quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ONU. Cortes orçamentais e desemprego arrastam Portugal e outros países endividados para “recessão ou estagnação”


Os cortes orçamentais e o persistente desemprego vão arrastar Portugal e outros países com níveis de endividamento elevado na zona euro, para “recessão ou estagnação” económica, segundo as Nações Unidas.
O relatório Situação Económica Mundial e Perspetivas para 2011, apresentado no dia 01, pela ONU, indica que as maiores dificuldades económicas na zona euro serão especialmente sentidas pela Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, países “enredados” pelo endividamento e “cujas economias vão continuar em recessão ou estagnar”.
Estes países estão entre aqueles que terão um crescimento económico inferior à zona euro, devido a uma procura interna “exaurida” com os “drásticos cortes orçamentais” e “elevadas taxas de desemprego”, refere o relatório.
A previsão da ONU para o crescimento económico da zona euro este ano é de 1,6 por cento, mais 0,7 pontos percentuais do que o previsto anteriormente.
Mas, a par do Japão, esta é a mais modesta das apontadas para as diversas regiões referidas no relatório.
A previsão baseia-se numa “retoma moderada” na Alemanha, a maior economia da zona euro.
A previsão da ONU para a zona euro em 2011 foi revista em baixa de 0,2 pontos percentuais, para uma “virtual estagnação” de 1,3 por cento.
Este nível de crescimento fica abaixo da previsão para a economia mundial (crescimento de 3,6 por cento em 2010), das economias desenvolvidas (2,3 por cento), e sobretudo das emergentes como a China ou Turquia (7,1 por cento).
A ONU prevê que o crescimento económico mundial, que vem de uma recessão de 2,0 por cento em 2009, abrande dos 3,6 por cento deste ano para 3,1 por cento em 2011, menos 0,1 por cento do que o anteriormente previsto, e acelere para 3,5 por cento em 2012.
O relatório sublinha ainda que Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, juntamente com algumas economias da Europa de Leste, enfrentam uma espiral de crescimento do endividamento, devido à pressão dos mercados.
A tendência de subida das taxas de juro, resultado da perceção de dificuldades na gestão da dívida, acaba por contribuir para o aumento dos défices e da dívida pública.
O facto de estes países terem uma “capacidade fiscal relativamente limitada” torna “ainda mais poderosas esta as forças viciosas” dos mercados de dívida soberana, refere o relatório
Os dados do relatório hoje divulgado são compilados pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU (DESA), da Conferência para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e cinco comissões regionais da organização internacional.

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