segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Endiama promete revitalizar minas paralisadas pela crise. Carlos Sumbula tem fé na superação da crise



A maioria dos trabalhadores da ENDIAMA e associadas vive momentos difíceis, com o atraso no pagamento salarial, que em muitos casdos se arrasta por mais de quatro meses.
“O BAI já me contactou, informando-me que vai cancelar o meu financiamento, aplicando as competentes penalizações, por à quatro meses não acusar o depósito salarial na minha conta, que servia de garantia bancária, por estarmos em muitas empresas da Endiama sem receber”, denunciou ao F8, um geólogo da empresa.
Entretanto, não se sabendo se em show off ou não, o presidente do conselho da administração da empresa, Carlos Sumbula, considerou, apesar de tudo, em cerimonia de fim de ano, 2010 de positivo, pese a grave crise que afectou e quase paralisou o sector, alegando ter havido uma colheita de pedras superior ao ano transacto, não deixando de acolar as dificuldades a quebra substancial dos preços como o maior problema que a empresa enfrentou.
Em 2009 dezenas de campos mineiros pararam a laboração, afectando mesmo o projecto mineiro do Catoca, a maior mina de diamantes, localizada na Lunda Sul, obrigando um dos maiores gigantes mundiais do sector, como a russa Alrosa a deixar Angola.
Depois de milhares de trabalhadores despedidos e de maquinaria pesada ter ficado danificada pela paralisação, as promessas de retoma, começam a chover, pese serem ténues os seus efeitos práticos.
"Nós tivemos problemas, porque o preço do diamante baixou na sequência da crise financeira", notou Carlos Sumbula, adiantando que a primeira acção foi atacar a componente preço.
"Estabelecemos estratégias que nos permitiram fazer com que o preço aumentasse. Neste momento, o preço do diamante está ao nível do preço que esteve antes da crise", apontou.
A Endiama está agora, ainda segundo Sumbula, preparada para voltar à realidade pré-crise, nomeadamente nos investimentos e na retoma da laboração em dezenas de minas paralisadas, como prova a recente aprovação de sete projectos de exploração.
"O risco passou e os diamantes estão com um preço estável".
Entretanto muitos quadros e trabalhadores continuam cépticos quanto a forma de gestão de Carlos Sumbula, acusando-o mesmo de não estar preparado para tão elevada empreitada. “Os seus métodos de direcção são antiquados, ao ponto de substituir em cargos importantes especialistas por tarefeiros com base no compadrio. Ele não tem real noção do que é gerir uma empresa pública da dimensão da ENDIAMA”, asseverou o economista J. P. Aureliano.
No entanto uma fonte da administração contactada pelo F8, disse que apesar do cepticismo de uma grande maioria dos quadros e trabalhadores da empresa, a administração de Carlos Sumbula está a acautelar os postos de trabalho dos antigos empregados, que estavam no desemprego.
Em 2007, ano anterior à crise, Angola foi considerada como o quinto maior produtor mundial enquanto a Endiama constituía a quarta maior diamantífera, atrás dos gigantes Alrosa, De Beers e a BHP Billiton. O país produziu mais 9,7 milhões de quilates, o equivalente a 1,272 mil milhões de dólares.
A produção de 2010 não é conhecida mas é, ainda, substancialmente inferior à de 2007.

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