem cumprirem a lei, como se Angola fosse um gueto.

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