quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Moçambique. Ex-ministro de Chissano no banco dos réus


O ex-ministro do Interior de Moçambique Almerino Manheje, antigo colaborador de Joaquim Chissano, começou a ser julgado no dia 07 por alegado desfalque de seis milhões de euros no pelouro que dirigiu durante 10 anos.
Almerino Manheje, ministro do Interior entre 1996 e 2005, quando Joaquim Chissano ainda era Presidente da República, foi inicialmente acusado pelo Ministério Público da prática de 49 crimes, mas, no despacho de pronúncia, o juiz reduziu tudo ao crime de desvio de fundos.
A Procuradoria da República recorreu ao Tribunal Supremo, que decidiu manter a pronúncia do juiz, mas com um enquadramento jurídico diferente.
Uma auditoria interna encomendada pelo ministro do Interior de Moçambique que lhe sucedeu no cargo, José Pacheco (hoje titular da pasta da Agricultura no Governo atual de Armando Guebuza) detetou um desfalque de seis milhões de euros durante o mandato de Almerino Manhenje.
O rombo terá resultado de um esquema de pagamento de salários a mais de 70 funcionários “fantasma” do Ministério do Interior, eventualmente protagonizado por Almerino Manhenje e outros dois ex-colaboradores diretos: Rosário Carlos Fidelis e Álvaro Nuno de Carvalho, co-arguidos no mesmo processo.
A investigação constatou igualmente a existência de sobrefaturação nos recibos referentes a aquisições que eram feitas, maioritariamente sem autorização do Tribunal Administrativo.
O trio saiu em liberdade em Fevereiro último, 500 dias depois da detenção, mediante o pagamento de uma caução fixada em sete mil euros, tendo sido acrescidos mais 196 euros de impostos para cada um. Todos aguardam o julgamento em casa.
Almerino Manheje foi igualmente ministro dos Assuntos de Defesa e Segurança no mandato de Joaquim Chissano, que governou o país durante 18 anos.

Presidente da Kaya Airlines ferido gravemente em queda de avião
O presidente da companhia aérea moçambicana Kaya Airlines, Fausto Cruz, foi uma das 18 vítimas da queda de uma aeronave Beechcraft B1900 da companhia no passado fim-de-semana, junto do aeroporto de Maputo, proveniente de Nampula, norte.
Apesar de não se terem registado vítimas mortais, e de a maior parte dos passageiros ter sofrido ferimentos ligeiros, o presidente da companhia Fausto Cruz teve de ser levado para a África do Sul, devido à gravidade dos ferimentos contraídos na queda do aparelho.
No dia da queda do avião em Maputo chovia intensamente e fazia vento forte, segundo o diretor da Kaya Airlines, José Cachopas, que afastou a hipótese de avaria da aeronave, assegurando também que “ainda tinha combustível suficiente para uma autonomia de voo por mais de duas horas. Tratava-se dum voo de ligação proveniente de Tete. Fez o devido reabastecimento de combustível em Nampula, donde partiu com destino a Maputo, com cerca de cinco horas e meia de autonomia”, indicou.
O diretor-geral da Kaya Airlines explicou que “o comandante conta com 18 anos de experiência, consubstanciados em cerca de 17 mil horas de voo. O co-piloto tem seis anos de experiência e seis mil horas de voo”, acrescentou, assinalando que ambos foram submetidos, “há menos de um mês, a testes médicos e técnicos obrigatórios na África do Sul, nos quais passaram com louvor”.
A administradora da Kaya Airlines, Teresa Faria, contou que, antes do acidente, a companhia perdeu contacto com a tripulação por volta das 23:45, altura em que se ativou o processo de emergência. “Accionámos o serviço SOS, para o envio de ambulâncias e, com a ajuda dos médicos da companhia iniciámos a evacuação dos feridos, para as unidades sanitárias”, disse, garantindo que a sua companhia assumiu "todas as despesas do tratamento dos feridos" e "acionou os devidos seguros".
O Instituto da Aviação Civil de Moçambique abriu um inquérito para apurar as causas da queda da aeronave, até agora ainda desconhecidas.

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